GP de São Paulo de F1: George Russell, da gravilha ao triunfo

Por a 14 Novembro 2022 18:45

Na sexta-feira, após a qualificação, George Russell seguramente que não era um homem satisfeito, mas o jovem inglês recuperou e lançou-se para uma prestação que o levou ao triunfo no Grande Prémio de São Paulo, oferecendo à Mercedes a sua primeira vitória da temporada.

Interlagos foi o palco do terceiro fim-de-semana ‘Sprint’ da temporada, o que significava que a qualificação era disputada na sexta-feira e no circuito brasileiro isso implicou uma sessão disputada com chuva intermitente, o que dificultou a vida a pilotos e a equipas.

Russell acabou por ser preponderante para o desfecho final da sessão que definiu a grelha de partida para a corrida de sábado, dado que na Q3, quando a chuva voltou a cair, saiu de pista, provocando uma bandeira vermelha, o que significou que os tempos não seriam melhorados.

Kevin Magnussen, com um bom ritmo e bom sentido de oportunidade, assegurava a pole-position seguido de Max Verstappen e do inglês da Mercedes, que apesar do seu erro, assegurava um bom lugar na grelha de partida.

No sábado, as condições da pista apresentavam-se completamente diferentes, com o asfalto seco e as temperaturas a subirem.

Magnussen arrancava da pole-position para a corrida sprint, mas essa ‘anormalidade’ acabaria, seguramente, por tender para a normalidade, o que significava a queda do piloto da Haas na classificação ao longo dos cem quilómetros de prova que formaria a grelha de partida para o Grande Prémio de São Paulo.

O dinamarquês manteve o comando apenas durante uma volta, cedendo-o a Verstappen, que foi seguido por Russell.

O holandês apostou nos pneus médios para fazer a prova de cem quilómetros e o inglês nos macios, mas ao contrário do que poderia ser esperado, foi o piloto da Red Bull que teve problemas com a gestão das borrachas da Pirelli, vendo-se batido por Russell, que venceu a Corrida Sprint.

O Bicampeão Mundial seria ainda ultrapassado por Carlos Sainz e Lewis Hamilton, vendo a bandeira de xadrez no quarto lugar.

Os Mercedes pareciam ser os carros mais eficazes em Interlagos, rápidos e com uma boa capacidade de gerir os pneumáticos, ao passo que os Red Bull estava em dificuldades para manter as borrachas em boas condições.

A Ferrari parecia ser a principal adversária dos ‘Flechas de Prata’, mas Carlos Sainz tinha uma penalização de cinco lugares na grelha de partida, por ter trocado o motor de combustão interna do seu monolugar, e Charles Leclerc estava atrasado, dado não ter feito qualquer volta de slicks na Q3 – a ‘Scuderia’ montara pneus intermédios no carro do monegasco, quando a pista ainda estava seca.

Este era o cenário para o Grande Prémio de São Paulo que se realizaria com pista seca, tal como a corrida sprint de sábado.

Com dois carros nas duas primeiras posições na grelha de partida, a Mercedes tinha a sua melhor oportunidade, até à data, de vencer um Grande Prémio em 2022.

O arranque aconteceu sem grandes sobressaltos, tendo Russell e Hamilton mantido as duas primeiras posições, tudo parecia correr de feição aos homens da formação de Brackley.

No entanto, no decorrer da primeira volta, Kevin Magnussen e Daniel Ricciardo envolveram-se num toque que resultou no abandono de ambos, o que obrigou à entrada em pista do Safety-Car.

No reinício, na sétima volta, Russell deixou quase para o último momento o regresso das hostilidades, tendo Hamilton ficado exposto ao ataque de Verstappen – o holandês lançou-se para uma manobra agressiva no S de Senna e o inglês não cedeu, tendo o toque sido inevitável.

O heptacampeão mundial caiu para oitavo, ao passo que o Bicampeão Mundial, com a asa dianteira danificada, era obrigado a passar pelas boxes, caindo para o final do pelotão.

Poucos metros mais à frente, Leclerc tentava ultrapassar por fora Lando Norris na Ferradura, tendo os dois pilotos se tocado, o que obrigava o monegasco a trocar a asa dianteira do Ferrari, após um toque nas barreiras.

Em poucos metros, três pilotos que poderiam dificultar a vida a Russell tinham as respectivas provas condicionadas.

O jovem inglês tinha no seu encalço Sérgio Pérez, que não tinha andamento para o piloto da Mercedes, ao passo que Sainz, que rodava em terceiro depois de passar Norris, tinha os seus próprios problemas.

Uma ‘tear-off’ alojava-se na conduta de arrefecimento dos travões traseiros direitos, obrigando o espanhol a rumar às boxes na décima sétima volta – na prática, o piloto da Ferrari era obrigado a assumir uma estratégia de três paragens, o que era longe do ideal.

Apenas Hamilton, que recuperara rapidamente até aos lugares do pódio, ostentava um ritmo capaz de preocupar Russell, mas a cerca de dez segundos, a sua ameaça era muito relativa.

Porém, já com o heptacampeão mundial no segundo posto o caminho para a vitória do jovem inglês sofreu uma contrariedade.

Na quinquagésima segunda volta, Norris parou em pista com problemas eléctricos, o que obrigou a uma situação Safety-Car Virtual seguido de Safety-Car, deixando Hamilton no encalço de Russell.

Sem que a Mercedes lançasse a ordem para os seus pilotos mantivessem as suas posições, o jovem inglês tinha a sua primeira vitória num Grande Prémio sob ameaça.

Contudo, Russell esteve imperial, absorvendo a pressão de que foi alvo da parte de Hamilton, lançando-se para uma vitória autoritária perante um heptacampeão mundial, o que permitiu à equipa de Brackley vencer pela primeira vez este ano e logo com uma dobradinha.

A Ferrari, com um fim-de-semana conturbado, conseguiu limitar os danos, tendo Sainz subido ao degrau mais baixo do pódio seguido de Leclerc.

A Red Bull sem andamento para os Mercedes e Ferrari, viu Verstappen cruzar a linha de meta em quinto à frente de Pérez, apesar de a equipa ter ordenado que os dois pilotos trocassem de posição.

FIGURA: George Russell

O jovem inglês não esteve no seu melhor na qualificação, protagonizando uma saída de pista que levou a interrupção da sessão. Mas tanto na corrida sprint como no Grande Prémio esteve num nível elevadíssimo. Foi incisivo na ultrapassagem a Verstappen no sábado e imperturbável durante a prova de domingo, muito embora a vantagem que construíra ao longo da corrida tenha desaparecido devido a um Safety-Car.

Contudo, não se atemorizou por ter Hamilton no seu encalço e conquistou a sua primeira vitória em Grandes Prémios.

MOMENTO: Incidente entre Verstappen e Hamilton

O inglês era o principal adversário de Russell na luta pela vitória, mas ao envolver-se num toque com o holandês, caiu para oitavo, vendo a sua corrida condicionada.

O Safety-Car final deu uma réstia de esperança a Hamilton de conseguir desfeitear o seu colega de equipa e manter o seu recorde de vencer, pelo menos, um Grande Prémio em todas suas temporadas de F1, mas Russell esteve imperturbável, conquistando o triunfo.

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