F1: Adrian Newey quase foi despedido da McLaren… por pintar o seu escritório numa cor diferente

Por a 23 Dezembro 2023 17:22

Adrian Newey é um dos maiores génios da F1 e a coleção de títulos que os carros desenhados pela sua mão já conquistaram diz muito da influência do britânico na competição. Na McLaren, ganhou três títulos (dois de pilotos e um de construtores – 1998 e 1999) mas a história esteve perto de não acontecer… por causa de um escritório pintado de fresco.

A meio da época de 1997, Newey mudou-se para a McLaren. Na altura, Ron Dennis era rei e senhor da equipa e tudo tinha de ser à sua maneira. E os escritórios da equipa era todos em tons de cinza, prateado ou preto (tal como a equipa), uma paleta de cores pouco viva para os gostos de Newey. No podcast Formula For Success, o brilhante desenhador britânico contou a história:

“Só lá estava há cerca de duas semanas, por isso estava a trabalhar horas a fio para preparar o design do carro de 98”, disse. “O escritório que herdei era o antigo escritório de John Barnard, e tinha painéis de mogno do chão ao teto, uma mesa de mogno escuro, uma cadeira preta, tapetes castanhos escuros e sujos – era simplesmente deprimente. Por isso, quando estávamos de partida para a Hungria, disse ao diretor da fábrica: “Pode alegrar um pouco a casa durante o fim de semana? E dei-lhe uma tabela de pintura azul ovo de pato, e [pedi-lhe para] colocar uma carpete castanha e trocar a cadeira por algo um pouco mais claro e assim por diante. E ele fez tudo isso no fim de semana, voltou na segunda-feira e o escritório era mais ou menos o meu”.

“Nessa noite, o Ron entrou por volta das seis horas para ver como eu estava a passar e, quando chegou à ombreira da porta, olhou para cima. Não disse uma palavra. Começou a engolir em seco como um peixe e, à medida que engolia, foi ficando cada vez mais vermelho até ficar roxo. Pensei: ‘Meu Deus, ele vai ter um ataque cardíaco aqui e agora!’ e, por fim, ainda sem dizer uma única palavra, engolindo em seco, pôs-se a andar e nunca mais disse uma palavra. Penso que, para ele, há dois lados. Em primeiro lugar, o facto de a sua fábrica ter agora um pouco de cor e, em segundo lugar, o facto de tudo ter acontecido sem ele saber. Ele é um pouco controlador, o que é justo – provavelmente no automobilismo é preciso ser. Anos mais tarde, soube pela Lisa, a mulher dele, que ele voltou nessa noite e disse: ‘ Acabou-se! Livra-te dele. Vou despedi-lo de manhã!’ Ela convenceu-o um pouco. Ele não estava contente”.

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