Como Bruno Magalhães consolidou a liderança do Europeu de Ralis

Por a 10 Maio 2017 14:48

Bruno Magalhães foi às Canárias para subir uma vez mais ao pódio duma prova do ERC, consolidando desta forma a liderança no Europeu de Ralis. Isto, depois duma participação em que voltou a ter que fazer ‘das tripas coração’ para ultrapassar as dificuldades. Seguimo-lo passo a passo…

Bruno-Magalhaes-ERC-Canarias-2017-(2)Segundo rali do europeu, segunda grande prestação de Bruno e Hugo Magalhães, dupla que voltou a contrariar todas as adversidades, saindo das Canárias de cabeça bem erguida e na frente do campeonato. Desta feita, não lutaram pelo triunfo, mas o piloto de Lisboa teve nova performance de luxo que não passou despercebida a ninguém e que justificou na plenitude a presença no sempre animado e muito concorrido pódio final, no Parque Santa Catalina, em plena Las Palmas de Gran Canária. Um terceiro lugar atrás das duas grandes ‘trutas’ do ERC, Alexey Lukyanuk, que venceu a prova, e ‘Kajto’ Kajetanowicz, que veio mais uma vez mostrar a sua valia enquanto piloto. No final, mais um bom resultado para o piloto português que só muito tardiamente viu ser confirmada a sua deslocação às Canárias. Apesar do desejo da equipa para estar presente, o ‘fecho’ do orçamento só foi conseguido já no limite do prazo para a entrega das inscrições e, ultrapassada essa fase, foi necessário à ARC Sport, que agora acompanha a dupla lusa, conseguir um Skoda Fabia R5, pois a outra unidade, a que venceu o Azores Airlines Rallye, já estava ‘reservada’ para a Ilha Terceira.

Movidas muitas influências, o ‘OK’ da Skoda Motorsport chegou apenas a duas semanas do arranque do evento e, tal facto, levou também a que o carro embarcasse tardiamente para a ilha espanhola. O desembarque ocorreu no domingo que antecedeu a prova e obrigou a que, noite dentro, a equipa técnica, piloto e co-piloto ‘descobrissem’ estaticamente a nova viatura.

bruno magalhaesEncontrado nos Açores o setup ideal para terra, era agora altura para que fosse feito o mesmo para o asfalto, um piso também bastante exigente, sobretudo numa prova com uma superfície tão abrasiva como a de Gran Canária, e tal tarefa teve que ser cumprida no ‘Monday Test’. Feitas as primeiras passagens e tentativas de acerto, o primeiro revés surgiu quando a organização decidiu prolongar para duas horas o intervalo para almoço; o segundo quando um espetador foi acometido de doença súbita e o seu socorro obrigou a que a sessão vespertina estivesse muito tempo interrompida para a chegada de nova ambulância. Situações imprevistas que condicionaram o plano de trabalhos.

Foi assim, ainda muito longe do acerto desejável, que Bruno e Hugo Magalhães iniciaram a Qualificação, sendo que nas três passagens optaram por procurar melhores afinações ao invés de olhar para o cronómetro. Na altura, apesar da meteorologia também poder vir a ser um problema, o facto de ser a sétima equipa da estrada acabava por não ser tão importante num evento de asfalto.

Na manhã de sexta-feira, a disputa da primeira classificativa confirmou alguns receios da dupla, pois o carro estava longe do acerto ideal e entretanto já tinha sido acumulado importante atraso para os adversários que costumam ditar as leis no campeonato. No entanto, com pequenas alterações, foi possível a Magalhães adotar um ritmo mais forte e, num ápice, os tempos averbados passarem a ser comparáveis aos das referências. Foi então altura de passar ao ataque e subir da nona posição inicial para o segundo posto já a 25,7 segundos do líder, Alexey Lukyanuk. Por isso, Bruno Magalhães naturalmente muito feliz ao final do dia: “Fiquei muito contente com o nosso trabalho. Não estávamos à espera de conseguir impor um ritmo tão forte e de terminar o dia em segundo. Foi um dia espectacular, provavelmente o meu melhor dia em provas no estrangeiro. A confiança no carro, na equipa e no trabalho do meu navegador foi tal que me permitiu andar rápido e lutar pelas melhores posições. Sentimento de dever cumprido”, revelou o piloto que já sabia que no segundo dia, tudo iria ser mais complicado: “Os troços do segundo dia eram idênticos aos do ano passado e a maioria dos pilotos já os conhecia. Eu ia às escuras”. Com o carro melhor afinado, o segundo dia de competição trazia duas dificuldades acrescidas: condições climatéricas em mutação e o desconhecimento dos troços.

bruno magalhaes Rali-das-Canárias-(14) A primeira ronda pelas três classificativas acabou por ditar a descida da equipa portuguesa ao terceiro posto, por troca com Kajetan Kajetanowicz, devido a uma escolha conservadora pelos pneus duros e ainda pela “descoberta” do itinerário. Na segunda passagem, já com os pneus mais adequados e um maior entrosamento com o sinuoso traçado, a velocidade melhorou e a distância para o segundo classificado foi encurtada. Foi, como tal, com grande alegria que Bruno e Hugo Magalhães regressaram a Las Palmas, com a obtenção dum excelente resultado e a sensação de dever cumprido, ao terem carimbado o objetivo de manterem a liderança do campeonato europeu que sai agora reforçada: “Por um lado, é um terceiro lugar com sabor a vitória, por outro, também tem um sabor agridoce tendo em conta que o segundo lugar estava ali tão perto. Mas o mais importante é que consolidámos a liderança no Europeu de Ralis, algo que nunca pensámos possível quando alinhámos nos Açores. Estamos por isso muito contentes com o que fizemos e evoluímos ao longo deste rali. Foi um verdadeiro trabalho de equipa. Estamos todos de parabéns”, frisou o piloto. Agora, cada vez mais ajustado às especificidades do Skoda Fabia R5 da ARC Sport e com mais ritmo competitivo, Bruno Magalhães tudo fará para encontrar apoios que lhe permitam continuar essa luta: “Temos um carro com um desempenho notável e uma equipa motivada, mas para continuarmos são necessários apoios. É nisso que me vou

concentrar de seguida na esperança de dar mais um passo importante neste campeonato, que está a correr de feição”, conclui convicto que o sol que brilhou em Las Palmas poderá ter trazido uma nova luz à continuidade do projeto.

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2 Comentários
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joseaalves
joseaalves
6 anos atrás

POR TUDO Q QUE CONSEGUIRAM REALIZAR, COM NOVA MÁQUINA E DE FORMA EXCEPCIONAL EM DOIS RALIS, MERECEM APOIO INCONDICIONAL, DENTRO DOS PARÂMETROS, LOGICAMENTE. Mas, antes do fado habitual e porque sou amante da modalidade, tomo a iniciativa de lançar a possibilidade de convidar os concessionários SKODA e o Grupo que fazem parte integrante, a serem os primeiros a promoverem apoio a esta magnifica equipa, Partindo deste pressuposto, vejamos o que a equipa concretizou com experiência ZERO. Rali AÇORES: Experiência e conhecimento da prova? BOM Experiência e conhecimento da viatura? +/- 50 KMS em ritmo de treino, se tanto! Resultado? Os… Ler mais »

mcrae
mcrae
6 anos atrás

Realmente é pena que as próprias marcas continuem a assobiar para o lado e não garantam qualquer apoio. Felizmente temos portugueses como o Miguel Oliveira, António Félix da Costa, Parente, Albuquerque, etc etc que conseguem correr lá fora mas muito graças a investidores estrangeiros, ou marcas que sabem do seu valor e lá se vão safando. Mesmo assim vemos que têm que fazer um caminho muito mais duro que os restantes, veja-se o percurso do Miguel e do Vinãles.. Como somos um país pequeno com uma economia fraca, não há muitos patrocínios, e os que há são todos concentrados para… Ler mais »

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