F1 entra na reta final: Hamilton X Verstappen ou prever o imprevisível

Por a 29 Novembro 2021 18:57

O Campeonato do Mundo de Fórmula 1 mais intenso desde 2012 está na sua reta final, mas muito pode ainda acontecer, podendo o título pender para qualquer um dos lados. Vamos tentar perceber o que poderá suceder nas últimas duas corridas da época e quem está mais forte.

Faltam um par de Grandes Prémios e Max Verstappen e Lewis Hamilton estão separados por apenas por oito pontos, a favor do holandês, quando estão ainda em disputa cinquenta e dois, ao passo que no Campeonato de Construtores a Mercedes tem uma vantagem de cinco, quando estão ainda oitenta e oito em liça.

Tudo está por decidir e nenhum dos contendores parece estar a esmorecer e a dar espaço ao seu rival para que possa seguir para o ‘Santo Graal’ do desporto automóvel.

A vantagem tem vindo a pender para cada um dos lados ao longo do ano e houve momentos em que Hamilton e a Mercedes pareciam estar numa situação mais confortável e outros em que Verstappen e a Red Bull poderiam disparar para um comando confortável.

Se olharmos para as últimas quatro corridas, verificamos que o holandês e a sua equipa tiveram um ascendente claro em Austin e na Cidade do México, tendo sido uma surpresa a sua supremacia no traçado norte-americano.

Já o inglês e a sua equipa mostraram uma superioridade evidente em Interlagos e em Losail, sendo este um traçado em que se esperava verificar ascendente da parte de Verstappen e da Red Bull.

Isto demonstra bem a dificuldades que existem em fazer previsões sobre o que poderá acontecer a seguir, e os próximos dois Grandes Prémios não fogem a este cenário.

No papel o novo circuito de Jeddah, uma estreia, com a suas longas rectas e curvas de alta velocidade parecem ter sido traçados com o Mercedes W12 em mente, mas Silverstone parecia assentar que nem uma luva no carro de Brackley e acabou por ser o Red Bull RB16B Honda o monolugar mais competitivo do fim-de-semana e só o polémico incidente entre os dois contendores ao título impediu Verstappen de explanar o potencial do seu monolugar.

A pista de Yas Marina recebeu obras para tentar que o obtuso circuito de Abu Dhabi possa proporcionar mais ultrapassagens, com maiores rectas, e poderá também encaixar-se no tipo de circuitos em que o Mercedes se sente bem, mas Baku, circuito igualmente com períodos de fortes acelerações, foi o Red Bull que se mostrou mais competitivo e, uma vez mais Verstappen não levou a melhor devido a factores externos, neste caso o rebentamento de um pneus, caindo o triunfo no colo de Sérgio Pérez.

É, portanto, difícil apontar quem poderá ter vantagem nos dois próximos circuitos, muito embora possamos esperar um Mercedes muito competitivo, sobretudo o de Hamilton, que terá ao seu dispor do motor estreado em Interlagos, foi protegido em Losail, que, numa volta típica de 1m30s, vale entre três e quatro décimos de segundo.

Do lado da Red Bull, desde o Grande Prémio do México que se tem vivido dificuldades com a asa traseira do seu carro, seja com fragilidades estruturais, seja com o actuador do DRS que não confere estabilidade ao “flap” superior, prejudicando a performance do carro de Milton Keynes.

Esta contrariedade teve impacto no fim-de-semana do Grande Prémio do Qatar, uma vez que Verstappen foi obrigado a competir com o aileron traseiro do Mónaco e, se mesmo com o seu monolugar no máximo seria difícil bater Hamilton, numa situação de “desenrasque” a sua oposição ao inglês ficou ainda mais fragilizada.

Numa luta extremamente intensa, todos os detalhes contam e se a Red Bull pretende conquistar os títulos deste ano, terá de se aproximar nos dois Grandes Prémios na sua máxima força e isso passa por resolver as questões com as quais se deparou nas últimas provas – ou seja ter uma asa que seja uma fonte de performance e não uma fonte de preocupação.

A equipa de Milton Keynes parece estar mais distraída com os episódios fora de pista que cada uma das contendora têm atirado uma a outra – com acusações de ilegalidades – ao passo que a Mercedes, depois ter cometido erros de gestão e ou tácticos na primeira metade da temporada, tem-se mostrado muito mais compenetrada nas últimas provas, o que lhe tem permitido maximizar o seu potencial, como se verificou com a forma geriu a situação da entrada em jogo da mais recente unidade de potência de Hamilton.

Mas mesmo que as equipas estejam na sua máxima força, serão os pilotos a ter a última palavra a dizer numa temporada que tem sido intensa e em que por diversas vezes já se encontraram em pista, nem sempre da melhor forma.

Lewis Hamilton parece ter dado um passo em frente no fim-de-semana do Grande Prémio de São Paulo.

O inglês teve uma passagem por Interlagos tórrida, com uma desclassificação, uma multa e a sensação de injustiça quando Verstappen não foi penalizado pela polémica manobra da quadragésima oitava volta.

O heptacampeão parece ter canalizado esse sentimento de injustiça para se tornar ainda mais rápido e forte e, desde então, tem se mostrado numa forma irrepreensível, tendo vencido ambos os Grandes Prémios disputados, assinando duas recuperações inebriantes – uma na Qualificação Sprint e outra na corrida, sempre no Brasil.

O inglês tem ainda do seu lado a experiência de ter já passado por decisões do título nos últimos momentos de uma época, o que lhe da uma margem grande para saber o que esperar.

Esse é um capital que Verstappen não tem, sendo a primeira vez que está envolvido numa luta pelo título mundial, o que não lhe permite recorrer a situações que tenha vivido para poder lidar com o presente e com os episódios que vai descobrindo.

No entanto, o holandês tem se mostrado verdadeiramente imperturbável ao longo de toda a temporada, parecendo estar a lutar por um simples “campeonato da sua rua”, não acusando a pressão nem a importância de estar em liça pelo ‘Santo Graal’ do desporto automóvel.

Mesmos os incidentes em que se tem envolvido com Hamilton não são fruto de pressão, antes da abordagem que normalmente faz em qualquer corrida, o que tem vantagem e desvantagens.

Seja como for, ambos estão num nível elevadíssimo e, no final do ano, qualquer um deles será um justo Campeão do Mundo.

Para já, Verstappen tem uma vantagem pontual que lhe dá algum conforto – pode até sagrar-se Campeão Mundial na Arábia Saudita, se ganhar dezoito pontos ao seu rival – mas a recente senda vitoriosa de Hamilton dá-lhe um ligeiro ascendente, parecendo quase inevitável que o título deste ano se decida em Abu Dhabi.

Veremos quem sairá por cima e se não teremos um momento polémico a colocar um ponto final da luta pelo campeonato, mas uma coisa é certa, quem gosta de automobilismo e de Fórmula 1 vai “estar em pulgas” até à tarde do dia 12 de Dezembro e fazer apostas neste momento é tão seguro como acertar no Euromilhões, mas é isso que torna este desporto tão apaixonante.

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3 Comentários
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Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
2 anos atrás

“44 anos”. heh

RogerM
RogerM
2 anos atrás

Alguma novidade sobre o circuito de Jeddah? Quase não se vê nenhuma cobertura da Imprensa sobre o atual estado das obras.

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