Vila Real, Yvan Muller: “Fizemos um trabalho demasiado bom…”

Yvan Muller falou com o AutoSport durante o fim de semana de provas em Vila Real e manifestou o seu desagrado com a situação actual do BoP. O piloto francês não gosta desta forma de equilibrar os carros e considera que o Lastro de compensação deveria ser suficiente:

“O BoP não nos é muito favorável. Entre o BoP e o lastro de compensação estamos 50 a 70Kg mais pesados que alguns carros por isso é complicado. O carro é bom, mas fizemos um trabalho demasiado bom.”

“O BoP é algo que impede a evolução. Pelos vistos é preciso fazer um mau trabalho e depois jogar com a política para fazer o BoP. O lastro de compensação está muito bem e pode haver até 60kg de diferença entre carros. Os que não conseguem colocar carros a vencer com menos 60kg não estão cá a fazer nada.”

“O que queremos fazer? Nivelar por cima ou por baixo? Temos todos carros semelhantes. Temos todos MacPherson na frente, temos todos eixos traseiros semelhantes. Acho que a única coisa a controlar é a potência e com um ECU igual para todos, o que vai acontecer no ano que vem. Para quê o BoP? Porque há carros que não vou enunciar, que são uma m****, que não poderiam ganhar ou não estariam cá se não fosse o BoP. Não podemos fazer ganhar os que são maus, mas é o que se está a passar.”

“Isto pode dar-me vontade de ir embora, mas há cada vez mais categorias no desporto motorizado que funcionam desta forma e talvez eu tenha de me adaptar a isto. Não sei se tenho ainda essa capacidade, mas veremos no futuro. Mas temos de parar com estas discussões. Porque falamos sobre isso? Talvez porque há um problema. 60Kg de diferença tem de ser suficiente.”

Quanto à nova equipa e aos novos colegas de equipa, Muller sente-se bem e apesar de se ter afastado da competição em 2017, sente-se novamente bem em pista:

“Conheço o Andy há muito tempo e estive ao lado do Bjork em 2017, quando ele se sagrou campeão do mundo, e o Ehrlacher é meu sobrinho, por isso não há problemas nesse aspecto. “

“Quando parei em 2016 não tinha mais vontade de correr. Em 2017 não corri e estava contente com a minha situação, mas em 2018 tive a oportunidade de regressar com a minha equipa. Tive propostas de outras equipas mas eu não queria. Mas como era uma oportunidade para fazer evoluir a minha equipa, aceitei o desafio e regressei. No final cheguei a conclusão que me estava a divertir e por isso vou continuar. Planos para o futuro? Passo a passo.”