GP Arábia Saudita de F1/2º pelotão: ‘Dobradinha’ desapontante da Alpine

Por a 20 Março 2023 13:55

A Alpine dominou completamente a luta pela primazia do Segundo Pelotão durante o Grande Prémio da Arábia Saudita, mas os homens da formação do construtor gaulês esperavam lutar com os Mercedes, Ferrari e Aston Martin, o que acabou por não se verificar.

Depois da prova inconsistente no Bahrein, os responsáveis da equipa de Enstone esperavam em Jeddah dar uma ideia mais clara do seu potencial, o que passava por se assumir definitivamente como a quinta força em pista, ‘roendo’ os calcanhares à Mercedes, que na primeira prova da temporada tinha sido a menos forte das, agora, ‘Quatro Grandes’.

Os treinos-livres animaram Pierre Gasly e Esteban Ocon que se mostraram competitivos e capazes de incomodar os menos fortes dos pilotos das equipas da frente, mesmo nas simulações de corrida.

A qualificação confirmou as expectativas positivas da Alpine, tendo Ocon se qualificado em sétimo, à frente de Lewis Hamilton, não muito distante de Fernando Alonso, o terceiro mais rápido, 0,3s. Gasly, ainda em adaptação ao seu novo ambiente e à filosofia do A523, ficava em décimo, batido por Oscar Piastri, que teve uma excelente prestação para elevar o seu problemático McLaren até nono, ao passo que Lando Norris ficava na Q1, depois de um toque nas barreiras que danificou a suspensão dianteira esquerda do seu monolugar.

A Alpine arrancava assim para a corrida de cinquenta voltas na cauda do grupo composto pelas cinco equipas mais fortes, mas as expectativas continuavam a ser de melhorar e estar envolvida na luta com os pilotos da Aston Martin, Mercedes e Ferrari.

O arranque correu de feição a Ocon, que manteve a sua posição, ao passo que Gasly envolveu-se num toque com Piastri na saída da Curva 2, mas acabou por passar incólume, ao contrário do australiano, que com danos na asa dianteira, foi obrigado a rumar às boxes, vendo a sua prova completamente condicionada.

Qualquer desafio que pudesse surgir de trás à supremacia da Alpine no Segundo Pelotão desaparecia após alguns metros de corrida.

Ambos os pilotos tinham pneus médios montados no seu monolugar, numa estratégia esperada de apenas uma paragem nas boxes, e ao longo do início do Grande Prémio de cinquenta voltas Ocon conseguia manter Hamilton, com borrachas duras, no seu encalço, tendo o heptacampeão mundial Gasly no seu encalço.

Mas o primeiro aviso às pretensões era evidenciado ainda antes da passagem pelas boxes. Charles Leclerc, que arrancava de décimo segundo devido a uma penalização de dez lugares na grelha de partida, passou facilmente pelos dois pilotos da Alpine, sendo seguido por Max Verstappen, que alinhou em décimo quinto por não ter realizado qualquer volta competitiva na Q2 devido a problemas mecânicos.

A recuperação do piloto Red Bull era uma inevitabilidade, tal a superioridade técnica actual do carro Milton Keynes, já a facilidade com que o jovem da Ferrari, equipa com a qual a formação do construtor francês esperava lutar, passou por Gasly e Ocon mostrava que, para já, o A523 talvez não esteja em condições de se bater com os carros da frente.

Para agravar a situação dos franceses, pararam ambos antes da situação de Safety-Car provocada pelo abandono de Lance Stroll com problemas na unidade de potência Mercedes do seu Aston Martin, estavam decorridas dezoito voltas.

Este timing das paragens dos pilotos da Alpine não ocorreram por questões tácticas, mas antes por dificuldades com os pneus, que estavam a perder eficácia mais rapidamente que os dos pilotos da frente, podendo até Gasly ficar em risco relativamente a Yuki Tsunoda que rodava a seis segundos do francês, mas com os pneus em melhor estado, começava a ganhar-lhe tempo.

Porém, o Safety-Car permitia ao japonês realizar uma paragem bem mais ‘barata’, suplantando os dois Alpine, ao passo que Hamilton aproveitava também a situação para passar Ocon.

Os franceses ficavam assim mais distantes dos seus anseios, tendo ainda que lidar com o AlphaTauri para cimentar a sua posição de perseguidora às quatro equipas da frente.

A resistência do japonês durou três voltas após a saída do Safety-Car, vigésima quarta da corrida, com Ocon a suplantá-lo, fazendo Gasly na passagem seguinte pela linha de meta.

Então, o veterano da Alpine estava a apenas dois segundos de Leclerc, mas o francês nunca conseguiu ser verdadeiro ameaçador para o monegasco, que se foi afastando paulatinamente sem que o gaulês nada pudesse fazer.

No final das cinquenta voltas, Ocon cruzava a linha de meta no oitavo posto a quase dez segundos de Leclerc – que na última volta levantou o pé, rodando a quatro segundos do seu ritmo –, seguido de Gasly a 1,9s.

A Alpine vencia a sua ‘guerra’ sem quaisquer dificuldades, mas ficando aquém das expectativas criadas até à qualificação, ficando muito longe das ‘Quatro Grandes.

No último lugar pontuável ficou Kevin Magnussen que, depois de uma intensa batalha com Tsunoda, garantiu o décimo posto, conquistando o primeiro ponto da Haas esta temporada.

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