Bruno Magalhães: Alguma sorte no meio de tanto azar…

Por a 21 Junho 2017 14:32

Bruno Magalhães permanece no comando do Europeu de Ralis, apesar de ter abandonado em Chipre, devido a uma saída de estrada que, apesar de caricata, poderia ter assumido contornos bem mais complicados…

A participação de Bruno e Hugo Magalhães no Rali do Chipre afigurava-se, no cenário em que têm estado rodeadas as deslocações europeias da equipa nacional este ano, como aquela que poderia ser a menos complicada da época até ao momento. Depois de confirmar a inscrição à última hora nos três ralis anteriores, a participação no evento cipriota ficou resolvida bastante ‘cedo’, logo após o Rali da Acrópole com a confirmação do apoio da Seajets. Para além disso, este seria o rali em que menos teria de ser ‘descoberto’ no Skoda Fabia R5 pois o acerto foi semelhante ao utilizado na Grécia, com o líder do campeonato a não ter, também, desta feita, a desvantagem do conhecimento da prova, pois o seu maior rival, Kajetan Kajetanowicz, também não conhecia o traçado.

A semana começou com um teste privado na terça-feira na zona de Tseri, a sudoeste de Nicósia, e o piloto mostrou-se “bastante agradado com a sessão, que correu bem, e julgámos ter sido produtiva. Rodámos cerca de 50 km e procurámos alterar ligeiramente o acerto que adotámos na Grécia, de modo a que o carro também fosse competitivo no asfalto. Quisemos também saber como se comportavam os pneus, que nunca utilizámos aqui, com o piso a variar tanto”. Já nos reconhecimentos foi necessário encontrar e montar pneus mistos na viatura de aluguer utilizada para evitar os furos nas muitas zonas com pedra cheia de bicos e propícia a rasgões. Num ápice, mas em bom ambiente e com piloto, co-piloto e equipa ARC confiante, chegou a sexta-feira e a Qualificação.

Com as duas passagens de reconhecimento dessa classificativa a serem utilizadas para mais alguns ajustes apesar do piso encontrado ser muito mais escorregadio que aquele que deveria ser encontrado na prova, o terceiro melhor tempo alcançado permitiria também ser um dos primeiros a escolher a ordem de partida, algo determinante num rali em que é preponderante encontrar a estrada ‘limpa’ para obter bons tempos. Com Nikolay Gryazin, o mais veloz do dia, a escolher ser o 15º na estrada e Nasser Al-Attiyah o 14º, restou a Bruno Magalhães a posição imediatamente anterior, 13º, para ser o menos prejudicado possível. Como ‘bónus’, Kajetan Kajetanowicz havia furado ao dar um toque numa pedra e arrancaria muito mais cedo, foi o sexto a partir.

Já no sábado, o rali começou mal. Logo na primeira classificativa, o piloto português assinou apenas o sexto melhor tempo por duas razões. A primeira foi evidente após os primeiros quilómetros pois a escolha de pneus não havia sido a mais indicada e o carro escorregava bastante e depois porque os últimos 10 km foram feitos no pó levantado por Murat Bostanci que tinha parado para substituir uma roda devido a um furo. A situação não melhorou na prova especial seguinte pois o Mitsubishi Lancer Evo X de Deniz Denner, quarto na estrada, bloqueou o percurso e a restante caravana teve de cumprir o itinerário alternativo.

Aí a ordem de partida foi alterada sem qualquer aviso ou razão aparente. Tal facto gerou enorme confusão sem que muitos concorrentes soubessem quando arrancariam e Magalhães quase partia para a PE 3 com uma das portas do Skoda por fechar. Esse era um sinal evidente duma falta de concentração que levou a que uma vez mais a equipa nacional não fosse além da sexta melhor marca. O troço cronometrado posterior já correu melhor e com a assinatura do quarto melhor tempo, a viatura com a bandeira portuguesa subiu ao quinto posto. A passagem pelo parque de assistência foi benéfica pois na segunda passagem por Kalo Chorio, Bruno já foi terceiro e subiu a igual posicionamento na classificação, atrás de Nasser Al-Attiyah e do seu rival Kajetanowicz.

Tudo terminaria, contudo, na classificativa seguinte, a segunda ronda por Giorgos Kyprianou Lefkara. Bruno Magalhães não conseguiu evitar uma saída de estrada. Tudo aconteceu quando o piloto se deparou com um co-piloto na estrada com um painel OK e, “naquele segundo de desconcentração a olhar para ele, não ouvi as indicações do Hugo que me diziam que aquela era uma curva de atenção e enganadora, a única com essas características em todas as notas do rali. No segundo seguinte estava a descer por ali abaixo aos trambolhões só parando quando bati na traseira de outro adversário. Por incrível que pareça, três carros, três dos principais adversários, ficámos os três, no mesmo sitio. Parece insólito, mas é verdade”.

Os danos no Skoda Fabia da ARC Sport não permitiram regressar em Super Rali pois “apesar de fisicamente estarmos bem, o carro ficou mal tratado. O azar dos outros até poderia vir a ser a nossa sorte, porque o nosso mais direto rival já estava fora, mas acabou por ser o nosso azar também”. Mesmo com semelhante desaire, a vontade de progredir mantém-se pois “continuamos na frente do campeonato e a procurar novos apoios que nos permitam continuar a fazer provas e a levar o nome de Portugal e do nosso automobilismo mais além. Este é o nosso desporto de eleição e é aqui que queremos continuar com mais ou menos sorte”. A próxima “corrida” de Bruno e Hugo Magalhães é tentar voltar a juntar apoios que permitam a presença na próxima prova do ERC 2017, Rally Rzeszow, evento polaco em asfalto que tem lugar entre 3 e 5 de agosto.

João Freitas Faria

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