Como se vão fazer ralis?

Por a 12 Maio 2020 13:59

Ni Amorim, Presidente da FPAK foi um dos convidados do debate promovido pela Eleven Sports para se discutir o presente e o futuro dos ralis em Portugal. Naturalmente, um dos temas em cima da mesa, teve a ver com a data do arranque e como tudo se poderá processar nos ralis sendo que neste momento ainda não há diretrizes do Governo e das autoridades de Saúde.

A FPAK elaborou um documento, que já remeteu às autoridades competentes em que detalha as nuances da se fazerem ralis, tendo tido inclusivamente o cuidado de alertar que o Secretário de Estado do Desporto vai normalmente a quatro provas por ano, que têm muita gente – o Rali de Portugal, o WRX em Montalegre, a Rampa da Falperra e o circuito de Vila Real – o que terá deixado esse dirigente algo apreensivo, mas Ni Amorim explicou que essas são as exceções a nível de público, pois as corridas de velocidade, Vila Real à parte não costumam ter muita gente, o Rali de Portugal foi cancelado e nos ralis será bem mais fácil manter as pessoas afastadas, impedindo-as de circular nos Parques de Assistência, não permitindo a realização de super especiais, e provavelmente dando indicações às organizações para divulgar o maior número de zonas possíveis de albergar público em segurança e com espaço, para não haver aglomerados. Se isso é possível, é nos ralis.

Tudo o resto logo se verá o que dizem as autoridades quando responderem à FPAK: “Termos de arrancar com consciência, com segurança, pois é penoso e difícil ver a atividade desportiva paralisada há dois meses, temos que arrancar, mas para isso há que, em primeiro lugar, definir com os clubes organizadores aqueles que, face a esta pandemia, têm condições de implementar as suas provas e ajustar, se necessário, o número de provas pontuáveis para os campeonatos” começou por dizer Ni Amorim, presidente da FPAK no debate, sem querer adiantar muito devido à prevista reunião com os clubes que se vai realizar amanhã.

Do lado dos clubes, o convidado foi António Sequeira, Presidente da Escuderia Castelo Branco, que desde logo assegurou “se fosse preciso,

conseguíamos criar uma estrutura para realizar um rali daqui a 15 dias” disse antes de elencar as suas preocupações: “Há muitas situações que me preocupam. Será que vamos ter hóteis para as equipas e todas as pessoas que virão a Castelo Branco?” começou por dizer, referindo-se depois é a questão da presença do público e do provável impedimento de haver super especiais: “90% dos patrocínios existem porque existe uma super especial, dinheiro que a Escuderia Castelo Branco não vai poder aproveitar. Esses troços permitem que se junte muita gente o que dá muita visibilidade para as marcas”, disse.

Quanto à possibilidade dos ralis permitirem, até ‘nova ordem’ que o público se possa espalhar ao longo dos troços, António Sequeira tem dúvidas: “No que toca às ZE, para mim é um problema enorme, pois acho que não é bom não haver zonas demarcadas para ter público, pois esses locais escolhidos, são-no porque são seguros. Doutra forma, corremos o risco do público se colocar onde entender. Não é possível ter polícia metro a metro”, disse, revelando ainda que terão se se encontrar soluções, lembrando que os ralis são um pólo dinamizador do turismo na regição: “é uma das vantagens deste desporto, o Rali de Castelo Branco é um dos pontos altos do turismo em Castelo Branco, e não só em Castelo Branco, foi por toda a Beira Interior um dos pontos altos é o Rali de Castelo Branco. Não há uma cama vaga da Covilhã quase a Pombal, não há restaurantes com mesas vagas e portanto teremos de perceber se há condições para virem a Castelo Branco”.

Para Armindo Araújo, a questão é simples. Vai haver quem determine as medidas, e quando as equipas se deslocarem, confia que tudo esteja pensado: “A questão da segurança não se coloca, pois uma organização como a da Escuderia Castelo Branco, a partir do momento que colocam a prova na estrada vão dar às equipas a segurança suficiente para se fazer prova. Não quero por ninguém em risco, todos nós vivemos momentos diferentes do habitual, o nível de risco aumentou, mas é como ir ao supermercado, à bomba de gasolina, as regras da sociedade mudaram e a parte desportiva tem que arcar com as contingências. Para mim, a FPAK dá-me garantias e havendo consenso nós sabemos que vamos para um evento com condições mínimas para o disputar. Acho que todos temos que colaborar para uma solução”, disse.

José Pedro Fontes, em representação do piloto e do líder da Sports & You, representante Ibérico da PSA MotorSport, é de opinião que “temos que estar muito solidários e do lado dos clubes, pois entendemos dificuldades que irão existir para organizar provas. Teremos de cumprir as regras sanitárias que forem impostas, salvaguardar a segurança e dar o exemplo. Estou convicto que os nossos adeptos, dos ralis, nos ajudarão a fazê-lo bem. As organizações e a FPAK irão ditar as regras que todos nós devemos cumprir e ser responsáveis. Temos mesmo de assegurar isso. Todos nós temos que ter este espírito construtivo. Neste momento temos que estar focados no que temos de fazer para que as provas possa ir para a estrada. Para já é fundamental assegurar a autorização para o fazer em segurança. Não devemos passar uma má imagem daquilo que são os ralis. Vamos certamente ter muito público, as pessoas necessitam de ter atividades para fazer ao fim de semana, será uma boa oportunidade para ter muita gente mas também por isso temos que passar uma mensagem de sensatez e segurança, e se tivermos de abdicar de alguma coisa, que assim seja, e por fim temos que estar ao lado dos clubes. Acho que é possível desde que o façamos com bom senso. É muito importante não nos esquecermos disto. Nestes primeiros tempos acho que não deve haver super especiais, que são propícias a ter muita gente num espaço muito reduzido. Temos que aproveitar bem os troços onde há espaço para garantir o distanciamento social. Depois impor medidas excecionais para as partidas, pódios, limitar áreas de menos espaço para não sermos um mau exemplo. Agora que muitos outros estão parados, temos que dar um bom exemplo e passar uma boa imagem”, disse.

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