24h de Le Mans: Será desta que a Porsche vence a 20ª?

Falar de Le Mans, implica falar da Porsche. A marca alemã cravou o seu nome na história do automobilismo e, em especial, na história da corrida mais longa e exigente do endurance mundial.
Com um legado que se estende por mais de sete décadas, são 19 vitórias da marca em La Sarthe. Desde a sua estreia em 1951, a fabricante alemã construiu uma reputação sólida baseada em consistência, inovação tecnológica e uma incrível capacidade de resistência. A Porsche consolidou o seu nome em Le Mans e em 2025 tenta regressar aos triunfos, com o último a datar de 2017.
Estreia e Primeiros Anos (1951–1960)
A jornada da Porsche em Le Mans começou apenas três anos após a fundação da marca. Em 1951, o 356 SL Aluminium Coupé venceu na sua categoria (até 1.100 cm³), feito repetido em 1952. Durante as décadas de 1950 e 1960, a Porsche concentrou-se em categorias de menor cilindrada, acumulando inúmeras vitórias de classe, sem ainda disputar diretamente a vitória geral.
O primeiro sinal de que a Porsche almejava voos mais altos veio em 1958, com o 718 RSK alcançando o terceiro lugar geral. Em 1968, com o 908, a Porsche registou a volta mais rápida da qualificação e terminou novamente em terceiro lugar. Em 1969, protagonizou um dos finais mais emocionantes da história, num final de cortar a respiração contra um Ford GT40.

A Era do 917 e as Primeiras Vitórias (1970–1971)
Tudo mudou com a introdução do lendário Porsche 917, que estreou em 1969. Em 1970, Hans Herrmann e Richard Attwood conquistaram a primeira vitória absoluta da Porsche em Le Mans, pilotando o 917K. No ano seguinte, Gijs van Lennep e Helmut Marko repetiram o feito com o mesmo modelo, estabelecendo um recorde de distância percorrida que perduraria até 2010.
Além da sua importância desportiva, o 917 tornou-se um ícone do desporto mototrizado, ganhando destaque no filme Le Mans, estrelado por Steve McQueen.
Domínio nas Décadas de 1970 e 1980
Após mudanças de regulamento, a Porsche voltou a vencer em 1976 e 1977 com o 936 Spyder, agora com motor turboalimentado. Em 1979, mesmo sem equipa oficial, a Porsche triunfou com o 935 K3 da equipa privada Kremer Racing, marcando a primeira vitória geral de um carro com motor traseiro.
Nos anos 1980, a Porsche viveu o seu auge em Le Mans. O 956, primeiro protótipo da marca com monocoque de alumínio e aerodinâmica de efeito solo, venceu quatro vezes consecutivas (1982–1985). O seu sucessor, o 962C, seguiu com vitórias em 1986, 1987 e, com modificações, novamente em 1994. No total, foram sete vitórias consecutivas, de 81 a 87
Durante esse período, a Porsche também forneceu carros e suporte técnico para diversas equipas clientes, ampliando ainda mais a sua presença e número de vitórias na prova.

Anos 1990: Adaptação e Persistência
Apesar da crescente concorrência de marcas como Jaguar, Peugeot e Toyota, a Porsche manteve a sua competitividade. Em 1994, venceu com o Dauer 962, uma versão adaptada do 962C para atender aos regulamentos GT. Em 1996 e 1997, o protótipo Joest TWR-Porsche WSC Spyder, com base em tecnologia Porsche, conquistou duas vitórias consecutivas. A última vitória da década veio em 1998, com o 911 GT1 98.
Retorno ao Topo: A Era Híbrida
Depois de um hiato nas vitórias absolutas, a Porsche retornou ao topo com o 919 Hybrid, uma verdadeira revolução tecnológica. Combinando alto desempenho e eficiência energética, o modelo conquistou três vitórias seguidas: 2015, 2016 e 2017. Com isso, a Porsche chegou a 19 vitórias absolutas em Le Mans, além de mais de uma centena de vitórias à classe, reforçando o seu status como a equipa mais bem sucedida da história da prova.

Agora, com o 963, a Porsche navega esta nova era da resistência. Depois de um arranque algo titubeante, a Porsche encontrou performance e conseguiu vencer o título de pilotos em 2024. Mas Le Mans ainda não voltou a sorrir à marca germânica que procura a 20ª vitória à geral. Em 2025, o foco volta a estar nesta ambiciosa meta, com mais concorrência que nunca.
O 963 é um protótipo LMDh de última geração desenvolvido para competir nos campeonatos FIA WEC (classe Hypercar) e IMSA (classe GTP). Sucessor do dominante 919 Hybrid, o 963 é menos complexo, mas enfrenta desafios igualmente exigentes. A Porsche liderou o desenvolvimento inicial da categoria LMDh, enfrentando problemas com baterias e o sistema híbrido, resolvidos com um trabalho intensivo que contribuiu para o sucesso nas primeiras corridas.

O Porsche 963 utiliza um chassis monocoque em fibra de carbono, desenvolvido pela Multimatic com base nos regulamentos LMP2 (regulamentar na categoria LMDh) com peso mínimo de 1.030 kg. O motor é um V8 biturbo de 4.6 litros, derivado do 918 Spyder, com mais de 8.000 rpm, capaz de gerar até 671 cv (limitado pelo regulamento). A transmissão é uma caixa sequencial de 7 velocidades Xtrac, acoplada a um sistema híbrido padronizado que inclui bateria da Williams Advanced Engineering, MGU da Bosch e eletrónica também da Bosch, operando até 800V e com uma capacidade de 1,35 kWh. A unidade híbrida (padronizada) fornece reforços temporários de até 68 cv, mantendo o limite total de potência. Visualmente, o 963 homenageia os lendários 956 e 962 na dianteira, com elementos modernos inspirados no Porsche 911 geração 992 na traseira.
A equipa Porsche Penske Motorsport apresenta três carros inscritos nas 24 Horas de Le Mans de 2025, todos com o protótipo Porsche 963 Hybrid, repartidos entre o programa IMSA e o WEC.
O carro número 4 pertence à divisão norte-americana (IMSA) e conta com os pilotos Felipe Nasr (Brasil), Nick Tandy (Reino Unido) e Pascal Wehrlein (Alemanha). Já os carros número 5 e 6 integram o programa do Mundial de Endurance (WEC). No Porsche n.º 5 alinham Julien Andlauer (França), Michael Christensen (Dinamarca) e Mathieu Jaminet (França). O Porsche n.º 6 é pilotado por Kevin Estre (França), Laurens Vanthoor (Bélgica) e Matt Campbell (Austrália).
Será desta que a Porsche chega à 20ª?
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