Portugal mantém-se na rota da F1 dos céus

Com o anúncio dos dez destinos de 2008, está dado o pontapé de saída de mais uma temporada da Red Bull Air Race World Series. Portugal confirmou a sua manutenção no calendário num ano que promete ser de consolidação. Novos destinos, um esquema competitivo revisto e um elenco de pilotos renovado são as principais novidades.

Na sua quarta época, a Fórmula 1 dos céus promete continuar a conquistar os corações de uma verdadeira legião de fãs. Em 2007, uma média de 400 mil espectadores marcaram presença em cada uma das dez etapas realizadas, um número que foi reforçado com os mais de 400 milhões de entusiastas que assistiram às corridas através da televisão. São dados estatísticos que atestam bem o dinamismo de um novo conceito desportivo.

Em traços gerais, a estrutura da Red Bull Air Race World Series mantém-se inalterada – com dez corridas disputadas à volta do Mundo. Portugal, com as cidades do Porto e Gaia, é um dos destinos “repetentes” a par de Abu Dhabi (Emiratos Árabes Unidos), Londres (Grã Bretanha), Budapeste (Hungria), San Diego (Estados Unidos da América) e Perth (Austrália). Novidade absoluta é a entrada da Suécia no mapa deste circuito mundial de corridas aéreas, levando pela primeira vez ao extremo norte da Europa – mais concretamente à cidade de Estocolmo – os melhores pilotos de aviação do planeta.

Também em estreia surgem as cidades de Detroit – a grande capital da indústria automóvel norte-americana que substitui no calendário as paisagens desérticas de Monument Valley – e Valência (Espanha). Esta última cidade representa o regresso do país vizinho ao circo da F1 dos céus, depois do esmagador sucesso de Barcelona em 2006 (um milhão de espectadores). Regresso é igualmente a palavra certa para Roterdão, na Holanda, uma das cidades que viu nascer a Red Bull Air Race em 2005.

“Este é um momento entusiasmante. Com um formato de corrida adaptado, uma selecção de espectaculares e diversificadas cidades e os melhores pilotos do mundo prontos para lutarem pela vitória, espero uma época fantástica para 2008”, garante Bern Loidl, CEO da Red Bull Air Race. Mantendo a tradição, o arranque do mundial acontece uma vez mais em Abu Dhabi – desta feita a 10 e 11 de Abril próximos. Já no que toca ao nosso país, é de esperar um novo banho de multidão para as margens do Douro nos dias 6 e 7 de Setembro.

Novo formato competitivo

Do ponto de vista desportivo, a temporada de 2008 da Red Bull Air Race World Series inaugura um novo sistema competitivo que vem reforçar a espectacularidade das disputas nos céus. O sistema de knock out (duelo homem a homem), que revelou ser um sucesso em 2007, manter-se-á nas meias-finais e nas finais, mas as alterações introduzidas permitem que todos os pilotos mostrem as suas qualidades no próprio dia da corrida.

Como sempre, o dia de qualificações realiza-se na véspera da corrida – com cada piloto a competir em duas sessões que determinarão a ordem de partida para o dia seguinte. Os oito pilotos mais rápidos nas qualificações passam para o Super Eights, onde irão disputar um lugar nas meias-finais. Por sua vez, os últimos quatro pilotos dessas mesmas qualificações competirão no Point One, lutando pelo nono lugar no ranking, o último da tabela classificativa que lhes valerá um ponto. Apenas os nove primeiros pilotos são pontuados, cabendo ao vencedor um total de nove pontos.

O dia de corrida propriamente dito inicia-se assim com o Point One, a que se segue o Super Eights. Os pilotos procurarão efectuar o melhor tempo e fazer o menor número de penalizações de modo a conquistarem a melhor posição nas meias-finais. Os quatro mais rápidos do Super Eights passarão directamente para as meias-finais.

O tempo e a técnica são dois requisitos fundamentais para que o piloto mais rápido adquira a vantagem de correr contra o mais lento nas meias-finais, enquanto o segundo mais rápido defrontará o terceiro mais rápido. Em ambos os casos, os pilotos competirão num sistema de knock out, numa verdadeira corrida contra o tempo. A final será um confronto entre os dois mais rápidos nas meias-finais, sendo que os dois mais lentos irão competir entre si pela terceira posição e consequente lugar no pódio. A segurança pesou na definição deste novo sistema competitivo, já que agora os pilotos não voam mais do que três vezes ao dia.

…Com plantel renovado

O sul-africano Glen Dell, de 45 anos, fará este ano a sua estreia na Red Bull Air Race World Series, enquanto o holandês Frank Versteegh e o alemão Klaus Schrodt se retiram da competição. Este veterano da Força Aérea sul-africana, que conta já com mais de 23 mil horas de voo, não se sente intimidado com a facto de ser rookie, embora admita que está a contar com a ajuda dos seus companheiros para chegar a bom porto. Esta tranquilidade pode justificar-se quando observamos o vasto currículo de Dell, que começou a voar aos 16 anos e acumula mais de vinte títulos – incluindo o de Campeão do Mundo de Acrobacia Aérea em 2004.

Free Lance Comunicação