GP de Itália de F1, um primeiro olhar: O problema da Ferrari já não foi a estratégia

Por a 11 Setembro 2022 20:02

Nada parece parar Max Verstappen e a Red Bull, como se verificou no Grande Prémio de Itália de Fórmula 1, e neste momento nem com estratégias agressivas, e desta feita perfeitamente compreensivas, a Ferrari tem como bater o neerlandês, de momento.

Depois da forma como foi ‘trucidada’ em Spa-Francorchamps, não se esperava que a ‘Scuderia’ pudesse travar a cavalgada triunfal do Campeão do Mundo em Monza, dado que também o traçado transalpino privilegia a eficiência aerodinâmica e velocidade de ponta.

Contudo, ao longo do fim-de-semana o F1-75 foi parecendo cada vez mais rápido na pista italiana, permitindo a Charles Leclerc conquistar a pole-position, e com a penalização de Max Verstappen, que o atirou para sétimo a esperança imperava nas hostes dos ‘tifosi’.

Mas com cinco voltas completadas, Verstappen estava já em segundo e começou a parecer cada vez mais provável que Leclerc nada poderia fazer quanto ao ascendente do neerlandês que exibia um ritmo endiabrado.

A paragem de Leclerc aquando do Safety-Car Virtual, ao que a Red Bull respondeu com a indicação a Verstappen de que deveria fazer o contrário da decisão da Ferrari já demonstra a confiança que cada uma das equipas tinha nas suas reais possibilidades de vencer a prova italiana.

Parar naquelas circunstâncias vale sete segundos relativamente a uma troca de pneus em situação de corrida normal, se os estrategas de Milton Keynes sentissem que precisavam desses sete segundos para vencer, seguramente que Verstappen teria também parado.

Do lado dos homens da Ferrari já era assumido que seria necessário aproveitar todas as possibilidades para poder triunfar frente aos ‘tifosi’.

Porém, a diferença de performance entre os dois carros, isto quando o Red Bull está nas mãos de Verstappen, era demasiada para que a ‘Scuderia’ pudesse ultrapassá-la com arrojo estratégico.

O ‘delta competitivo’ entre as duas máquinas ficou bem evidente pouco após o meio da corrida. Depois de ter trocado de pneus pela primeira vez, Leclerc, com médios treze voltas mais novos que os macios que o seu rival usava desde o início da corrida, ganhou em média 0,354s por volta até ao momento em que o Campeão do Mundo entrou nas boxes, estavam cumpridas vinte e cinco passagens pela linha de meta.

Mas este, com um ‘offset’ de borrachas semelhante ao que o monegasco gozara até então, nas seis voltas seguintes conseguiu ‘roubar’ 0,791s por circuito completado – mais do dobro, apesar de ambos os pilotos estarem no mesmo composto.

Desta feita, o problema da Ferrari não foram questões estratégicas, na verdade os estrategas da formação de Maranello fizeram tudo o que poderiam fazer para poderem alcançar um triunfo que em performance pura não estaria no seu horizonte, neste momento a questão é mesmo a falta de performance do monolugar transalpino, sobretudo em condições de corrida.

Em Hungaroring a ‘Scuderia’ perdeu uma vitória que parecia sua devido a uma quebra de performance, mas isso terá sido circunstancial e devido à alteração dramática das condições climatéricas de sábado para domingo.

Já as dificuldades que tem vindo a apresentar desde o Grande Prémio da Bélgica parecem ser consistentes, dando a ideia de que o F1-75 está fora da sua janela ótima de funcionamento, o que tem um impacto, principalmente, no que diz respeito à gestão dos pneus.

Curiosamente, foi em Spa-Francorchamps que foram introduzidas as medidas implementas pela FIA para minimizar o impacto do ‘porpoising’ na saúde dos pilotos…

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Autosport Exclusivo
últimas Autosport
autosport-exclusivo
últimas Automais
autosport-exclusivo