O regresso aos triunfos da mítica Porsche

Por a 18 Junho 2015 09:37

Foram apenas necessários dois anos para que o projeto LMP1 da Porsche, que regressou ao Mundial de Endurance em 2014, fosse coroado de sucesso na prova mais apetecida de todas, as 24 Horas de Le Mans. Depois de no ano passado a Porsche liderar já muito perto do final da corrida, este ano alcançou um suado mas merecido triunfo, colocando dois carros nos dois primeiros lugares.

O objetivo era claro desde o regresso às pistas há cerca de anos e meio: voltar a inscrever o nome no palmarés das 24 Horas de Le Mans à geral, e todo o trabalho até aqui feito teve o seu ponto alto no domingo passado às 15h00 de Le Mans.

Afastada da luta pelos triunfos à geral desde 1998, ano da última vitória, a marca de Zuffenhausen tudo fez para alcançar este feito, que interrompe uma série de triunfos da sua compatriota e ‘familiar’ Audi, assegurando a 17ª vitória na ‘Maior corrida do Mundo’.

Missão cumprida, grita-se não só em Zuffenhausen, mas um pouco por toda a enorme legião de fãs da marca em todo o mundo. Só a Ferrari, a nível global, nos desportos motorizados, gera tanto consenso quanto a Porsche, mas na Resistência os seus fans são infinitamente mais do que, por exemplo, a Audi, que venceu 13 vezes nos últimos quinze anos. Pura paixão de uma marca que alcançou um triunfo de sonho e com grande impacto a nível mundial. Earl Bamber (Nova Zelândia), Nico Hülkenberg (Alemanha) e Nick Tandy (Grã-Bretanha) escreveram história em Le Mans, vencendo com o seu Porsche 919 Hybrid exatamente 45 anos depois do primeiro triunfo da marca em La Sarthe, em 1970.

Nenhuma outra marca inscreveu tantas vezes o seu nome na mítica prova, e depois de Allan McNish, Laurent Aiello e Stéphane Ortelli, terem vencido pela última vez para a Porsche em 1998, escreveu-se agora mais um capítulo da história do desporto automóvel: “Terminar em primeiro e segundo é um resultado que não sonhámos. Toda a equipa realizou um trabalho fabuloso nos últimos três ou quatro anos, e todos merecem este sucesso” disse Matthias Müller, CEO da Porsche AG que foi corroborado por Wolfgang Hatz, membro da Administração do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Porsche AG: “Terminar em primeiro e segundo no segundo ano a correr em Le Mans é uma fantástica recompensa para os nossos engenheiros que colocaram de pé todo o conceito do

919 Hybrid, e um bem sucedido esforço de uma equipa de 230 pessoas.” Palavras que não esquecem todos os obreiros de um triunfo deste calibre, sendo que foi Alexander Hitzinger, Diretor Técnico de LMP1, que resumiu todos os sentimentos na perfeição: “É um sentimento incrível vencer Le Mans, que não é possível descrever com palavras…”

Pilotos deslumbrados

Poucos apostaram nesta tripla para vencer, mas as 24 Horas de Le Mans são mesmo assim. Earl Bamber, Nico Hülkenberg e Nick Tandy não eram claramente a equipa prioritária para vencer, mas as contingências assim o determinaram: “É incrível, foi um dia longo, mas não estou nada cansado pois a adrenalina está ao máximo. Em determinado ponto já ouvia barulhos por todos os lados no carro, mas isso é normal, quando se está cada vez mais perto de um triunfo deste calibre!”, disse Earl Bamber. Nick Tandy ainda não caiu em si: “É um dia fantástico, é difícil interiorizar que venci Le Mans à geral com a Porsche”. Por fim, o Sr. Fórmula 1, Nico Hülkenberg, que se estreou em Le Mans logo com uma vitória: “Adorei cada momento, estes carros são muito divertidos de pilotar e o ritmo é muito elevado, o que não esperava numa corrida de endurance. Especialmente à noite! Não esperava vir a Le Mans e dançar rock ’n’ roll, mas conseguimo-lo!”

Rica história

A história da Porsche em Le Mans remonta ao longínquo ano de 1951, mas logo aí, a marca estreou-se a vencer à classe, com um carro derivado de série, de apenas 46 cv de potência. Contudo, foram precisos 18 anos para surgir a primeira vitória, em 1970, com um modelo inovador, o Porsche 917K. Desde a primeira edição das 24 Horas de Le Mans que o evento deu azo a capítulos integrais do livro de ouro dos desportos motorizados, desde a Bentley, a Jaguar, Ferrari, Ford, Mercedes, até mesmo quando existiram vencedores inesperados como a Bugatti, Aston Martin e Mazda. Mas acima de todas elas há uma marca que reinou durante mais tempo, a Porsche, que depois de ver a sua ‘familiar’ Audi cavalgar triunfo atrás de triunfo no Séc. XXI, regressou o ano passado, e colocou-se agora novamente no ‘seu’ lugar. Depois de 15 ausências consecutivas, em que se mantiveram os 16 triunfos à geral, o número que aqui falta é o 17, e foi essa a vitória alcançada este ano.

Dominar o WEC

Le Mans ‘é’ Le Mans e por isso o domínio exercido até aqui pela Porsche no Mundial de Endurance não se pode dizer que fosse garantia de triunfo nas 24 Horas, mas que dava pistas fortes, isso era inegável. Este ano, a Porsche apresentou-se com um carro totalmente novo, com chassis de rigidez melhorada, um dos pontos fracos do modelo de 2014, o motor sofreu profundas alterações, o duplo sistema de recuperação de energia, que combina energia recuperada nas rodas dianteiras durante as travagens com a energia recuperada dos gases de escape nas fases de aceleração, foi evoluído para a desejada classe de 8 MJ, algo que não tinha sido possível em 2014. Uma receita perfeita, e se a falta de fiabilidade foi um problema para a Porsche em 2014, estas 24 Horas foram excecionais a esse nível, e quiçá esteve aí boa parte do segredo do sucesso.

Agora, resta saber se está interrompido definitivamente o domínio da Audi, e se ruma agora a novo ‘reinado’. Seja como for, certo é que no Mundial de Endurance se vai continuar a assistir a espetáculos de nível elevadíssimo e muito provavelmente este é um novo tiro de partida para o reencontro da Porsche com o seu magnífico passado em Le Mans.

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