F1, Notas AutoSport: Época em crescendo para a Red Bull

Por a 22 Agosto 2019 14:30

2019 marca o início de uma nova era para a Red Bull. O início de uma nova pareceria com a Honda, após vários anos com a Renault.

Foram 167 GP, 50 vitórias, 57 poles, 118 pódios, quatro títulos de construtores e outros quatro de pilotos. Uma parceira que dominou uma era da F1 em que a Red Bull ficou com os louros e a Renault foi um pouco esquecida. Esse esquecimento esfriou a relação, que foi ficando cada vez mais fria e distante com a entrada da nova era híbrida. Os resultados não eram os melhores e o ambiente de crispação foi aumentando até chegar o inevitável divórcio.

A Red Bull aproveitou a separação da McLaren e da Honda para “repescar” os japoneses e lhes darem guarida na Toro Rosso, enquanto espreitavam o potencial da unidade motriz japonesa. Os Bull gostaram do que viram e apostaram na Honda. Foi feita uma campanha de marketing bem orquestrada, com Franz Tost a dizer maravilhas do motor no primeiro ano, algo que se repetiu no início da época com a Red Bull. Chegou-se a falar no objectivo de cinco vitórias em 2019 (anúncio patrocinado pela língua sempre afiada, mas nem sempre certeira de Helmut Marko).

O início da época esmoreceu o ânimo da equipa pois os resultados e o andamento da equipa não eram suficientes para chegar à Mercedes e Ferrari. A primeira “ronda asiática” foi pautada por resultados mais modestos mas ainda assim, claramente a terceira força do grid. A Red Bull admitiu que o chassis não estava bem e que com medo da falta de potência da Honda, fizeram um carro com menos arrasto e por consequência menos apoio aerodinâmico. Mas a chegada do Grande Circo à Europa trouxe melhorias à Red Bull que foi evoluindo prova a prova, até chegar à Áustria onde Max Verstappen fez da suas e venceu. A vitória veio em boa hora pois já se falava na possibilidade de uma saída de Verstappen. A Alemanha trouxe o segundo triunfo e na Hungria lutaram “cara a cara” com a Mercedes.

Uma dupla de pilotos muito díspar

Esta evolução trouxe de volta a ambição e com os resultados mais modestos da Ferrari, a Red Bull olha agora para o vice-campeonato como uma forte hipótese. Para isso precisava de dois pilotos em boa forma, mas Pierre Gasly teve uma primeira metade de época má. O francês não se adaptou à nova realidade e ao novo carro, teve dificuldades em mostrar bom andamento e a gota de água veio na Hungria em que Verstappen precisou de ajuda e lutou sozinho contra a Mercedes. A máquina trituradora de jovens pilotos ligou-se novamente e Gasly foi despachado para a Toro Rosso. Ninguém esperava que o francês chegasse logo ao nível de Verstappen (ou até mesmo que chegasse sequer ao nível do holandês) mas todos esperavam mais de um piloto que brilhou na Toro Rosso. Teve o azar de estar na mesma equipa do holandês que, por força do seu talento e da sua maior maturidade em 2019, fez a equipa sonhar que era possível mais. As suas prestações foram a todos os níveis notáveis, fizeram subir a fasquia inesperadamente e a paciência esgotou-se também mais rapidamente assim. A “culpa” da despromoção de Gasly está em parte no excelente trabalho que Verstappen tem feito, confirmando que é um dos grandes pilotos da actualidade, agora com a maturidade suficiente para lutar por títulos.

Red Bull – Nota 9: 3º lugar – 244 pontos

A Red Bull é, a par da Mercedes, a melhor equipa da F1. A forma como a estrutura consegue encontrar soluções de forma rápida e eficiente merece destaque. A qualidade do trabalho dos mecânicos, as estratégias bem montadas e as evoluções constantes do carro não são novidade, mas devem ser realçadas. Poucas equipas trabalham tão bem quanto a Red Bull. Os começos de ano menos conseguidos são agora uma espécie de “tradição”, mas assim que chegam à Europa, os Bull´s sobem a fasquia. Foram inteligentes na gestão da relação com a Honda e pela forma como acolheram a marca japonesa e fizeram uma campanha positiva desde o ano passado. O trabalho compensa agora e a Honda fornece uma unidade com mais garantias e as duas primeiras vitórias, com Verstappen a apontar para o símbolo da Honda deve ter motivado ainda mais a estrutura nipónica. A questão da dispensa de Gasly é claramente o ponto mais baixo até agora, mas olhando de forma fria e desligada da parte humana da F1, é uma escolha que faz sentido e até é inteligente… mas a F1 nunca será nada sem o factor humano, que foi completamente esquecido. Não será fácil chegar à Ferrari que continua a investir e evoluir. Mas se a Red Bull chegar ao vice-campeonato este ano , convence a Honda a ficar mais anos e assume o desafio à Mercedes. Será um feito notável se o conseguirem.

Max Verstappen – Nota 9: 3º lugar – 181 pontos; Melhor resultado – 1º lugar (Áustria e Alemanha)

Este é o Max Verstappen que a Red Bull tanto desejava. Foram precisas 4 épocas para chegar mas finalmente está aí. Um Max maduro, inteligente na gestão da corrida, menos intempestivo e sempre rápido. É “este” Max que vai lutar por títulos e fazer história. Desde o início do ano que o holandês tem estado em grande e tem trazido para a equipa pontos valiosos. Nunca acabou abaixo do quinto e sempre tirou o máximo proveito do carro à disposição. A Red Bull irá fazer de tudo para manter o jovem por muitos anos na equipa e tem motivos para isso. Verstappen é especial e tem tudo para ser uma referência. Muitos adoram, outros odeiam, mas os grandes campeões nunca foram consensuais. Desde Mónaco 2018 que não comete um erro comprometedor e este ano subiu ainda mais a fasquia.

Pierre Gasly – Nota 4: 6º lugar – 63 pontos; Melhor resultado – 4º (Grã Bretanha)

Estes seis meses foram um pesadelo para Gasly. A diferença para Verstappen era demasiado grande para passar despercebida. A falta de soluções e de evolução era demasiado clara. Gasly não é tão mau piloto quanto a despromoção à Toro Rosso faz parecer, mas tinha de ter dado mais e não conseguiu. É mais um nome engolido pela estrutura Red Bull e pelo “monstro” Verstappen. A época começou logo mal com dois acidentes comprometedores em Barcelona. A confiança caiu e o francês nunca mais recuperou. Pareceu ter encontrado o rumo a meio da primeira metade mas, as últimas corridas sentenciaram o seu futuro… E Gasly tem de ser considerado culpado e não apenas vítima. Tinha de ter feito mais, embora merecesse mais tempo para provar o seu valor. Vai agora para a Toro Rosso para recuperar a confiança e provar que a despromoção foi um erro… resta saber se terá força mental para o fazer.

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