História da Rampa da Falperra

Por a 5 Maio 2017 18:34

Descendente da Rampa de Braga, que em duas edições (1927 e 1931) tomou o pulso ao gosto dos bracarenses pelos automóveis, a Rampa da Falperra nasceu verdadeiramente em 1950, abarcando já quatro gerações de prova. A primeira contou apenas com três edições – 1950, 1951 e 1960 -, sendo que as duas primeiras decorreram sob a égide do ACP e a última reuniu o esforço de cinco clubes (EVS, Arte e Sport, Académico do Porto, Sport Comércio e Salgueiros e FCP). Depois foi preciso esperar 16 anos, até à época em que o Clube Automóvel do Minho passou a organizador e que Clemente Ribeiro da Silva (Opel Commodore) inaugurou uma lista de nomes importantes que compõem o livro de ouro da prova.

Desde 1976 que a rampa assumiu o mesmo trajeto, mas só em 1978 passou a gozar de um estatuto internacional, altura em que começou a concentrar nomes grandes do automobilismo nacional como António Barros, Joaquim Moutinho, Rufino Fontes, Jorge Petiz e o espanhol Alberto Gonzalez, que a ganhou por três vezes. 1981 é o primeiro ano ‘cinzento’ na história da rampa, que por falhas organizativas (falta de regulamento em francês que condicionou a participação dos pilotos estrangeiros e inviabilizou a subida de monolugares, para além da caricata situação de um piloto – o carismático Rui Lages – ser também oficial de prova) motivaram uma suspensão do clube organizador de 60 dias.

Mas nessa altura já ninguém podia travar o sucesso da Falperra. Nos anos seguintes, nomes grandes como António Rodrigues, Manuel Fernandes, Pêquêpê, Mário Silva ou Artur Mendes ajudaram a elevar a prova do CAM com prestações de luxo. É então que, em 1984, a Falperra tem pela única vez duas edições no mesmo ano, a segunda das quais para candidatar a prova ao Campeonato Europeu de Montanha. Com a integração no CEM, os pilotos estrangeiros passaram a assumir o protagonismo – Andres Vilariño (cinco vitórias), Mauro Nesti (quatro triunfos), Rudiger Faustman e Franz Tschager (ambos com três vitórias) –, fruto das melhores montadas com que se apresentavam à partida, deixavam os portugueses numa competição interna.

A qualidade da rampa, que por esta altura já ia na sua terceira geração, abria também oportunidades promocionais importantes com a chegada das transmissões diretas pela televisão estatal, ao ponto de os organizadores serem obrigados a declinar patrocínios por falta de espaço! Ironicamente, foi a sua ausência da RTP – que em 2001 interrompeu as emissões diretas da prova – que precipitou o final do seu terceiro e penúltimo capítulo. Aficionados da rampa ainda arrecadaram cerca de 100 contos (€ 500) para entregar à organização em 2001, por forma a que a prova pudesse ter continuidade. Mas só em 2010 o CAM conseguiu reavivar um ícone que tornou a Falperra num popular cartão-de-visita da região e do país. É que até a Ferrari incluiu o traçado da Falperra no roteiro que sugere aos seus clientes italianos, a par de outras estradas emblemáticas da Europa.

Amanhã, cumpre-se mais um capítulo da rica história da prova bracarense…

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can-am
can-am
7 anos atrás

Esperemos que este ano as coisas corram melhor que o ano passado, onde os pilotos do Europeu recusaram (e bem na minha opinião) correr, por motivos de segurança. E a propósito, apesar de ser diferente do que se passou na Falperra, lembro-me daqueles célebres Ralis de Portugal onde os pilotos corriam a rasar muros humanos! Quando a tragédia, que era só uma questão de tempo, aconteceu, os pilotos estrangeiros recusaram e muito bem correr nessas circunstâncias. Não estavam ali para matar pessoas. Na altura toda a gente os criticou, jornalistas e até adeptos. Hoje, vendo as imagens dessa época, só… Ler mais »

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