CPR, Rally Serras de Fafe: Vitória fácil de Craig Breen

Por a 13 Março 2023 12:38

FOTOS @World

Apesar de um furo, Craig Breen/James Fulton (Hyundai i20 N Rally2) venceram no CPR, com Miguel Correia e Jorge Carvalho (Skoda Fabia Rally2 evo) e Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20N Rally2) a completar o pódio.

Tal como se esperava, Craig Breen/James Fulton (Hyundai i20 N Rally2) venceram com facilidade a prova do CPR integrada no Rali Serras de Fafe, deixando claro a sua candidatura ao título português. A prova fica marcada pelo acidente de Armindo Araújo e Luís Ramalho, que os pode tirar das ‘corridas’ durante algum tempo, de modo a recuperarem das mazelas. Que voltem depressa é o que se deseja.

Miguel Correia e Jorge Carvalho (Skoda Fabia Rally2 evo) foram segundos no CPR na frente de Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20N Rally2), num evento muito difícil pela sua extensão e condições meteorológicas do primeiro dia.

Confirmou-se o que se antevia desde que o Team Hyundai Portugal anunciou a vinda de Breen para o campeonato português. O irlandês traz um ritmo inalcançável para os ‘nossos’ pilotos e se não tivesse furado na PE7, teria ganho com alguma facilidade a prova do Europeu. O irlandês, ao contrário de 2022, em que teve uma época difícil na M-Sport/Ford, entrou bem em 2022 com a Hyundai MotorSport no WRC, foi o melhor Hyundai no Rali da Suécia e ao juntar ao seu programa o CPR, tornou-se de imediato na ‘estrela da companhia’, o que confirmou fortemente na estrada.

Seja como for, os ralis são por vezes caixinhas de surpresa, e as coisas até poderiam ter terminado mal, porque na penúltima especial Breen quase capotou, fruto do andamento que estava a impor.

Breen venceu mais troços (6) no ERC, do que os três candidatos ao triunfo na prova do ERC Hayden Paddon, Mads Ostberg e Mikko Heikkila, juntos, somaram quatro, o que diz bem da ‘vontade’ com que Breen encarou esta prova.

Nesta prova, perante estes factos a concorrência lusa não teve argumentos, como não teria a europeia sem o furo. Se olharmos para o CPR, Breen venceu 11 troços, Armindo Araújo e Ricardo Teodósio, um cada…

Seja como for, tem de se destacar a prova que fizeram Armindo Araújo e Luís Ramalho, enquanto andaram. Depois da super especial de 6ª Feira, Armindo Araújo venceu em Boticas/Vale do Tâmega, porque Breen entrou mal no sábado e foi para a frente do rali. Breen reagiu logo a seguir e foi para a liderança, que não mais largou. No fim da manhã de sábado, o piloto do Skoda já estava a 39.0s. Depois veio o acidente.

Miguel Correia fez o que se esperava, chegou a vencer troços no CPR, andou sempre entre o 2º e o 4º lugar nos troços, foi um justíssimo segundo classificado na prova, isto depois de ter terminado o 1º dia na frente do CPR, aproveitando o furo sofrido por Craig Breen.

Ricardo Teodósio e José Teixeira não se entendem com o mau tempo em Fafe. Já no ano passado tiveram muitas dificuldades. Sofreram muito, ainda assim terminaram o dia a 46.9s de Miguel Correia. No domingo, dois piões atrasaram-nos, mas começaram o ano com um pódio, o que é a melhor notícia de todos depois de uma prova tão complicada.

José Pedro Fontes e Inês Ponte terminaram no 4º lugar do CPR. Primeiro dia difícil com uma afinação que não resultou face aos pisos enlameados, mas um segundo dia bem diferente, que lhes permitiu recuperar posições, terminando não muito longe do pódio do CPR.

Pedro Almeida e Mário Castro terminaram na quinta posição do CPR, cumpriram o objetivo, mas foram prudentes face às condições, com o piloto a admitir que podiam fazer bem melhor na terra.

Lucas Simões e Nuno Almeida, na estreia do Ford Fiesta Rally2 no CPR, foram sextos e o jovem piloto (24 anos) está a dar os passos certos na construção do que pode vir a ser uma grande carreira. Está a fazer o CPR pela primeira vez, e já a mostrar um nível muito interessante face à experiência que tem. Um caso a seguir com muita atenção…

Paulo Neto e Nuno Mota Ribeiro foram sétimos. Um primeiro dia muito difícil em que se atrasaram muito, no segundo andaram bem melhor, mas o atraso já era grande e difícil de recuperar.

Ernesto Cunha e Carlos Magalhães (Peugeot 208 Rally4) venceram as 2RM lusas, estiveram muito perto de vencer o ERC4 à geral, não o conseguiram devido a ter de levantar o pé perto do fim, porque o carro estava a dar sinais de ‘cansaço’.

Paulo Caldeira e Ana Gonçalves (Citroën C3 Rally2) fizeram uma prova cautelosa, porque o estado dos troços no primeiro dia não convidava nada a grandes riscos. Começaram o rali no 18º lugar, recuperaram até ao 10º posto.

Pelo caminho ficaram Bernardo Sousa e Inês Veiga (Citroën C3 Rally2), depois de um toque já no último dia de prova. Até aí, altos e baixos. Andaram pelo terceiro posto do CPR, na PE3. Depois uma penalização à saída da assistência atrasou-os, caíram para o sétimo lugar. No segundo dia eram 17º, recuperam um pouco até 11º, mas depois veio o toque e o abandono.

Pedro Meireles/Pedro Alves (Hyundai i20 N Rally2) começaram bem, eram quintos do CPR quando uma correia do motor se soltou deixando-os parados em Boticas. Regressaram no 2º dia, voltaram a parar devido a nova avaria.

Ricardo Filipe/Filipe Carvalho (Ford Fiesta Rally2) deram um toque e danificaram um braço de suspensão quando eram nonos do CPR, depois de uma prova em que rodando muito atrás e muito mais de sobrevivência do que a tentar andar o melhor possível.

Filme do rali

Ricardo Teodósio foi o primeiro líder do rali, ao vencer a super especial de Fafe, mas os difíceis troços de Boticas e da Serra da Cabreira, mudaram muita coisa no CPR. Na primeira especial de sábado, Armindo Araújo venceu, batendo Craig Breen por 5.1s, passando a liderar o rali no CPR, com 4.0s de avanço. O estado do troço, versus a ordem na estrada escolhida pelo irlandês, atrasaram-no um pouco. Em Boticas, Breen puxou dos galões e bateu Armindo Araújo por 14.9s passando para a frente do CPR com 10.9s de avanço. Na PE4, Cabeceiras de basto 1 as margens foram ainda maiores. Craig Breen venceu com 28.1s de avanço para Armindo Araújo, Miguel Correia ficou a 45.9s, e por aí adiante…

A PE5 foi cancelada por razões de segurança, na PE6 Breen alargou mais a margem, Armindo Araújo estava a 53.2, Miguel Correia quase a dois minutos, Teodósio a 2m46s, Pedro Almeida a 3m22s, Lucas Simões a 3m47s, Bernardo Sousa penalizou à saída da assistência, depois de um ligeira saída de manhã e Fontes também se atrasava mais, ficando a 4m14s do líder.

Depois tudo se complicou. Craig Breen furava a perdia 2m22.6s, Armindo Araújo teve um violento acidente, o rali foi interrompido e as especiais 8 e 9 já não se realizaram. A ação foi retomada apenas no domingo. Depois de revistos os tempos, atribuídos registos nominais, Miguel Correia terminava o dia 23.2s na frente de Craig Breen, com Ricardo Teodósio a 46.9s da frente. Pedro Almeida era quarto 24.8s na frente de Lucas Simões que por sua vez tinha José Pedro Fontes 26.5s atrás de si.

No dia seguinte, esperava-se que Craig Breen rapidamente recuperasse a liderança, e isso sucedeu logo na PE11. Na PE12, Breen alargou a margem colocando-a em 23.5s face a Miguel Correia, e Fontes passou para a frente de Lucas Simões. Na PE13, Fontes aproximava-se de de Pedro Almeida, e na PE14, Breen quase capotou, já perto do final, quando se preparava para vencer novo troço à geral. Teve sorte, pois podia ter estragado ali o resultado no CPR, porque no ERC o furo que teve na PE7 tirou da luta da frente, onde estava, pois liderava o rali no final da PE6.

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