F1: Carlos Sainz quer um Safety Car mais rápido. Faz Sentido?

Por a 22 Novembro 2023 10:54

As queixas das velocidades do Safety Car na F1 são comuns nos pilotos, que querem sempre que Safety Car seja mais rápido. E no GP de Las Vegas, com temperaturas baixas e um asfalto pouco aderente, os pilotos tiveram dificuldades para aquecer as borrachas.

Carlos Sainz referiu isso no final da corrida e pediu um Safety Car mais rápido:

“A curva 1 no reinício após Safety Car foi como conduzir no gelo. Precisamos de encontrar uma solução, penso eu, para tornar o Safety Car um pouco mais rápido nestes cenários. Não consigo explicar-vos a sensação de ir a 340 km/h e saber que, quando se carrega no travão, aquela coisa não vai parar.”

O Grande Prémio do Canadá assinalou o 50º aniversário da introdução do Safety Car na Fórmula 1. Uma história que nem sempre foi consensual, de uma ferramenta que se tornou indispensável na competição.

O Safety Car fez a sua primeira aparição no Grande Prémio do Canadá de 1973, na sequência de vários incidentes causados por condições climatéricas adversas. Para controlar o caos, foi colocado em pista um Porsche 914, conduzido pelo antigo piloto canadiano, Eppie Wietzes.

No entanto, as coisas não correram muito bem, uma vez que o Safety Car apanhou o piloto líder errado, fazendo com que a maior parte do pelotão acabasse com uma volta a menos. Isto significou que foram necessárias várias horas para descobrir quem realmente ganhou a corrida, até que Peter Revson foi mais tarde confirmado como o vencedor.

Só na temporada de 1993 é que a Fórmula 1 introduziu oficialmente o Safety Car em todos os fins-de-semana de corrida, depois de testes realizados nos Grandes Prémios de Inglaterra e França em 1992 e enquanto não foi designado um Safety Car Oficial da F1, vimos vários carros a assumirem esse papel, fornecidos pela organização local do GP. No entanto, tudo mudou a meio da época de 1996, graças a um acordo que perdura até aos dias de hoje. A Fórmula 1 e a Mercedes uniram forças, dando ao fabricante alemão a responsabilidade de fornecer o Safety Car Oficial para todas as corridas.

Atualmente, a F1 tem dois Safety Cars: O Aston Martin Vantage, com a Aston Martin a conseguir colocar um dos seus bólides em pista e o Mercedes AMG GT Black Series.

O Aston Martin já foi alvo de algumas críticas por ser algo lento. No entanto, trata-se de um carro com 510 CV, capaz de fazer dos 0 aos 100km/h em 3.5 segundos. O AMG GT é uma máquina que impõe mais respeito. Com 730 CV é capaz de ir dos 0 aos 100km/h em 3.2 seg. Esta versão está adaptada com apêndices aerodinâmicos específicos e uma suspensão revista. Como é fácil de entender, trata-se de um carro rápido. Era este o Safety Car em Las Vegas.

Um dos requisitos para um carro ser um Safety Car é a sua prontidão. Um Safety Car tem de estar pronto a entrar em ação em pouco segundos em qualquer condição. E qualquer carro capaz disso, por muito rápido que seja, não terá a mesma performance de máquinas preparadas especificamente para serem rápidas em pista e que precisam de estar nas condições certas. Ter um carro de competição como Safety Car seria pouco prático e exigiriam uma logística maior (além de retirar mais um elemento de publicidade).

Mais ainda, o Safety Car não é pensado para ser rápido, é pensado para controlar o ritmo do pelotão quando necessário. E há alturas em que a velocidade tem mesmo de ser baixa para segurança de todos. Apesar disso, o ponto de Sainz, em certas condições, faz sentido. O Safety Car não consegue ter a mesma performance de um F1, apesar dos números espantosos. E numa pista com as caraterísticas de Las Vegas, a segurança nos recomeços pode estar em causa. O que se pode fazer? Ou os pilotos têm de ter mais cuidado, uma vez que as condições são iguais para todos, ou encontrar um novo procedimento de arranque após Safety Car. O problema não está tanto no Safety Car, mas sim em todo o procedimento. Faz sentido fazer, por exemplo, duas voltas mantendo a ordem, para os pilotos aquecerem os pneus antes proceder ao recomeço da prova. Ou encontrar uma solução que permita aos pilotos colocarem mais temperatura nos pneus. Pilotos, equipas e FIA devem falar sobre esse tema de uma vez por todas para deixarmos de parte o tema da falta de velocidade do Safety Car.

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