ELMS: A rampa de lançamento dos jovens nacionais?

Por a 17 Janeiro 2023 16:15

O ELMS tem uma história rica, um presente forte e olha para o futuro com boas perspetivas. O campeonato europeu de resistência ganhou força ao longo dos anos e sempre foi visto com um campeonato interessante e uma boa rampa de lançamento para jovens talentos. E a tendência parece ser seguida pelos pilotos portugueses.

A história do ELMS remonta ao início do novo milénio, quando Don Panoz quis recriar na Europa o ALMS, na altura sem grande sucesso na altura. Mas com o ACO, o ELMS ganhou força e serviu de base para a criação do WEC. Mas o ELMS manteve-se numa espécie de palco secundário para equipas privadas. A relevância da competição mantém-se intacta e basta ver o número de carros inscritos (média de 40 carros por prova) para vermos que a saúde do europeu de resistência é boa e recomenda-se.

No entanto, o ELMS tem sido palco para jovens estrelas do nosso país mostrarem o seu talento. Se Portugal já festejou títulos nesta competição graças a Pedro Lamy, Miguel Pais do Amaral e Filipe Albuquerque, os novos talentos olham para este palco como o ideal para se mostrarem ao mundo. Henrique Chaves trocou os monolugares para se estrear nas corridas de endurance no ELMS em 2018, quando correu com o Dallara da AVF by Adrián Vallés. Começou nos protótipos (LMP2) mas mudou-se para os GTs em 2019, andando pelo GT Open e pelo IGTC. Regressou este ano, mas foi no ELMS que deu o salto para fora dos fórmulas. Guilherme Oliveira fez em 2022 a transição dos monolugares para os protótipos, deixando a F4 espanhola para entrar com a Inter Europol Competition na categoria LMP3, ficando muito perto do título no seu ano de estreia. Para 2023, Pedro Perino, que competiu na F4 italiana no ano passado, apostou num novo desafio, tendo presença garantida no ELMS, também na categoria LMP3, com a DKR.

O mundo dos monolugares é incrivelmente caro e uma época bem-feita num F4, custa perto de meio milhão de euros e a partir daí, é sempre a somar. Não admira, portanto, que os jovens talentos nacionais optem pelo endurance, onde os custos são mais competitivos (barato é uma palavra que não existe na competição automóvel) podendo optar por estruturas mais competitivas que lhes permitem lutar por vitórias e por títulos, o que abre portas para outros voos. Guilherme Oliveira fez uma excelente época no ELMS e este ano já irá correr em Daytona. Pedro Perino e certamente outros jovens, certamente que olham para essa via como uma das mais interessantes neste momento. O ELMS pode ser, assim, uma boa rampa de lançamento para jovens talentos. Pelo menos começa a instalar-se uma tendência que nos pode dar a próxima geração de estrelas nacionais do endurance.

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