ERC, Rally Serras de Fafe: O último a ‘rir’ foi Hayden Paddon

Por a 13 Março 2023 11:38

Por João Freitas Faria

O Rali Serras de Fafe marcou o início de mais um Europeu de Ralis. Tal como no ano passado, foi uma prova difícil devido à meteorologia, mas muito competitiva nas lutas da frente. Após muitas trocas de liderança, Hayden Paddon (Hyundai i20N Rally2) aproveitou um furo de Mikko Heikkila (Skoda Fabia Rally2 evo), que fez um rali espetacular…

O Campeonato da Europa de Ralis regressou em 2023 pleno de competitividade. Um plantel absolutamente fantástico em Fafe, numa prova de abertura em que registaram constantes trocas de posições em todos os lugares pontuáveis, que são quinze.

Só na frente, registaram-se sete trocas de líder nas 14, das 17 programadas, classificativas disputadas. Isso deve-se a um alargado número de concorrentes com bom potencial e, neste caso, também às muitas incidências em que o evento nacional desta série foi pródigo.

O rali começou com a super-especial de Fafe, na noite de sexta-feira, e aí foi Ricardo Teodósio quem brilhou, terminando o primeiro dia de competição no comando das operações. No entanto, com a entrada no dia seguinte nas classificativas ‘convencionais’, o forte contingente ‘europeu’ tomou conta dos acontecimentos.

De volta à ribalta, Mads Ostberg colocou o seu Citroën C3 Rally2 na frente na primeira passagem por Boticas/Vale do Tâmega. Na prova especial seguinte, Boticas /Senhor do Monte, e ainda sem ter sido o melhor em qualquer classificativa, o finlandês Mikko Heikkila e o seu Skoda Fabia Rally2 Evo passou para a frente. Tal como para aqueles que o precederam na liderança, seria, no entanto, sol de pouca dura. Cumprido novo troço cronometrado, Cabeceiras de Basto, Mads Ostberg voltou para o topo da classificação. Durante as duas primeiras secções da prova, a diferença entre os dois primeiros nunca chegou aos três segundos.

A terceira secção trazia nova ronda pelas provas especiais matinais. Aí, Craig Breen atacou forte e colocou o seu Hyundai i20N Rally2 no comando. O irlandês viria, contudo, a furar no troço cronometrado seguinte, perdendo muito tempo. Vencendo pela única vez uma classificativa, o finlandês Heikkila regressou à frente e aí se manteria, pelo menos até ao final do segundo dia de competição. O acidente de Armindo Araújo levou à interrupção da PE 7 e à anulação das duas seguintes. A classificação ficava “no ar” até à atribuição dos tempos nocionais a todos aqueles que não puderam disputar o último troço cronometrado cumprido.

O jovem campeão finlandês arrancou para a segunda etapa com uma vantagem de 4,2 segundos e nas três provas especiais seguintes dilatou esse avanço para 12,8s.

Isso tinha como justificação a sua constância nos bons tempos alcançados, atributo de que não gozavam os seus perseguidores que, aqui e ali, no entanto, assinaram performances notáveis. No entanto, a sua primeira passagem por Lameirinha não foi muito bem sucedida e Mads Ostberg, aquele que o seguia de mais perto, ficava a 2,9 segundos com nova secção e ronda pelos troços matinais por cumprir.

Quem vinha em excelente ritmo era Hayden Paddon. O neozelandês em quatro provas especiais recuperou 12,6 segundos para o líder e 11,3s para Ostberg, estando, nessa fase, a apenas 1,7s do lugar intermédio do pódio. No troço cronometrado seguinte, a segunda passagem por Santa Quitéria, o neozelandês ultrapassou Ostberg e passou a rodar no segundo posto. Com apenas uma prova especial por disputar, Heikkila, Paddon e Ostberg, os três primeiros estavam separados por 7,7s, Paddon estava a 2.8s do líder finlandês, e em Lameirinha 2, a Power Stage, o piloto que mais tempo havia rodado na liderança furou, teve que trocar a roda do seu Skoda, e caiu bastante na classificação, para a oitava posição. Hayden Paddon atacou forte e venceu o rali, com uma vantagem final de 10,8 segundos para Mads Ostberg.

Os dois primeiros classificados da prova portuguesa acabaram sendo dois pilotos que agarraram “com unhas e dentes” esta oportunidade naquele que, para ambos, é o retorno à presença, de forma constante, numa série internacional.

Com tanta disputa pelo pódio, quase ficavam sem notoriedade a excelente prova realizada por outros concorrentes, como aquela do estónio Georg Linnamae, terceiro com um Hyundai i20N Rally2. Muito boas prestações igualmente para o polaco Miko Marczyk em Skoda Fabia RS Rally2, quarto, e Yoann Bonato em Citroën C3 Rally2, quinto.

Resultado pouco consentâneo com as suas prestações teve Craig Breen, vencedor da prova do CPR, que foi o melhor em seis provas especiais, venceu a Power Stage e chegou a estar no comando. Um erro e um furo levaram a que perdesse muito tempo.

Chegou a ser 20º mas ainda conseguiu recuperar até à 6ª posição em que chegou a Fafe. Teve velocidade, mas o furo atrasou-o muito.

Se a prova de abertura do campeonato foi bastante animada no que diz respeito à luta pelas 15/20 primeiras posições, já o mesmo não se poderá dizer dos escalões ERC3 e ERC4.

No ERC3 o britânico Jon Armstrong, ao volante de um Ford Fiesta Rally3, era o único concorrente. Foi, contudo, muito rápido pois no final conseguiu quase 8 minutos de avanço para o segundo classificado no grupo.

Já no ERC4 a vitória poderia ter sido portuguesa pois Ernesto Cunha esteve quase toda a prova na liderança. Problemas com os travões do Peugeot 208 Rally4 levaram a uma toada mais comedida na derradeira classificativa e permitiram que o italiano Roberto Dapra, numa viatura idêntica, recolhesse os louros.

A prova do Demoporto foi interessante, foi pena o temporal de sábado e as especiais canceladas, mas os troços escolhidos permitiu muita competitividade.

O ERC volta à estrada a 5 e 6 de maio, em Las Palmas, para o Rally Islas Canarias.

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