F1: Red Bull ultrapassa FIA pela direita?
A FIA está a deixar o caso da violação do Tecto Orçamental de 2021 por parte da Red Bull em banho-maria, mas parece que a Christian Horner poderá adiantar-se de forma a ser a sua equipa a assumir a liderança em todo o processo mediático.
Foi no Grande Prémio de Singapura que começaram os rumores que apontavam para que a formação de Milton Keynes, assim como a Aston Martin, não tivesse seguido todas as regras do regulamento financeiro que todos os concorrentes têm de respeitar.
O facto de a FIA ter protelado o anúncio da emissão dos certificados não ajudou a que os boatos acalmassem, antes pelo contrário, e, quando o fez, revelou que a Red Bull tinha feito uma ofensa menor ao Tecto Orçamental – na questão da formação de Silverstone foram questões processuais, o problema – o que significa que, no máximo, terá violado o limite do que poderia ter gastado em 2021 em 5%, 7,25 milhões de dólares americanos.
Uma vez mais, a entidade federativa falhou na informação, não revelando qual o valor, tendo sido aventado nas últimas semanas todo o tipo de teorias, desde que a violação teria tido como origem os gastos com catering, baixas médicas com funcionários e, mais recentemente, teria sido os gastos com vencimento de Adrian Newey.
O facto de a FIA não ter avançado o valor da infração cometida pela Red Bull não ajudou a trazer clareza a toda a situação e com a equipa em questão a reagir imediatamente, enfatizando que estava confiante de que não tinha feito nada de errado, fica a ideia de que a entidade federativa não está segura de que a decisão que tomou não é à prova de bala.
Seguramente de que ao longo das últimas semanas terá havido conversações entra as duas partes, com estas a esgrimir argumentos sobre a validade das respetivas posições. Porém, o problema é são à porta fechada e poderão ir num sentido incompreensível para as restantes, equipas, jornalistas e, mais importante, adeptos, colocando em dúvida todo o processo.
O rumor que segue no paddock e que é aceite pela maioria, é de que cerca de quatro milhões de dólares são o valor da transgressão da Red Bull, apontando-se o salário de Newey como a questão que levou à violação da equipa de Milton Keynes.
Segundo reza a história que circula, o técnico inglês está a prestar serviços à equipa de bandeira austríaca através de uma sua empresa, tentando a equipa fazer passar esta despesa como adicional, o que não cai no perímetro do Tecto Orçamental, o que permitiria, igualmente, colocar o quarto funcionário da estrutura fora do limite financeiro imposto pela regulamentação – os três funcionários com maior vencimento não entram nas contas.
Ou seja, de acordo com esta teoria, o valor da transgressão da Red Bull será o do vencimento auferido pelo quarto funcionário mais dispendioso da equipa.
As dúvidas são muitas e o silêncio da FIA permite que tudo ande em roda livre, criando-se todo o tipo de rumores que acabam por lançar nuvens dúbias sobre a decisão de título de pilotos do ano passado, que já tinha um manto negro sobre si.
A entidade federativa está até na iminência de se ver ultrapassada pela direita, uma vez que, de acordo com os boatos que circulam em Austin, Christian Horner está a preparar-se para revelar qual o valor apontado pela FIA para a transgressão da equipa que dirige.
Desta forma, a Red Bull assume a iniciativa mediática no processo e, se que o valor for inferior aos quatro milhões de dólares propalados pelo paddock, então esse será um primeiro triunfo da formação de Milton Keynes em todo este processo.
Na verdade a Red Bull está a fazer o que lhe compete. A FIA é que não. Acho bem que neste caso não aconteça o mesmo que no caso da Ferrari e a massa adepta saiba o que realmente se passa. Há muita gente a falar de cor e sem dados concretos todos os julgamentos em praça pública são apenas estupidos.