Beirão da Veiga: “Pilotos de F1 estão formatados, mas admiro o Alonso por querer mais…”

Por a 28 Dezembro 2017 14:03

Lourenço Beirão da Veiga trocou este ano o ‘sprint’ da Seat Leon Eurocup, pelo ‘endurance’ do GT Open, naquele que foi um regresso aos GT. Para lhe dar uma ajuda, António Félix da Costa, Tiago Monteiro, Augusto Farfus, e até Nelson Piquet Jr.

Lourenço Beirão da Veiga teve que voltar este a mudar o ‘chip’ com um projeto muito interessante nos GT. O pressuposto passava por dividir o BMW M6 GT3 da Teo Martin com dois nomes incontornáveis do desporto automóvel internacional, António Félix da Costa e Tiago Monteiro. A competição escolhida, o International GT Open. As circunstâncias levaram a que Augusto Farfus e Nelson Piquet Jr., também tivessem feito dupla com Beirão da Veiga, e a época terminou em grande com a equipa a dar um bom salto competitivo, afirmando-se como uma das mais fortes do plantel. Já não foram a tempo de discutir o título, mas deixaram a ideia que, caso a decisão recaia na repetição desta competição, se os protagonistas forem os mesmos, o futuro é promissor.

A ideia de Rui Costa Campos, Proprietário da Team Costa Campos Racing, continua a ser levar a equipa às 24 Horas de Le Mans, mas enquanto sobem degraus, toda a equipa ‘cresce’. Foi, sem sombra de dúvida, um grande desafio para Beirão da Veiga, mas o piloto português evoluiu bastante ao longo do ano, e ver como se aguentou na frente em Silverstone e Monza, apesar de bem pressionado, espelha bem esse facto. Numa altura em que ainda não tem definido o futuro, fizemos com ele o balanço do ano: “Penso que temos que dividir a época em duas partes. A primeira conseguimos mostrar algum andamento, mas por uma razão ou outra não estávamos a concretizar os resultados. No Estoril não tivemos hipóteses, foi a primeira corrida e o carro não estava em condições. Em Spa, fizemos quarto, e na segunda corrida, começou a chover depois de termos ido às boxes, tivemos que fazer uma paragem extra. Em Paul Ricard, estávamos em primeiro e o carro pegou fogo. Houve alguns altos e baixos em que conseguíamos mostrar andamento mas não materializámos. Depois houve uma segunda metade de temporada em que as coisas não poderiam ter corrido melhor, fomos a equipa a fazer mais pontos, conseguimos por o carro competitivo, obtivemos duas vitórias, na última corrida também podíamos ter ganho, mas aconteceu porque seguimos ordens de equipa, ao tentar que os pilotos do outro carro ganhasse o campeonato. Estou muito contente e acho que se tivéssemos este ritmo logo no início, teríamos lutado pelo campeonato. A equipa evoluiu, e eu também” começou por dizer Beirão da Veiga, que resumiu o seu regresso aos GT: “No Estoril senti-me bem, apesar das coisas não nos terem corrido bem, em Spa, tive uma saída nos treinos livres, que não entendo como aconteceu e perdi um bocado a confiança. Mas recuperei e evoluí muito, principalmente na gestão dos pneus. Inicialmente metia um ritmo forte, mas depois tinha dificuldades no fim do stint. Ao longo do ano consegui aprender a fazer melhor essa gestão, que é muito importante numa corrida de 70 minutos. Passei a fazer stints mais constantes e inteligentes. O maior desafio foi por isso na cabeça. Estava habituado a voltas sempre a fundo mas aqui não dá, por causa do peso do carro, dos pneus, consumos, são formas diferentes de corrida. Trabalhámos no desgaste dos pneus, pois em alguns circuitos este BMW tem falta de tração em curvas lentas, e por isso desgastava mais os pneus. Conseguimos melhorar essa questão, foi um bom trabalho”.

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Melhor carro do GT Open

Outro ponto curioso, numa competição com tanta diversidade de carros, foi perceber se o BMW M6 GT3 da Teo Martin era o carro indicado para esta aventura: “A nível de travagem, não há melhor. É mesmo um carro imbatível. Conseguíamos travar mais tarde, e tínhamos essa vantagem em relação aos nossos adversários. O carro é também muito estável em curvas rápidas, mas tem o handicap que já referi, a tração a sair das curvas lentas. Por a potência no chão é difícil, é mecânico, e temos ajudas, controlo de tração. Mas globalmente acabou por ser uma boa aposta o BMW e como prova estão os últimos resultados.” O carro mais vitorioso no GT Open foi o Lexus, com seis triunfos, seguido do BMW com quatro. O Lamborghini venceu três e A Ferrari, uma corrida, por intermédio de Miguel Ramos.

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Quatro colegas de equipa

A época de Beirão da Veiga ficou marcada por quatro colegas de equipa em sete eventos. Inicialmente estavam previstos apenas Félix da Costa e Tiago Monteiro, mas duas lesões do piloto da Honda no WTCC, a segundo bem mais grave, levou a que também augusto Farfus e Belson Piquet Jr. Avançassem: “Para já falamos todos a mesma língua, por isso foi fácil. Adaptámos-nos todos bem. Todos eles trouxeram ‘inputs’ positivos, obviamente o António e o Augusto (Farfus) trouxeram mais, porque estão ligados à BMW e conhecem melhor o carro, e foi por aí que se calhar conseguimos dar aquele salto de competitividade do início para o fim da época. Foi bastante positivo, correu tudo lindamente” disse o piloto que ainda não sabe como vai ser o futuro: “Neste momento não sei nada. Sou piloto do Team Costa Campos, penso que faz sentido mantermos-nos nos GT mas na está nada definido. Tenho algum voto na matéria mas a decisão final é do Rui Costa Campos. Penso que devíamos materializar o andamento que temos agora no mesmo campeonato, mas temos outras opções em aberto. Ainda não falámos, vamos fazê-lo em breve e a equipa vai decidir. Estou à espera que o telefone toque. O objetivo é chegar a Le Mans, agora, é a melhor maneira do fazer. Queremos lá estar pelo menos em 2019”.

 

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so23101706
so23101706
6 anos atrás

Curiosamente, não encontrei no artigo nada sobre os tais pilotos formatados – mais ‘clickbait’ -, mas em contrapartida fiquei a conhecer o Belson Piquet Jr., que deve ser filho do antigo piloto da Willimas, Belson Piquet Sr.

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