GP Grã-Bretanha F1: estratégias e pneus, as opções táticas para a corrida

Quais as Opções Táticas para o Grande Prémio da Grã-Bretanha de F1?

Uma tempestade perfeita está a formar-se em Silverstone – esperemos que apenas no sentido puramente metafórico. A combinação do traçado do circuito, temperaturas da pista e condições de vento apresenta-nos um Grande Prémio que está ao alcance de qualquer um.

Cenário competitivo em Silverstone

O circuito favorece a Red Bull, e Max Verstappen tem a pole position, enquanto a atualização da Ferrari, que parecia boa na Áustria, também parece ótima aqui. As temperaturas mais baixas que chegaram ontem trouxeram a Mercedes para a disputa e, embora os McLaren tenham parecido ligeiramente desalinhados durante todo o fim de semana, há muito para sugerir que ainda são os primeiros entre iguais em ritmo de corrida.

As diferenças estão a ser medidas em centésimos em vez de décimos este fim de semana e ninguém tem a certeza de qual será o resultado. Será que a estratégia fará a diferença?

O que aconteceu no ano passado?

O valor ilustrativo do Grande Prémio da Grã-Bretanha de 2024 é limitado, dada a enorme tempestade que ocorreu a meio da corrida e que deitou por terra quaisquer noções estratégicas. A corrida foi amplamente reativa: 17 carros, incluindo todos os 10 que pontuaram, começaram com um pneu médio e prolongaram até ao momento em que a chuva chegou, e depois trocaram por intermédios.

Quando a chuva parou e a pista secou com cerca de 14 voltas para o fim, todos escolheram o seu pneu favorito para a conclusão. Lewis Hamilton venceu, correndo com médio > intermédio > macio. Lando Norris fez o mesmo para P3, Max Verstappen foi segundo com médio > intermédio > duro.

O Grande Prémio de 2023 foi a última corrida seca, e é provável – tendo isso em mente – que a Pirelli tenha optado por uma gama de pneus mais macia para 2025. A corrida de 2023 foi a rara visão de um Grande Prémio de uma paragem com uma corrida de médio > macio a fornecer a estratégia vencedora.

A maioria do pelotão começou com o pneu médio, com Valtteri Bottas e Nico Hulkenberg a preferirem o duro, George Russell e Esteban Ocon a optarem pelo macio. Dos que começaram com o médio, Charles Leclerc parou cedo, na volta 18 para o duro, mas a maioria do pelotão aguentou pelo menos mais 10 voltas.

Carlos Sainz iniciou a cascata, parando na volta 26. Russell e Sergio Perez seguiram na 28, Oscar Piastri na 29. Quão longe os líderes teriam ido, nunca saberemos, pois um incêndio no carro de Kevin Magnussen na volta 32 levou à implantação do Safety Car, e o pelotão entrou em massa. Verstappen, da liderança, e Hamilton, de P3, montaram macios, enquanto Norris, de P2, montou duros. O piloto da McLaren pode ter estado à espera de ganhar terreno no final da corrida, mas o pneu macio provou ser notavelmente robusto e todos mantiveram a posição até à bandeira.

Na análise final, cinco dos dez primeiros correram com médio > macio, três com médio > duro, Russell com a estratégia oposta de macio > médio, e Leclerc foi o único a pontuar com duas paragens, tendo feito uma segunda paragem no Safety Car.

Qual a estratégia mais rápida?

A Pirelli adora quando há um dilema genuíno entre uma e duas paragens, e trazer o C2, C3 e C4 este fim de semana pode muito bem provocar esse tipo de dilema.

Nestas temperaturas mais frias, com a degradação a ser mais controlável, a forma mais rápida de chegar à bandeira parece ser uma paragem única com médio > duro. A janela de paragem ideal neste Grande Prémio de 52 voltas é relativamente ampla, caindo entre as voltas 19-25.

Outra opção para os 10 Primeiros?

“Uma paragem e duas paragens estão muito próximas, talvez dois ou três segundos de diferença”, diz Mario Isola, Diretor de Motorsport da Pirelli. Ninguém pode fazer médio > duro > médio, porque ninguém guardou dois conjuntos de pneus médios, mas médio > duro > duro, e médio > duro > macio estão ambos em cima da mesa.

O primeiro tem janelas de paragem entre as voltas 12-18 e 32-38, enquanto o último empurra as janelas ligeiramente mais para as voltas 14-20 e 36-42. É a única opção para Fernando Alonso e Carlos Sainz como os 10 primeiros com apenas um conjunto de médios e um conjunto de duros disponíveis.

Uma coisa que pode influenciar a direção que as equipas escolhem é a sua escolha de níveis de downforce. O fim de semana tem visto as equipas a mudar entre médio e médio-baixo. Médio parece bom para o tempo de volta, mas não é tão bom para a corrida: velocidades mais baixas no final da reta tornam o ataque e a defesa mais difíceis.

Uma estratégia que proporcione uma corrida solitária contra o relógio pode adequar-se às equipas com níveis de downforce mais elevados – mas essa poderia ser qualquer uma das opções de uma ou duas paragens, dependendo do que acontecer no primeiro stint.

E quanto à metade de trás da grelha?

A velha e fiável paragem única invertida está em jogo hoje. A corrida com duro > médio tem uma paragem nas boxes entre as voltas 27-33. Para carros fora de posição, como Ollie Bearman em P18 após uma penalização de 10 lugares na grelha, pode representar uma oportunidade de avançar quando os carros da frente pararem.

Para os outros carros lá atrás que não têm o ritmo para competir, é a Ave Maria que os coloca em posição de tirar partido dos Safety Cars e bandeiras vermelhas – cujo potencial é sempre alto neste circuito de alta velocidade, com gravilha à volta.

Espera, o que está o tempo a fazer?

Isto vai ser um problema. Há poucas dúvidas de que a chuva vai cair no domingo, é apenas uma questão de quando. A previsão sugere que a maior probabilidade é de manhã, com 80% de hipóteses de aguaceiros entre as 10h00 e as 13h00 – o que é muito mau para as corridas de apoio. O risco reduz-se à hora de início, mas ainda estamos a olhar para 40% de hipóteses de um início molhado, com o tempo a melhorar à medida que avançamos na corrida.

Um início molhado e uma pista a secar tende a ser a corrida estratégica mais fácil, com o drama a vir de quem aposta em parar primeiro. Se tivermos uma corrida, como no ano passado, em que os pilotos estão a prolongar e prolongar enquanto esperam que um aguaceiro chegue, ou se torne suficientemente forte para tornar os pneus slick inutilizáveis, isso introduz muitas mais variáveis.

Mesmo sem chuva durante a própria corrida, se o circuito começar húmido, isso torna o pneu duro uma proposta complicada. “Se tivermos chuva de manhã, e a pista não estiver em perfeitas condições de seco no início, é muito melhor começar com o médio do que com o duro, porque claramente tem mais aderência nesta condição variável”, diz Isola.

Claro, não tem de chover para que o tempo tenha um impacto. O vento forte tem sido difícil para todos até agora este fim de semana, e é provável que mude do sudoeste predominante para noroeste para a corrida. Isso torna a secção super rápida da pista desde a saída de Copse, através de Maggotts-Becketts-Chapel, e em frente para Stowe, todas curvas a favor do vento. Isso resulta em menor downforce, velocidades mais rápidas em linha reta e definitivamente não são condições para os fracos de coração.