Comissão Municipal de Vila do Conde estuda possível regresso das corridas ao circuito da “Princesa do Ave”

De acordo com o Jornal de Notícias, uma Comissão Municipal de Vila do Conde estuda o possível regresso das corridas ao circuito da “Princesa do Ave”. Ainda bem recordados das fantásticas corridas que por ali se realizaram até 2003, as principais forças políticas do município parecem entender-se nessa questão e por isso está a ser estudada a viabilidade de ali se voltarem a fazer corridas. A comissão já foi aprovada por unanimidade mas ainda não reuniu e a presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Elisa Ferraz já revelou ao JN que “tendo em conta o arranjo urbanístico da marginal de Vila do Conde” lhe parece completamente impossível encontrar uma alternativa que permita realizar o circuito deixando de imediato claro que a “autarquia não irá gastar dinheiro com o circuito”.

A verdade é que foi precisamente a requalificação da zona da Marginal de Vila do Conde que determinou o fim das corridas na “Princesa do Ave” em 2003, pois o que era antes a reta da meta passou a ser uma via de apenas um sentido para cada lado, como se pode ver na foto da mais célebre curva do traçado. Segundo declarações de Luis Vilela, do PSD, ainda ao JN, só com novo programa Polis para a zona, pois o que hoje existe teria de ser completamente refeito para que as corridas ali pudessem ter lugar novamente.

Basicamente, tendo em conta os valores necessários para refazer toda a zona, parece pouco provável que o município aceda em investir, mesmo sabendo da importância que teria para a cidade. Depois do regresso de Vila Real, concretizado este ano, parece bem mais complicada a tarefa de reavivar Vila do Conde, maioritariamente pelas obras necessárias entre a zona do Castelo e a Praia Azul, e ainda ficariam a faltar as boxes, rails, etc.

Sendo verdade que a Velocidade Nacional tem muito a ganhar com os circuitos citadinos, pois a proximidade com as populações é muito maior, os custos são também muito elevados, e tendo em conta os tempos de crise que se vivem hoje em dia torna complicado fazer investimentos sem todas as garantias de retorno. Veja-se o caso do muito falado circuito de Lisboa. Chegou a ponderar-se para várias localizações, em zonas onde as intervenções não teriam o calibre do que seria necessário para Vila do Conde, e mesmo assim, até ver, não passou das intenções.

Também o Porto/Porto Lazer lutam para voltar a ter o WTCC no Circuito da Boavista (e por arrasto boa parte da velocidade nacional) mas o investimento é grande e apesar dos homens do Eurosport Events já terem dito ao AutoSport que só estão à espera da resposta do Porto/Porto Lazer, estes precisam por sua vez da resposta do Turismo de Portugal. Nos tempos que correm não é fácil tomar este tipo de decisões, mas por exemplo, no caso do Circuito da Boavista, apesar do forte investimento, dificilmente será um evento que não se multiplique várias vezes o investimento, na hotelaria, restauração,comércio, etc. Resta aguardar…