F1, GP de Las Vegas: Viagens, bilhetes, acomodações, por apenas oito minutos de ação

Por a 17 Novembro 2023 16:07

Las Vegas foi pensada para se tornar na montra da F1, mas esta sexta-feira mostrou-nos mais uma vez uma imagem do desporto que não queremos ver repetida. É claro que há atenuantes e a organização, apesar de ter culpas, fez o que estava ao seu alcance, mas ficaram defraudadas as expetativas de muitos fãs que quiseram ver ao vivo os monolugares de F1.

Antes de mais, é importante realçar o grande esforço feito por parte da organização para ter tudo pronto a tempo. Neste tipo de organização há sempre questões de última hora que surgem e um golpe de azar, como aquela tampa que saltou, pode provocar o caos. Mas num evento desta envergadura, com todo o Hype criado, tudo tem de ser visto e revisto ao pormenor, pois as falhas vão ser também analisadas a pente fino.

Mas há um pormenor muito importante que voltou a falhar. Os fãs presentes voltaram a ser esquecidos. Numa das piores noites da recente história da F1, que acabou às quatro da manhã, com pessoal das equipas a sair da pista depois das sete, para regressar poucas horas depois (o briefing da FIA com os pilotos está agendado para as 18 locais), além de não ter sido acautelado esse fator, ninguém pensou nos fãs que se mantiveram na pista até perto da hora de arranque do TL2.

Para muitos, a sexta-feira era o único dia possível para ver os carros em pista. O bilhete mais barato do GP serve muitas vezes para fãs com menos capacidade de verem as máquinas a passar. Dois treinos livres de uma hora prometem alguma ação em pista e dá um vislumbre do que é a F1 em todo o seu esplendor. Ora, em Las Vegas, o TL1 teve oito minutos e o TL2 foi adiado por mais de duas horas. Com muitos fãs a abandonarem a pista, outros ficaram, resistentes, mantendo viva a chama e o desejo de verem os carros e os seus heróis em pista. Minutos depois das 8h portuguesas, meia-noite em Las Vegas, foi anunciado que o TL2 deveria começar às 10h, duas horas locais. Os mais resistentes ficaram, na esperança de não verem mais adiamentos, mas foram surpreendidos. A organização convidou o público presente a abandonar as bancadas por volta das 1:30, por não ter staff para garantir a segurança dos presentes. O TL2 seria feito à porta fechada.

Na reportagem da Sky, duas pessoas voaram de Los Angeles especificamente para aquela noite para verem a ação em pista. Viram oito minutos de treino. A desilusão era clara e foi apenas uma de muitas histórias em que o investimento pessoal não foi recompensado. Não seria surpreendente se a organização tratasse do reembolso ou de outra solução para os fãs afetados, mas o cuidado com o público deveria ter sido maior. Fez lembrar o arranque da crise da Covid 19, com a F1 a ser incapaz de dar diretrizes, acabando com uma enchente de fãs a dar com o “nariz na porta” quando o fim de semana foi cancelado.

Voltamos a enaltecer o grande esforço das organizações para ter tudo pronto a tempo e com as melhores condições, mas olhando aos milhões que foram gastos, esperava-se um pouco mais. Para muitos se tratou de uma noite para recordar que se tornou numa longa e tediosa espera, sem que ninguém os avisasse que por muito que esperassem, corriam o risco de não ver carros em pista.

Foto: Chris Graythen/Getty Images / Red Bull Content Pool

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Pity
Pity
5 meses atrás

Segundo o site Ressaca F1, a F1 actualmente, nos circuitos de rua, costuma segurar / proteger estas tampas de uma forma mais robusta, só que as autoridades locais não o permitiram. Se for verdade, é ainda mais grave.
https://www.youtube.com/watch?v=J0khCt4bOzI

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