F1: Equipa não é para vender, assume Gene Haas

Por a 12 Janeiro 2024 17:14

O percurso da Haas na Fórmula 1, desde a sua entrada em 2016, não é consistente, e compreende-se pelas declarações de Gene Haas, o patrão da equipa, que a decisão de substituir Günther Steiner, o líder da estrutura desde a primeira temporada, foi apenas baseada na performance da equipa e dos maus resultados nos últimos anos. Passando por uma nova fase conturbada, a Haas podia servir como porta de entrada para a Andretti/Cadillac, que tenta tornar-se na nova equipa na competição mundial. No entanto, Gene Haas afastou essa possibilidade, afirmando estar na Fórmula 1 para correr e não para fazer dinheiro com a venda da estrutura.

São vários os episódios conturbados da Haas desde 2016. A falta de orçamento foi quase sempre um desafio complicado de ultrapassar, que levou à entrada do patrocinador russo e de Nikita Mazepin, depois afastado com o início do conflito na Ucrânia. Steiner levou a Haas a ficar mais próxima, literalmente, da Ferrari com a abertura de um novo pólo em Maranello e com a entrada de Simone Resta, tentando tirar o máximo partido da parceria com a Scuderia em termos de desempenho, mas isso ainda não aconteceu, apesar de alguns sinais positivos. No entanto, e após algumas acusações desta parceria ser uma espécie de repetição do que aconteceu com a Racing Point e a Mercedes, os resultados nunca foram do agrado de Gene Haas.

Mesmo com esta situação complicada – mais uma – de ter um novo chefe de equipa a cerca de um mês da apresentação do novo carro e ter ficado, também, sem diretor técnico, o patrão norte-americano não quer vender a Haas. 

“Não entrei na F1 para vender”, disse Gene Haas ao Formula1.com. “Fi-lo porque queria correr. Günther tinha a mesma opinião. Não estamos aqui para ganhar dinheiro, queremos correr e ser competitivos. Se olharmos para qualquer equipa, historicamente, têm tido muitos anos bons e muitos anos maus”. 

A Haas apresentou, em 2023, um novo patrocinador principal que proporcionou um pouco mais de alívio financeiro, mas há uma opinião generalizada que é uma equipa que investe pouco, tanto em desenvolvimento do monolugar como das suas infraestruturas. Gene Haas considera que isso não é verdade, apesar de admitir que é necessário ser mais eficaz com os gastos. “Há a perceção de que gastamos muito menos dinheiro [do que os adversários]; normalmente, estamos a menos de 10 milhões de dólares do limite orçamental”, explicou o norte-americano. “Só acho que não fazemos um bom trabalho ao gastar esse dinheiro. Muitas equipas fizeram investimentos anteriores em infraestruturas, edifícios, equipamentos e pessoal. O nosso modelo consistia em subcontratar muitas dessas coisas. Gastamos muito dinheiro. Não ultrapassamos o limite máximo, mas estamos muito perto dele. Só não acho que estejamos a fazer um bom trabalho ao gastá-lo da forma mais eficaz”. 

Ainda antes da sua saída da equipa, Günther Steiner admitiu que o limite orçamental ajudou a Haas a manter-se na Fórmula 1, apesar de insistir que o aumento no valor máximo, e não abrangido pelo limite orçamental, para melhorar as fábricas das equipas (CapEX), não seria a melhor solução para os problemas da sua estrutura. O agora ex-chefe de equipa referiu que “2020 e 2021 foram anos muito difíceis” para a Haas, não sabendo se a equipa podia “continuar na Fórmula 1 ou não, mas em 2022, passamos a estar, não diria mega fortes, mas bastante fortes e queríamos construir a partir daí. No início de 2023, continuamos a trabalhar nesse sentido e voltamos bem, mas depois – não vos quero maçar com essa história – não tomou o melhor rumo”. 

Reafirmando o seu compromisso com a Fórmula 1, falta saber agora o que poderá fazer a equipa de Gene Haas com uma liderança nova, apesar de ter encontrado uma solução interna.

Foto: Jake Grant / LAT Images

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5 Comentários
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Pity
Pity
3 meses atrás

Começo a ficar chata por tanto me repetir, mas não há volta a dar. Enquanto encomendarem o chassis a outros, a Haas não vai passar da cepa torta. Gene Haas quis entrar na F1 para publicitar os seus produtos e, assim, expandir os seus negócios, não propriamente com o intuito de vencer, contentar-se-ia com meio da tabela. Não sou eu que o digo, apenas repito o que sites, que eu considero credíveis, dizem e com os quais tendo a concordar. Ele entrou na F1 com mentalidade Indy, mas esta é muito diferente da F1, onde cada um deve fazer o… Ler mais »

Scuderia Fast Turtle
Scuderia Fast Turtle
Reply to  Pity
3 meses atrás

Mas quem desenha? A dallara ou a a haas?

Pity
Pity
Reply to  Scuderia Fast Turtle
3 meses atrás

É uma boa pergunta a que não sei responder, mas não é só desenhar, é preciso desenvolver o desenho, aperfeiçoar, e para isso é preciso gente com dedicação exclusiva.

Scuderia Fast Turtle
Scuderia Fast Turtle
Reply to  Pity
3 meses atrás

Ao que sei é ate a haas. A dallara simplesmente fabrica e entrega. A sim a haas tem gente dedicada a aerodinamica e desenvolvimento. Nao estao a espera que seja a dallara dizer o que fazer. A williams ando quantos anos na cauda? Uma equipa que na altura tinha uma organizacao enorme que ate para a formula E trabalhavam e enduramce e etc. A toro rosso nao me venham com coisas mas nem devem fazer desenvolvimento quae nenhum. Acredito que 90 por cento do trabakho e dinheiro seja para a RBR. A Haas se esta mal nao é culpa da… Ler mais »

4RcNg
4RcNg
3 meses atrás

10 milhões é pouca diferença!!??
Então gastem mais, porque a ser poupadinhos e incompetentes não vão lá. O último lugar do Campeonato espera-os. Um degredo by USA.

Last edited 3 meses atrás by Nrpm
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