F1: Uma questão de liberdade

Por a 26 Setembro 2019 16:00

Os novos regulamentos para 2021 estão longe (muito longe) de agradarem a todos. Tal seria uma tarefa impossível na F1, mas as críticas e as dúvidas aumentam a cada semana, isto quando falta menos de um mês para a entrega dos regulamentos finais.

Nos últimos dias tem surgido queixas e dúvidas em relação ao potencial dos carros. O aspecto do carro mostrado no túnel de vento da Sauber irá ser melhorado, mas a potencial performance deixou dúvidas a Otmar Szafnauer responsável da Racing Point que afirmou que seriam até sete segundos por volta mais lentos. James Key, da McLaren foi menos drástico na sua avaliação, mas algo tem deixado a grande maioria das equipas descontente… a liberdade de poder inovar.

Os custos da F1 continuam a ser uma preocupação e os novos regulamentos pretendem diminuir estes custos. Como a busca pela inovação é cara, os responsáveis da F1 pretendem diminuir as possibilidades de inovação e o aumento de peças comuns.

“Duvido que exista algum departamento de aerodinâmica que tenha lido essas regras e tenha ficado particularmente entusiasmado com elas”, disse Christian Horner.

“É muito restrito.”, acrescentou Guenther Steiner. “O limite orçamental deve regular o desenvolvimento aerodinâmico (…), mas talvez no começo seja bom que não haja exageros.”

“Gostaria de ver mais liberdade “, admitiu Zak Brown, “portanto, quando tivermos o limite de orçamento, fica determinado quanto se pode gastar e se as regras forem um pouco mais abertas, cada equipa terá mais opções a fazer e poderemos ver carros com um aspecto um pouco mais diferente do que hoje, porque podemos escolher onde se acha que se obterá vantagem competitiva.”

A única equipa que parece concordar com estas regulamentações é a Renault, defendendo um começo mais restrito para evitar que as equipas mais fortes tenham vantagem e depois sim ir abrindo e libertando mais as equipas para que possam inovar.

Numa opinião meramente pessoal, acredito que a falta de liberdade na inovação vai contra o que é a F1. A grande maioria preferirá a corrida puras, lutas roda com roda, com os pilotos a dar o melhor. Isso é sem dúvida uma parte apaixonante da F1 e talvez aquela que mais fãs cria. Mas a inovação, o jogo do gato e do rato entre os engenheiros e a F1 é também uma parte apaixonante do desporto. A F1 não seria a F1 se não assistíssemos a evolução da Ferrari nas últimas corridas. Não é preciso ser um expert em física para apreciar a beleza da inovação e a inteligência das mudanças. Basta ter um pouco de curiosidade e gosto.

A F1 não pode, nem deve ser uma espécie de Indy ou de F2… para isso já existe a Indy e a F2. A F1 tem os melhores pilotos do mundo, mas também as melhores equipas do mundo, os melhores engenheiros… E essa qualidade toda não pode ser castrada. Sim é necessário dar condições para que equipas pequenas possam surpreender e tenham possibilidade de brilhar e crescer. E para isso o tecto orçamental parece ser uma solução muito interessante, caso bem implementada. As equipas mais fortes continuarão a sê-lo, mas as mais pequenas poderão ter a hipótese de, num golpe de génio aproximar-se da frente e brilhar. Mas para isso precisam da liberdade para criar, para pensar fora da caixa… e com um regulamento demasiado restrito tal não será possível. Esperemos que haja bom senso… se queremos preservar a herança histórica da F1 temos de preservar e honrar o trabalho Colin Chapman, Gordon Murray, John Barnard, Adrian Newey, Ross Brawn entre outros. Nomes que marcaram a F1 e que fazem parte da história da modalidade. Sem a liberdade para criarem a F1 seria muito mais pobre. Que esse espírito não se perca também.

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