CRÓNICA WRC, Rui Francisco Soares (Eng. WRC): Um pneu…. atípico

Por a 19 Fevereiro 2020 09:44

O Rali da Suécia é a única prova de neve do Campeonato do Mundo de Ralis. A definição do tipo de piso de cada prova, entre terra, asfalto ou neve, determina quais as opões de homologação que se podem usar em cada prova, pese embora as diferenças entre terra e neve sejam mínimas. No entanto, no que diz respeito ao pneu a utilizar, são mundos opostos.

Uma prova de neve determina que o pneu a utilizar seja mais estreito, que se possa montar na mesma jante utilizada em terra e que esteja “munido” com 384 pregos para garantir aderência no gelo. Dependendo do tipo de fornecedor, a forma como estes pregos são inseridos no pneu varia, tal como a sua dimensão.

O rali da Suécia foi uma prova extremamente atípica a todos os níveis. A falta de neve e gelo obrigou a organização a um esforço enorme antes da prova para garantir um rali com condições mínimas e com isso foram obrigados a reduzir o percurso. Ainda assim, o “São Pedro” nórdico não ajudou e a semana começou com um shakedown com “pó”!

Naturalmente, estes pneus não foram fabricados para este tipo de condições e, enquanto as equipas se esforçavam para reunir a maior quantidade de dados sobre o funcionamento do pneu em terra, os pilotos tentaram habituar-se à sensação de guiar um carro com pneus de pregos… sem gelo. Afinal de contas, esta era a primeira vez que se rodava nestas condições com esta geração de WRC.

Decisões de última hora garantiram que poderíamos utilizar 4 pneus novos por troço o que tornou a tarefa mais simples, mas, ainda assim, bastante difícil para os pilotos pois os pregos desaparecem com relativa facilidade em terra e fazem falta quando, no final dos troços, temos gelo.

Para dar um exemplo de quão importante era perceber o funcionamento dos pneus podemos ver o caso do WRC2 onde, tradicionalmente, o pneu Pirelli é mais eficaz no gelo pois o prego tem, sensivelmente, mais 4mm de profundidade, no entanto, quando o gelo desaparece, também tem mais tendência a desaparecer pois funciona como maior “alavanca” e isso contribuiu, e muito, para o desfecho final no WRC2.

No caso dos WRC, onde todas as marcas utilizam o pneu Michelin, o tipo de afinação em conjunto com o estilo de condução de cada piloto, teve muita influência no número de pregos que se perderam por especial, e isso fez com que, mais notoriamente no sábado, vários pilotos se queixassem de “falta de frente” no final dos troços (principalmente no 2º) e as margens entre eles ficassem mais dilatadas.

A próxima prova é o rali do México onde, o calor, a altitude e o piso bastante solto serão os principais fatores a ter em conta!

Até lá!

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