F1: Um resumo da novela Oscar Piastri

Por a 7 Agosto 2022 18:47

No primeiro dia da pausa de verão começou uma novela inesperada, que pode dar ainda muito que falar. Oscar Piastri acabou por ser a estrela dos últimos dias. O jovem que este ano é apenas piloto de reserva da Alpine tem dado que falar com a sua recente nega à equipa que o ajudou na sua formação.

Comecemos pelo início. Fernando Alonso (quem mais) foi o catalisador de toda esta situação. O piloto espanhol que regressou na época passada à casa onde se tornou bicampeão (Alpine). A expressão “El Plan” ganhou força nas redes sociais, associada a ideia do plano que motivava o espanhol, que passava por se acostumar novamente à F1, motivando a Alpine a apostar tudo na época 2022, para estar pronta no arranque da nova era estar mais perto das vitórias. O problema é que “El Plan” não durou muito tempo.

Fernando Alonso convenceu imediatamente a Alpine e logo em 2021 conseguiu um pódio o que era um bom sinal para o futuro. No entanto, a Alpine tinha Oscar Piastri debaixo de olho. O campeão de F2 (após ter conquistado a Fórmula Renault Eurocup e a F3) não conseguiu lugar na F1, mas a equipa queria manter o jovem australiano por perto, pois o potencial mostrado nas categorias de iniciação deixava todos de água na boca. Assim, a jogada da Alpine era relativamente simples: manter Fernando Alonso, que mostrou ter qualidade para atuar ao mais alto nível na F1, encontrar um lugar para Piastri em 2023 para depois em 2024 receber o jovem na sua equipa. O plano passou por colocar o jovem australiano na Williams e, pelos vistos, já havia um acordo apalavrado entre ambas as partes. Isto foi feito porque a Alpine estava obrigada, no contrato assinado com Piastri a, ou dar-lhe um lugar em 2023 ou arranjar-lhe um lugar noutra equipa para depois regressar em 2024. A Alpine estava disposta a cumprir a sua parte do acordo e tudo parecia bem encaminhado. A equipa cumpria a sua parte do seu contrato, depois de investir muito no seu jovem talento, que iria rodar numa equipa em 2023 para regressar em 2024 e enquanto isso contava com Fernando Alonso para garantir a performance da equipa.

Mas a vida da Alpine complicou-se de forma surpreendente. Alonso não gostou de ver que a equipa não contava com ele para 2024 (Piastri não iria ficar afastado da equipa se brilhasse na Williams) e o contrato apresentado de apenas um ano, com mais um de opção, fez o asturiano torcer o nariz. Lawrence Stroll que viu a sua estrela, Sebastian Vettel, anunciar o fim da carreira no final da época, olhou para Alonso (com quem tem uma boa relação) como a melhor opção para garantir experiência e talento, numa fase crucial do desenvolvimento da equipa. Stroll mostrou os planos e um saco cheio de notas e Alonso, achou por bem aceitar e esquecer “El Plan”. Os responsáveis da Alpine viraram-se então para Piastri que, segundo a Alpine, teria apenas de aceitar, pois estava no acordo assinado anteriormente. Mas a McLaren tratou de complicar a equação.

Zak Brown, que anda muito ativo no mercado de jovens pilotos do outro lado do atlântico, viu uma oportunidade em Piastri e com Daniel Ricciardo a não mostrar o que se esperava, estava encontrada a justificação para abordar Piastri, mostrando-lhe o lugar de Ricciardo. O jovem piloto aceitou e acreditou que a mudança para a McLaren seria pelo melhor, até porque quando as conversações se iniciaram, a escolha era entre a Williams e a McLaren. Alonso ainda não tinha lançado a bomba.

Resumindo, Alonso não gostou de ver que a sua carreira na Alpine poderia durar apenas mais um ano e, colocando os seus interesses em primeiro lugar, encontrou um acordo de maior duração, numa estrutura que pode até dar-lhe hipóteses de vencer a médio prazo. Ao não dizer nada, apanhou todos de surpresa e complicou a vida a toda a gente. Complicou a vida a Piastri, que fez um acordo tendo a convicção que Alonso ia correr na Alpine, decisão já tomada pela equipa (Alonso era claramente a aposta para 2023). Se Piastri soubesse que Alonso ia sair, provavelmente ficaria na Alpine e não precisaria de qualquer mudança. Alonso também complicou a vida à Alpine que ficou sem a sua estrela e, por ter apostado no espanhol, viu a sua jovem promessa olhar para outras paragens e ser convencido, esquecendo o investimento que a Alpine fez na sua carreira. A McLaren vê-se também envolvida em mais um imbróglio jurídico com um piloto com contrato com outra estrutura, tal como acontece com Alex Palou, embora os contornos sejam diferentes.

Agora Alonso vai para a Aston, contente da vida, Alpine não tem piloto para a próxima época e a carreira de Piastri deverá continuar na McLaren, esperando que as complicações jurídicas não atrapalhem o caminho do jovem. A F1 é por vezes um jogo confuso.

Subscribe
Notify of
3 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Scb
Scb
1 ano atrás

Alonso é o culpado de tudo! Gosto sobretudo da parte de ser responsável por a McLaren “se ver envolvida em mais um imbróglio jurídico”. Vai se a ver e também é o responsável pela situação Palou.
A Alpine está isenta de culpas. Nem é a parte com melhor posição de força…

Pity
Pity
1 ano atrás

Neste momento, a única certeza é que Alonso vai para a Aston Martin e Piastri não vai para a Alpine. Diz-se muita coisa mas, objectivamente, ninguém sabe qual a verdadeira situação contratual do Piastri. Uns dizem que Piastri tem contrato com a McLaren para piloto titular em 2023, outros que o contrato, em 2023, é só de piloto reserva. Mas ninguém leu os contratos (acho eu…) Consta que o contrato de Piastri com a Alpine, ou a sua opção de continuidade, terminava em 31 de julho. A “bomba” Alonso rebentou já em agosto, pelo que a ser aquele o prazo,… Ler mais »

leandro.marques
1 ano atrás

Se querem receber dinheiro pelo vosso trabalho façam um favor a vocês próprios e apaguem do site “notícias” como esta. Senti vergonha alheia ao ler isto.

últimas Autosport Exclusivo
últimas Autosport
autosport-exclusivo
últimas Automais
autosport-exclusivo
Ativar notificações? Sim Não, obrigado