F1: Será esta a geração mais bem preparada de pilotos?

Por a 28 Outubro 2023 21:27

Em 2019 vimos uma mudança na grelha de F1. A entrada da nova geração de pilotos, que já vinha ganhando força na grelha, ficou ainda mais vincada com a entrada de três pilotos. E desde então que os novos pilotos têm mostrado todo o seu talento. E talvez tenhamos, uma das grelhas que mais talento da história da F1, muito graças à preparação intensa a que são sujeitos.

Max Verstappen foi o primeiro desta geração a entrar no grande circo, em 2015, muito mais cedo que os restantes, juntamente com Carlos Sainz (um pouco mais velho). Foi o primeiro a mostrar a qualidade desta nova leva de pilotos que, em 2017, teve mais duas entradas com Lance Stroll e Pierre Gasly a estrearem-se, um ano depois de Esteban Ocon. Em 2018 foi a fez de Charles Leclerc e em 2019, Lando Norris, George Russell e Alex Albon entraram na F1. Zhou Guanyu entrou em 2022, um ano depois de Yuki Tsunoda. E tirando uma ou outra excessão, o que notamos rapidamente é que todos eles estavam já bem preparados para as exigências da F1.

Deste lote de pilotos, seis já venceram e todos eles já terminaram no pódio pelo menos duas vezes. Albon tem dois pódios, Ocon e Stroll têm três, Gasly tem quatro, Russell tem 10, Norris tem 12, Sainz tem 18, Leclerc tem 27 e Verstappen tem…94! No que diz respeitos a vitória, Verstappen tem 50, Leclerc tem cinco, Sainz tem duas, Gasly, Ocon e Russell tem uma vitória cada.

São números já muito interessantes para uma geração já tem muita experiência e com muito talento. Muito se fala da qualidade do pelotão, com comparações com o passado, nem sempre bem pensadas, mas Fernando Alonso disse de forma clara que considerava que os jovens pilotos estão muito bem preparados:

“Os pilotos estão agora mais preparados”, disse ele à Fox Sports MX. “Eles têm muito talento, foram escolhidos na academia desde crianças. Sabem como se desenvolver com as equipas de F1. Eles sabem como treinar e como se comunicar. Esta geração está mais preparada do que as anteriores. Depois vem o momento da verdade: há um piloto, um carro e um cronómetro. Aí, a velocidade triunfa. Por muito preparado que estejas, o cronómetro é o verdadeiro indicador da tua qualidade de piloto.”

Se olharmos para os jovens pilotos, passam muito tempo nas categorias de iniciação e os pilotos associados a equipas de F1 desde cedo começam com o trabalho de simulador, estão presentes com a equipa nos debriefs, conhecem por dentro a mecânica das equipas. O mundo da F1 acaba por não ser tão surpreendente, pois, passo a passo, são inseridos nesse mundo. Hoje em dia, um piloto acabado de chegar à F1 tem mais conhecimento técnico e, com sorte de ser piloto de uma das academias das grandes equipas da F1, consegue ter tempo de pista com monolugares de F1 em testes privados. E essa maior preparação faz-se sentir nos resultados que obtêm desde cedo. No entanto, faltam testes. Esta é uma das gerações com menos tempo em pista antes da época começar. Cada piloto tem direito a apenas um dia e meio para se preparar para uma temporada.

É necessária alguma adaptação ao Grande Circo, mas os jovens das academias passam por um rigoroso processo de seleção. Apenas os melhores talentos são apoiados pelas equipas e levados ao topo. O talento e a preparação intensa fora de pista faz com que os jovens consigam “entrar no jogo” muito mais depressa. Oscar Piastri, estreante este ano, é um bom exemplo. Apesar da sua juventude e de ter estado um ano parado, conseguiu destacar-se este ano. Tendo em conta o pouco tempo de testes, é notável que tenha conseguido subir o nível tão cedo.

Ao nível de talento puro, este poderá ser um dos melhores anos. Da grelha atual, apenas um ou dois pilotos sairia por falta de potencial, ou qualidade. No passado esse cenário era bem diferente. A F1 está diferente e nem sempre agrada aos fãs, que viram outras eras. Mas ao nível do talento, não é despropositado dizer que estamos cada vez melhor. Ao nível da preparação, apesar do menor tempo de pista antes das épocas começarem, os jovens das academias das grandes equipas têm um nível de preparação muito elevado. Os que estão fora das academias sofrem um pouco mais para chegar à F1 e para se adaptar. A exigência é grande, cada vez maior, com os pilotos a chegarem cada vez mais cedo, mas também a sua preparação começa mais cedo. A geração mais bem preparada da F1? Muito provavelmente.

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Autosport Exclusivo
últimas Autosport
autosport-exclusivo
últimas Automais
autosport-exclusivo
Ativar notificações? Sim Não, obrigado