Fórmula 1: Comparação de colegas de equipa…

Por a 31 Julho 2020 14:19

Realizadas que estão três corridas e numa altura que está perto de se realizar a quarta, importa fazer um balanço do que tem sido a prestação das 10 equipas e 20 pilotos, sendo que desta feita optámos por compará-los diretamente, já que é esse a primeira luta que têm de ‘vencer’…

MERCEDES

A batalha pela liderança tanto do campeonato como do lugar de nº1 na Mercedes tem sido tudo menos aborrecida. Claro, Lewis Hamilton carrega na mochila seis títulos mundiais e tem isso para defender, mas Valtteri Bottas quer, cada vez mais, sair da sombra do britânico.

As três primeiras corridas desta temporada são prova disso, embora a vantagem caia ligeiramente para o lado de Hamilton, com duas vitórias contra uma de Bottas. Em situação de qualificação é também o seis vezes campeão do mundo quem leva vantagem, com uma margem média de qualificação significativa sobre o seu colega de equipa. Ainda assim, não fosse o péssimo arranque do finlandês no GP da Hungria, tendo caído para a sexta posição imediatamente após as luzes, e provavelmente estaríamos a falar de uma disputa pontual ainda mais próxima.

RED BULL

A vida não tem sido nada fácil para Alex Albon. As constantes comparações com Max Verstappen e a pressão de saber que a descida para a AlphaTauri pode estar a apenas um passo, não podem ser fardos fáceis de carregar. Verstappen, em geral, apresenta-se com um desempenho bastante superior quando comparado com o piloto tailandês, mas é ingrato fazer qualquer comparação. Basta considerarmos que Albon perdeu a oportunidade de um pódio e, quem sabe, de uma vitória no GP da Áustria, muito por culpa de Lewis Hamilton, numa altura em que Max Verstappen já via a corrida pela televisão. E, mais recentemente, quando Albon foi lançado para a qualificação no GP da Hungria com bastante tráfego à sua frente, o que lhe prejudicou o último suspiro para a passagem à Q3. Muito provavelmente, se fosse com Verstappen, não veríamos uma reação tão cordial.

MCLAREN

Quem diria que o confinamento e os GPs virtuais disputados na fase de paragem poderiam fazer tão bem a Lando Norris. Em três corridas, o britânico destaca-se entre o duo da McLaren e leva já 26 pontos no campeonato – mais 11 que Carlos Sainz. Os números também nos dizem que é Norris quem tem tido melhores prestações em qualificação e em corrida, embora que a uma margem bem curta do espanhol. Mas a verdade é que a sorte ainda não sorriu a Sainz que na segunda ronda, no GP da Estíria, sofreu com uma má paragem nas pit, sendo depois apanhado no meio de bastante tráfego e destruindo os seus pneus numa batalha sem frutos com Sergio Perez. Ainda para mais, Sainz chegou a ceder a posição ao companheiro de equipa, que carregava melhores chances de trazer um melhor resultado.

RACING POINT

Quem os viu e quem os vê! Verdade é que bons carros não fazem bons pilotos, mas bons pilotos evidenciam bons carros. Sergio Perez e Lance Stroll têm caminhado em território desconhecido, fazendo frente aos pilotos da McLaren e da Ferrari. E facto é que Stroll tem tido uma temporada perto do brilhante, tendo já conseguido excelentes prestações, rodando até agora, em média, 0,639s mais rápido do que o seu colega de equipa em qualificação, e mostrando sólidas exibições no dia da corrida. Já Perez não tem tido a mesma sorte, tendo a quinta posição se escapado por entre os dedos depois de um embate com Albon na luta pela quarta posição, no GP da Estíria. Entre os dois pilotos da Racing Point, cabe apenas um abandono para Stroll, o que explica a vantagem de quatro para Sergio Perez na tabela do campeonato mundial de pilotos.

FERRARI

Tem sido um início de temporada no mínimo atribulado para os pilotos da Ferrari. Os números de desempenho pendem para o lado de Charles Leclerc, mas as prestações gerais quase obrigam a colocar as fichas em Sebastian Vettel. Claro, foi o monegasco quem conquistou mais pontos que evitam que a Scuderia esteja mais no fundo da tabela, mas a sua exibição no GP da Hungria, quando se qualificou a apenas 0,043s e terminou cinco lugares abaixo do alemão, faz-nos questionar a sua experiência, já que Vettel teve a frieza e discernimento de questionar a ordem da equipa para trocar para pneus macios. Adicionando à falta de “estofo”, foi também Leclerc quem, na ânsia de conquistar terreno na fase inicial da corrida, limpou Vettel no GP da Estíria, limpando também qualquer possibilidade de testar os novos e fulcrais upgrades ao SF1000 e causando um duplo abandono para a Ferrari.

RENAULT

Daniel Ricciardo quer claramente deixar a sua marca na Renault antes da sua partida para a McLaren, mas o GP da Estíria tornou evidente quem é o piloto que a construtora quer agradar, quando o australiano circulava com um ritmo superior a Esteban Ocon e lhe foi negada a troca de posições. Mas, em geral, é Ricciardo quem apresenta números mais consistentes, levando já o dobro dos pontos do seu colega de equipa e ultrapassando o francês tanto em média de corrida, como de qualificação. Ainda assim, Ocon é bem capaz de sessões de qualificação brilhantes, sendo prova disso a conquista da quinta posição na grelha de partida no GP da Estíria, onde Ricciardo não passaria do nono lugar.

ALPHA TAURI

Pierre Gasly tem tudo para provar. Mais ainda, Gasly tem o orgulho em jogo depois da sua despromoção da Red Bull para a Toro Rosso (agora AlphaTauri), e quer mostrar que ainda merece um lugar ao volante do RB16, ou então um assento que o leve a patamares mais altos do que a AlphaTauri pode permitir. Já Kvyat parece estar conformado com a posição em que se encontra e os seus resultados mostram ser prova disso, tendo já sido batido pelo seu colega de equipa em todas as sessões de qualificação disputadas até agora por uma margem média de 0,512 segundos. A disputa pelo lugar de nº1 da equipa parece não estar em causa, e Gasly terá todo o interesse em aproveitar o aparente desinteresse de Kvyat.

ALFA ROMEO

Longe vão os tempos em que Kimi Raïkkönen era o “Homem de gelo” não só fora, mas também na pista. Três corridas já passadas e muito pouco separa ambos os pilotos da Alfa Romeo, sem que haja grande razão para festejar. O finlandês não conquistou ainda qualquer ponto, enquanto que Giovinazzi conta já com um nono lugar e dois pontos garantidos, tendo conseguido também qualificar-se acima de Raïkkönen em duas ocasiões, mas é o nórdico quem tem obtido resultados mais positivos e consistentes nas corridas. Em geral, os números dizem-nos que Raïkkönen é o melhor piloto do duo, conseguindo uma média de qualificação e de corrida ligeiramente mais positivas, mesmo carregando um abandono pela perda de um pneu durante o GP da Áustria. Infelizmente, as médias não valem qualquer ponto.

HAAS

A comparação das prestações dos pilotos da HAAS é um daqueles casos em que os números falam por si. Nenhum tem tido um início de temporada fácil, com problemas nos travões a causarem um duplo abandono para a equipa norte americana, mas uma excelente estratégia no GP da Hungria trouxe um e fundamental ponto na luta do fundo da tabela. Magnussen mostra-se acima de Grosjean em todos os parâmetros de comparação e a prestações têm mostrado isso mesmo – especialmente no Hungaroring – sendo o dinamarquês aquele que apresenta exibições mais sólidas e convincentes. Por outro lado, e podendo parecer mentira, Romain Grosjean já conquistou 10 pódios ao longo da sua carreira na F1. A julgar pelo que vemos esta temporada, parece mais estar a viver a sua “rookie season”.

WILLIAMS

A temporada de 2019 viu George Russell bater o seu antigo colega de equipa, Robert Kubica, em todas as 21 sessões de qualificação. Obviamente, ainda é muito cedo para fazer suposições sobre o que irá acontecer em 2020, mas as coisas não estão brilhantes para Nicholas Latifi. Batido por Russell em todas as três sessões de qualificação disputadas, o canadiano tem-se mostrado pouco à vontade ao volante do FW43. Prova disso foi a sua prestação no GP da Hungria, onde não pareceu mais do que um peixe fora de água, terminando com 4 voltas de atraso para o seu colega de equipa. Ainda assim, foi Latifi quem mais se aproximou dos pontos, numa corrida em que Russell não chegou a cruzar a meta devido a um problema com a unidade motriz.

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