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WEC: Bandeira portuguesa de novo no pódio

Por a 24 Fevereiro 2020 11:14

Por Fábio Mendes 

FOTOS JB PHOTOPRESS/José Bispo

Foi mais um excelente fim de semana para as cores portuguesas. A representação lusa no WEC voltou a estar em grande enquanto em LMP1, houve pouca história para contar.  

O Circuito das Américas recebeu a quinta jornada do mundial de endurance. A pista americana foi adição de última hora, pois o plano inicial era o WEC regressar ao Brasil, mas incumprimentos por parte da organização local obrigaram os promotores do campeonato do mundo a repensar o calendário e o COTA foi a solução encontrada, recebendo assim a prova de seis horas do mundial.  

A Toyota chegava como líder, sabendo que iria ter um fim de semana complicado com as penalizações a serem atribuídas pela vantagem no campeonato. As máquinas nipónicas foram novamente atrasadas, com o #7 a ficar mais lento 2.77 seg./volta. O #8 ficou mais lento 2.21 seg./ volta. A penalização ao #7 era a mais pesada aplicada até agora, pois em Xangai ambos os carros foram penalizados em 2.74 seg. Já o único carro privado em pista, o Rebellion #1 teve uma penalização de 0.55 seg./volta. Os Ginetta não estiveram presentes nesta prova, numa suposta operação de manutenção dos carros prevista pela equipa. Foi o pelotão mais pequeno de LMP1 de sempre. 

Em LMP2 as contas eram mais equilibradas e a diferença de pontos entre o primeiro e o quarto era apenas de dez pontos, com a DC Racing a liderar, seguida da United Autosports de Filipe Albuquerque, com a JOTA de António Félix da Costa em quarto.  

Rebellion na frente desde início 

No primeiro treino livre os efeitos do handicap aplicado aos Toyota fizeram-se sentir e a Rebellion colocou o carro #1 (B. Senna / G. Menezes / N. Nato) no topo da tabela de tempos, seguido do #8 da Toyota (S. Buemi / K. Nakajima / B. Hartley) e do carro #7 (M. Conway / K. Kobayashi / J. Lopez), líder do campeonato e mais afetado pela penalização. Em LMP2 era o #22 (P. Hanson / F. Albuquerque / P. Di Resta) a fazer o melhor tempo e a ficar a pouco mais de 0.5 seg.  do melhor LMP1, seguido do #37 da DC Racing (H. Tung / G. Aubry / W. Stevens). O #38 da JOTA (R. Gonzalez / A. Da Costa / A. Davidson) ficou-se pela sexta posição. Em LMGTE Pro foi o #97 da Aston Martin (A. Lynn / M. Martin) a ficar com o melhor registo e em LMGTE AM foi Porsche #77 (C. Ried / R. Pera / M. Campbell) a destacar-se. 

O segundo treino livre foi mais acidentado com o #1 a ficar parado no meio da pista com um problema no motor que teve de ser trocado pela equipa suíça. Ainda assim Gustavo Menezes conseguiu fazer o melhor tempo  para a Rebellion, ficado o Toyota #8 na segunda posição (também com problemas, com um painel do chassis a soltar-se a meio do treino) e o #7 terceiro na classe mas apenas sétimo da geral.  Em LMP2 era o #29 (F. Van Eerd / G. Van Der Garde / N. De Vries) com o melhor registo, com o #22 logo a seguir e o #38 em sétimo na classe. Nos LMGTE Pro, a Porsche respondeu com o #92 (M. Christensen / K. Estre) a liderar a classe e em LMGTE AM o #77 voltava a fazer o melhor tempo da sessão. 

Toyota sem soluções na qualificação 

 

Seguia-se a qualificação que decorreu algumas horas após o segundo apronto, num fim de semana com um formato mais condensado. 

Norman Nato e Gustavo Menezes conquistaram a pole position com o Rebellion R13 #1, com um tempo de 1:47.530s. A substituição do motor foi feita a tempo e o #1 conseguiu materializar a sua superioridade. A 1.631s ficaram Mike Conway, Kamui Kobayashi no Toyota TS050 #7. O segundo Toyota, de Kazuki Nakajima e Brendon Hartley ficou com o terceiro tempo mais rápido, a 1.901s da pole position. O melhor tempo de Hartley foi apagado por ter excedido os limites de pista o que garantiu ao #7 um lugar na primeira linha da grelha, apesar do handicap.

Na classe LMP2, Oreca 07 – Gibson #42 da Cool Racing (N. Lapierre / A. Borga / A. Coigny) fez o tempo mais rápido com 1:49.910, tornando-se na primeira equipa a conquistar mais que uma pole este ano. Na geral eram quartos, enquanto o #22 de Albuquerque ficou a apenas dois décimos do #42. Já o #38 de Félix da Costa viu os colegas de equipa ficarem-se pelo quinto lugar entre os LMP2, saindo na geral no oitavo posto. O melhor do LMGTE Pro foi o Aston Martin Vantage AMR #95 (M. Sorensen / N. Thiim), que bateu o Porsche 911 RSR-19 #92, dando a primeira pole do ano à Aston. A diferença do primeiro para o sexto carro nesta classe foi de pouco mais de 0.5 seg. Em LMGTE Am foi o Porsche #57 (E. Perfetti / L. Horr / M. Cairoli) a garantir a pole na sua classe.  

Rebellion de início ao fim 

A história da corrida em LMP1 é facilmente contada. A Rebellion liderou praticamente toda a corrida e apenas nas idas às boxes viu a Toyota chegar ao primeiro posto. O #1 teve uma corrida dominante e não deu qualquer hipótese ao Toyota #8 que passou pelo Toyota #7 logo na primeira volta. A diferença de andamento era grande e o #7 ficou com uma volta de atraso a meio da prova, terminando a duas voltas dos vencedores. Foi assim a segunda vitória da Rebellion este ano, numa corrida com pouca história terminando com quase um minuto de vantagem para o #8. Foi um fim de semana perfeito para a equipa suíça que anunciou há poucos dias que irá abandonar a competição no final desta época.  

Albuquerque tremeu, mas acabou na frente 

Nos LMP2 voltamos a ter motivos para sorrir.  A corrida começou com Giedo Van der Garde a ser destaque, depois de largar de oitavo na classe. O piloto holandês voltou a fazer uma excelente largada (um hábito) e foi conquistando posições até chegar aos lugres da frente no final da primeira hora. O #22 tinha caído para quinto e o #38 estava em sétimo. Na segunda hora o carro da United foi obrigado a regressar mais cedo às boxes com um problema nos pneus, o que deixou a equipa fora da sequência das paragens nas boxes. Os pilotos da equipa anglo-americana mostraram toda a sua qualidade e colocaram em pista um ritmo excelente que lhes permitiu ser líderes na sua classe a meio da prova. Por essa altura também #38 da JOTA estava na luta pelos lugares da frente. As lutas foram intensas, mas o #29 perdeu fulgor perto do final da prova com problemas nos pneus, enquanto os #36 e #21 ficaram foram da luta pelos melhores lugares devido a problemas de travões. Foi mesmo o #22 a levar a melhor seguido do #37 da DC Racing e do #38. 

Aston Martin dominou nos GT 

A Aston Martin foi a mais forte durante as seis horas de prova nos LMGTE PRo. A dupla Thiim /Sorensen esteve sempre no comando das operações, com os colegas de equipa Lynn/Martin a acompanharem de perto. Mas o esforço do Porsche #92 foi recompensado perto do fim e a as opções estratégicas tomadas permitiram que a dupla Christensen/Estre pressionasse o #97 da Aston, garantindo o segundo lugar. O #97 ficou fora do pódio com um ataque de última hora do Ferrari #51 (J.Calado / A.Pier Guidi), até então fora das contas pelo pódio. A terceira vitória do #95 esta época garantiu a liderança no campeonato para o “Dane Train”. 

Nos LMGTE Am, foi também a Aston Martin a destacar-se com o #90 da TF Sports (C. Eastwood, S. Yoluc and J. Adam) a conquistar tambem a terceira vitória da época, seguidos do Aston #98 (P. Dalla Lana / D. Turner / R. Gunn) e do Porsche #56. Foi o Porsche que liderou a primeira metade da corrida, mas os Aston Martin atacaram forte e passaram para a frente das operações ficando em posição privilegiada. As estratégias tiveram um papel fundamental e o #90 venceu no final, num fim de semana em grande para a Aston Martin. 

Dupla lusa em grande nível 

Começa a ser um hábito. Filipe Albuquerque e António Félix da Costa voltaram a subir ao pódio e Albuquerque voltou a vencer uma corrida, assumindo a liderança dos LMP2. Foi uma corrida exigente para o piloto de Coimbra, com uma paragem não agendada a ser necessária devido a problemas nos pneus, mas a felicidade no final da prova era evidente: 

“A determinada altura achámos que chegar ao primeiro lugar seria impossível, mas ainda assim continuámos a dar o nosso melhor, tal como a equipa, que nunca perdeu a esperança e que fez um trabalho notável. E de repente tudo começa a parecer possível e fomos lutando e lutando, até chegar a este resultado maravilhoso a todos os níveis. Foi uma prova dura e de superação. Estamos todos de parabéns” 

Duas vitórias consecutivas que colocam o piloto português e os seus companheiros de equipa na primeira posição das contas do Campeonato: “Os nossos objectivos iniciais foram atingidos. Agora que estamos na frente, não queremos de lá sair. Faltam três corridas para o final e vamos lutar pelas restantes vitórias. Tem de dar certo, temos todas as condições reunidas. É fantástico estar nesta posição. Estamos preparados para o que aí vem”, concluiu Filipe Albuquerque sempre optimista quanto ao futuro. 

Já Félix da Costa admitiu que não foi um fim de semana fácil, mas a sua equipa conseguiu minimizar os estragos e manter-se bem posicionada, com a quinta subida ao pódio para o #38: 

“É nestas provas mais difíceis que temos de dar tudo e minimizar os danos e hoje este pódio tem um sabor de dever cumprido. Levamos daqui 15 suados pontos que no final do campeonato poderão ser decisivos. Sabíamos que os pneus Goodyear não eram tão rápidos como os Michelin aqui em Austin e como tal não tínhamos o carro mais rápido neste circuito, mas fizemos uma prova isenta de erros, com uma estratégia perfeita que nos permitiu subir ao pódio. Só temos de estar satisfeitos e sabemos que as próximas provas serão melhores para o nosso carro e serão também decisivas na luta do título, portanto vamos trabalhar com esse objetivo!” 

Resultados completos AQUI

LMP1  

  1. 1 Rebellion Racing Rebellion R13 – Gibson LMP1 189 voltas  
  2. 8 Toyota Gazoo Racing Toyota TS050 – Hybrid LMP1 H +51,524 
  3. 7 Toyota Gazoo Racing Toyota TS050 – Hybrid LMP1 H +2 voltas 

LMP2  

  1. 22 United Autosports – Oreca 07 – Gibson – 182 voltas 
  2. 37 Jackie Chan DC Racing  – Oreca 07 – Gibson – +24.152  
  3. 38 JOTA  – Oreca 07 – Gibson – +1 volta  

LMGTE Pro 

  1. 95 Aston Martin Racing  – Aston Martin Vantage AMR – 173 voltas  
  2. 92 Porsche GT Team – Porsche 911 RSR – +1volta  
  3. 51 AF Corse  – Ferrari 488 GTE EVO – +1volta 

LMGTE AM  

  1. 90 TF Sport – Aston Martin Vantage AMR – 170 voltas 
  2. 98 Aston Martin Racing –  Aston Martin Vantage AMR – +3.671  
  3. 56 Team Project 1 – Porsche 911 RSR – + 21.227  

Campeonato pilotos: 

  1. Jose Maria LOPEZ -112  
  2. Kamui KOBAYASHI – 112  
  3. Mike CONWAY -112 
  4. 2 Brendon HARTLEY – 107  
  5. Kazuki NAKAJIMA -107  
  6. Sébastien BUEMI – 107 
  7. 3 Bruno SENNA – 93  
  8. Gustavo MENEZES – 93 
  9. Norman NATO – 93  

Campeonato pilotos LMP2: 

  1. Filipe ALBUQUERQUE – 94 
  2. Philip HANSON – 94  
  3. Gabriel AUBRY – 90  
  4. Ho-Pin TUNG – 90  
  5. Will STEVENS – 90  
  6. Paul DI RESTA – 79 
  7. António Félix DA COSTA – 77  
  8. Roberto GONZALEZ – 77  
  9. 5 Frits VAN EERD – 76  
  10. 5 Giedo VAN DER GARDE – 76   
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