GP México de F1: Lando Norris, um pódio perdido no início da qualificação

Por a 30 Outubro 2023 18:05

Lando Norris não teve um fim-de-semana fácil no México e diversas contrariedades impediram-no de poder, pelo menos, pressionar Max Verstappen, terminando o Grande Prémio da Cidade do México em quinto, quando um pódio estava perfeitamente ao seu alcance, em circunstâncias normais.

No papel, o traçado mexicano não era o mais favorável ao McLaren MCL60, dado o carro de Woking ainda apresentar algumas dificuldades nas curvas lentas, que são inúmeras no Circuito Hermanos Rodriguez.

No entanto, na sessão de treinos-livres mais representativa do programa, a segunda, que se realiza num horário aproximado à qualificação e à corrida, o inglês realizou o segundo crono a apenas 0,119s de Max Verstappen, que foi o mais rápido em todas.

Esperava-se, portanto, que Norris pudesse ser, no mínimo, um incómodo ao neerlandês e um candidato a um lugar no pódio.

A qualificação, porém, não correu bem ao piloto inglês, primeiro um problema técnico no seu carro, logo na primeira volta lançada, realizada com pneus médios, e, depois, um erro seu acabou por o deixar na décima nona posição da grelha de partida – posteriormente, subiu a décimo sétimo com a penalização de Yuki Tsunoda e a opção de Lance Stroll por arrancar da via das boxes.

Para um piloto que tinha terminado as quatro últimas corridas no pódio, este era um resultado desapontante, sobretudo, porque tinha nas mãos um carro competitivo.

Era ainda possível, pelo menos, chegar aos pontos, mas para isso seria necessária uma estratégia agressiva e uma prova sem erros para aproveitar o bom ritmo de corrida.

Com jogos novos de pneus duros, médios e macios, neste caso três, a McLaren apostou numa prova de duas paragens, colocando o seu piloto com borrachas marcadas a vermelho para o primeiro ‘stint’ para lhe permitir um bom arranque.

A partida de Norris não foi brilhante – ganhou apenas uma posição, a do abandono de Sergio Pérez – e até à sua paragem, na décima primeira volta (montou duros), subiu apenas mais dois lugares, sofrendo por estar num ‘comboio de DRS’.

Porém, ao parar cedo, poderia ficar com pista livre para rodar dentro do ritmo do seu carro e, assim, ganhar posições a pilotos que tinham à sua disposição material menos competitivo, mas que se conseguiam defender dos ataques do inglês.

Assim, na vigésima oitava volta, Norris estava já em nono e, muito embora precisasse de realizar mais uma paragem nas boxes, o ‘delta’ na idade dos pneus, permitir-lhe-ia ganhar posições em pista.

No entanto, na trigésima terceira volta, a corrida parecia ir de encontro aos desígnios da McLaren, com a entrada em pista do Safety-Car, devido ao violento despiste de Kevin Magnussen (falha na suspensão traseira do seu Haas).

A equipa de Woking aproveitou a oportunidade para chamar o seu piloto às boxes e montar pneus médios novos.

Norris perdia apenas uma posição e, com borrachas frescas e mais performantes, com o pelotão compactado, estava em condições de poder atacar os carros que estavam à sua frente.

Poucos momentos depois, as bandeiras vermelhas apareciam e a vantagem do inglês evaporava-se parcialmente.

Para acinzentar ainda mais as aspirações de Norris, o seu arranque para a segunda metade da prova foi péssimo, caindo para décimo quarto, parecendo difícil que pudesse voltar a colocar-se em situação de terminar nos pontos.

No entanto, foi a partir de então que Norris mostrou o seu verdadeiro potencial, ganhando posição atrás de posição, com ultrapassagens arrojadas e seguras, elevando-se ao quinto posto, depois de ter ultrapassado George Russell, a 6,1s de Caros Sainz, após ter estado a mais de nove do espanhol.

Este nível de performance evidencia que teria a possibilidade de terminar em segundo, caso arrancasse da sua posição natural, que seria numa das duas primeiras linhas, podendo até ser um perseguidor mais duro para Verstappen que Lewis Hamilton ou Charles Leclerc, mas essa possibilidade esfumara-se na qualificação de sábado.

Norris tem-se mostrado muito duro consigo mesmo com os erros que tem vindo a cometer, mas a verdade é que tem vindo a protagonizar mais falhas pessoais que o desejado e isso tem-lhe custado alguns resultados de relevo, talvez até uma vitória no Japão.

Oscar Piastri, que já venceu na Fórmula 1 (ainda que uma corrida Sprint), desta feita teve problemas técnicos no seu carro, detritos em pista provocaram danos no seu monolugar, mas já mostrou rapidez e consistência e no próximo ano poderá estar em condições de se assumir como o líder da McLaren.

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