McLaren-Honda: Laranja sem ‘sumo’…

Por a 9 Março 2017 07:18

Para quem achava que os momentos baixos que marcaram o regresso desta mítica parceria McLaren-Honda tinham tido o seu ponto alto ainda em 2015, não imaginava que algo semelhante pudesse voltar a acontecer. Mas depois de muitas promessas de “agora é que é”, a realidade é bem diferente…

Foi de laranja e preto que nasceu o novo McLaren/MCL32-Honda, monolugar com que a equipa anglo-nipónica iria supostamente tentar regressar aos lugares mais perto da frente, de onde já anda arredada desde 2012. Uma viragem era absolutamente necessária e para começo de conversa, a McLaren ‘livrou-se’ de Ron Dennis, estando em curso um conjunto de mudanças levada a cabo pelo novo CEO, Zak Brown. Contudo, a realidade dentro de pista é bem diferente, a parceria com a Honda, que arrancou em 2015, e que até aqui esteve muito longe de dar os resultados pretendidos, vai de mal a pior.

Se em 2015 as coisas foram para lá de más, em 2016 notou-se já uma boa evolução que se pretendia ter continuidade este ano e o facto de haver uma tão grande alteração nas regras era uma boa oportunidade para uma equipa com os meios da McLaren. Contudo, e sendo verdade que é à Honda que têm de ser assacadas as maiores responsabilidades pelas posições em que temos visto a Mclaren desde o início de 2015, facto é que os homens de Woking estavam longe de estar isentos de culpas com os chassis que construíram.

Por isso, com tanta coisa nova este ano havia a expetativa da McLaren poder voltar a ganhar embalo e com isso regressar, pelo menos, para mais perto dos atuais grandes players da disciplina.

Os japoneses apostaram numa unidade motriz da Honda completamente nova, com uma arquitetura totalmente revista, com o fabricante japonês a afastar-se do conceito ‘size zero’ que quis implementar em 2015 e que teve os maus, para não dizer péssimos, resultados que conhecemos. Mas pelo que se viu até agora, os japoneses voltaram a espalhar-se novamente ao comprido, e sendo verdade que arrancaram para este projeto das unidades motrizes turbo híbridas com três anos de atraso face à Mercedes, Ferrari e Renault, terem passado e três e estarem ao nível de quando começaram é mau demais para ser verdade.

O ano passado, Yusuke Hasegawa, atual responsável máximo da Honda Racing, substituiu o seu antecessor com promessas que tudo iria mudar, e sabendo o que se sabe hoje, não é possível entender as palavras do responsável japonês há algumas semanas, quando colocou a fasquia bem elevada ao ponto de dizer que a unidade motriz da Honda iria estar ao nível do motor Mercedes de 2016, um feito que seria bem capaz de ser suficiente para bater a Renault e Ferrari… de 2017: “Acho que ainda não atingimos o nível da Mercedes, mas a verdade é que eu também não sei o quanto a Mercedes evoluiu. Temos como meta alcançar os melhores e isso significa chegar à Mercedes. Nesse aspeto sinto que não estamos longe de onde eles estavam no fim de 2016 e penso que vamos alcançar isso já em Melbourne”, disse Hasegawa há algum tempo. Vê-se…

Alonso arrasador…

Bem que o espanhol tem posto a sua cara de “está tudo bem, sou muito paciente”, mas a verdade é que o copo de água do espanhol transbordou: “Não penso que estejamos muito longe em termos de chassis. Só temos um problema, a unidade motriz. Não tem fiabilidade e não tem potência. Estamos 30 Km/h atrás nas retas, em todas as retas.

E quando se está a 30km/h é difícil ter um bom feeling do carro. Penso que não estamos tão mal quanto em 2015, acho que estamos na mesma que há um ano. O mais frustrante é que com uma mudança de regras, a esperança que tudo podia mudar era grande. Precisamos de melhorar, e temos que melhorar. Esta situação está longe do ideal. Somos uma equipa grande, a McLaren dominou este desporto por muitos anos, é uma equipa temida, de quem se espera poder resolver tudo rapidamente, é isto que precisamos” disse Alonso que não entende como foi possível problemas como o reservatório de óleo, o primeiro problema da época: “Problema amador!”

Alonso está, como se percebe, bastante desanimado, mas ainda assim acha que tudo se vai resolver: “Basicamente, é como se estivéssemos no segundo dia de testes”, disse o espanhol, referindo ao facto da McLaren rodar muito pouco, essencialmente devido aos problemas com o motor: “Penso que vamos chegar à Austrália prontos para competir a um bom nível, e a única questão é que potência vamos ter no motor”…

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mdcc220
mdcc220
7 anos atrás

O Alonso toca em todos os pontos importantes, mas penso que está enganado num aspecto. A Austrália por este caminho, vai representar a 2ª semana de testes na Mclaren e não vai servir para competir, apenas para aparecer e rodar. Aliás, se aqueles 30km/h forem verdade e não apenas uma forma de colocar ainda mais pressão na Honda, vão passar muitos GP até que a Mclaren não se limite apenas a aparecer e rodar, mesmo com o fim dos tokens e a possibilidade de mais facilmente evoluír o motor.

sergio_junior
sergio_junior
7 anos atrás

este casamento vai acabar mal, a Honda apresentou um motor a roçar o ridículo, inaceitável, inqualificável, um motor que não faz mais de 30 voltas(mesmo estando limitado, pelo que dizem), e neste mundo como sabemos a Imagem tem uma grande importância, e neste campo, tem sido desastroso quer para a Mclaren, quer para Honda.
A parte disso, a Honda demonstra claramente um desnorte incrível ao enfrentar imprevistos, basta ver que em Duas semanas de teste o Motor é o mesmo que iniciou os testes.
Numa palavra, Vergonhoso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

paoa
paoa
7 anos atrás

O verdadeiro “Clowfish”

sergio_junior
sergio_junior
7 anos atrás

Este ano há forte possibilidade de ser a pior época de todos os tempos da Mclaren, e ser a lanterna vermelha de todo o pelotão, porque se ha temporada em que o Motor será uma peça chave, será esta, e a menos que a Honda faça um milagre, vai ser penoso ver esta Mclaren nos últimos lugares da grelha.

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
7 anos atrás

De mal a pior, este ano nem na decoração acertaram. (ou se calhar até acertaram, parece uma equipa de fundo do pelotão, tem a decoração e cores de uma Spyker ou de uma Manor, que pelo andar da carruagem, não parece que vão andar longe do que estas duas últimas fizeram em pista…).

Kimi Iceman
Kimi Iceman
7 anos atrás

Não há sumo de laranja, nem Chandon, nem sequer água…
Está a ser uma longa travessia do deserto.

driver-on-track
driver-on-track
7 anos atrás

pois….. quem semeia ventos de arrogância e tiques, que eram os maiores etc…. receberam em triplicado o que semearam….. continuem o excelente trabalho…. otários….

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