Como se ‘apaga’ uma equipa de Fórmula 1…

Por a 9 Março 2017 07:53

#aculpaedonasr! “Á culpa é do…” é uma hashtag muito famosa noutros mundos do desporto, e brincando um pouco como uma questão muito séria, a culpa da Manor ter acabado foi dos dois pontos conseguidos por Felipe Nasr e a Sauber em Interlagos 2016, que desalojaram a Manor do nono lugar do Mundial de Construtores, ‘custando’ à equipa cerca de 10 milhões de euros.

Antes, em Abu Dhabi, o dono da Manor, Stephen Fitzpatrick revelou que a equipa estava à venda e soube-se na altura que: “Já chegámos a acordo com um investidor e ainda estamos a trabalhar nesse ‘negócio’. Por isso neste momento não posso tecer mais comentários”, referiu Fiztpatrick na altura. Como se sabe hoje, o negócio não evoluiu, e o que se temia aconteceu. A Manor não conseguiu encontrar um comprador e teve mesmo de ‘fechar as portas’. A equipa estava sob administração desde o início do mês de janeiro, mas os responsáveis da FRP (administradores) não conseguiram assegurar as verbas que permitissem o futuro imediato. Segundo a FRP surgiram vários interessados, nomeadamente um consórcio asiático, mas as negociações nunca foram muito longe. Assim, e a semanas dos testes de pré-temporada em Barcelona, aos administradores da Manor não restou outra alternativa senão encerrar a equipa, pois não seria possível assegurar sequer os salários de fevereiro. “Nos últimos meses a gestão da equipa trabalhou intensamente para trazer um novo investimento para assegurar o seu futuro a longo prazo, mas lamentavelmente fomos incapazes de o conseguir no espaço de tempo disponível, não nos deixando alternativa do que fechar o negócio e continuar a procurar um comprador”, afirmou a FRP num comunicado.

Manor_28012_HiResAgora, no meio de vários problemas, pois o AutoSport sabe que ficaram várias questões ‘pendentes’ para resolver com os elementos da equipa inglesa, ficaram a ser conhecidos alguns detalhes do descalabro. Sem dúvida, a perda do 10º lugar foi a machadada final, pois esse valor de 10 milhões de euros seria um excelente balão de oxigénio, mas os problemas da Just Racing Services Ltd, a empresa colocava a Manor a correr depois da aquisição da equipa por parte de Stephen Fitzpatrick no início de 2015 são mais do que muitos. Sabe-se que houve 50 interessados na equipa, que levaram ao pagamento em janeiro de 600.000 libras de salários de modo a ganhar tempo para que um desses 50 interesses se concretizasse. Mas isso não aconteceu e as dívidas ascendem agora a cerca de três milhões de libras. Mas também podem ser de 34 milhões, pois entre as diversas empresas envolvidas no consórcio, por exemplo os contratos com a Mercedes Mercedes e Williams ainda são da Manor Grand Prix Racing Ltd, que não está em processo de administração. No meio disto tudo está a ser investigado de quem é o chassis, da Manor ou da Just Racing. E isto pode arrastar também a Manor para a falência, pois de repente pode ver-se com uma dívida a rondar os 30 milhões, que se julgava ser de Stephen Fitzpatrick e do seu trio de empresas.

Esta é apenas mais uma prova que a operação Fórmula 1 nas equipas pequenas é muito complicada, e ao ponto em que chegou hoje em dia o gasto que é necessário para ter equipas a correr na F1 já não encontra facilmente parceiros para suportar essa atividade. Esta equipa é a última do ‘legado’ Max Mosley, que quis à ‘força’ novas equipas na F1, sem impor um sistema que lhes permitisse sobreviver com outro desafogo. A Fórmula 1 é há tempo demais uma espécie de jogo de cadeiras, em que se sabe que alguém vai ficar apeado, só não se sabe quem…

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2fast4u
2fast4u
7 anos atrás

Não acho nenhum drama o aparecimento e afastamento de equipas, seja por que razão for. Se uma marca decide abandonar por questões estratégicas, acaba por ter muito mais impacto na competição do que uma equipa do fundo que abandona por falta de dinheiro. A F1 já “estourou” muitas fortunas a particulares, não é de agora. E é de particulares que arriscaram a fortuna que a F1 foi feita. Talvez hoje seja até mais fácil ter algum retorno do que há décadas atrás. Concordo que o “bolo” deve ser distribuído de forma mais justa entre as equipas, até porque são as… Ler mais »

ernie
ernie
7 anos atrás

O problema desta equipa, é que nasceu Virgin com muito pouco investimento de um playboy, que procurava apenas estar no glamour da F1 e ao mesmo tempo fazer publicidade à sua marca durante um tempo, recuperando o seu investimento integralmente, e se possível mais. Foi o que aconteceu, a equipa foi descapitalizada, vendida e depois mantida sem investimento, apenas para apresentar prejuízo nas contas dos seus investidores. É claro que John Booth é um homem das corridas e acredito que seja pessoa séria, mas talvez por isso tenha sido forçado a sair, ficando a equipa ainda pior, já que foi… Ler mais »

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
7 anos atrás

Isto é o que dá projectos malfeitos desde o seu nascimento, raramente dão certo porque andam anos e anos sempre com o mesmo problema: uma péssima base que leva a péssimas performances que leva a que ninguém queira investir na equipa.

Mas a culpa é de quem escolheu esta equipa (e a HRT e a USF1) porque na altura havia outras estruturas com mais know-how que foram metidas na gaveta.

Kimi Iceman
Kimi Iceman
7 anos atrás

#aculpaedoharianto
Sim, porque os indonésios fecharam a “torneira” do dinheiro a meio da época.

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