F1: Red Bull deixa Porsche em posição fragilizada

Por a 31 Agosto 2022 12:51

Tudo parecia ir a caminho de um casamento entre a Red Bull e a Porsche, como se fossem prometidas desde sempre, mas subitamente a caminho do ‘altar’, surgiram entraves e parece ser a grande marca de carros desportivos germânica quem está numa situação difícil.

Até à passada semana tudo parecia encaminhado para que fosse o construtor de Weissach o primeiro a apresentar o seu projecto para a nova era da Fórmula 1, que terá início em 2026, mas repentinamente foi ultrapassada pela Audi que, muito embora não tenha ainda revelado qual a equipa com que abraçará o maior desafio desportivo da sua história, garantiu a sua presença na categoria máxima do desporto automóvel dentro de quatro anos.

A confirmação da marca de Ingolstadt expôs a Porsche, que parecia estar mais que garantida, começando a aparecer pequenas fraturas na relação negocial com a Red Bull e expostas por esta, o que acaba por ser revelador, uma vez que demonstra que é a equipa de Milton Keynes que evidencia uma posição de força.

Neste momento, se a marca germânica quiser entrar pela porta grande na Fórmula 1, precisa mais da Red Bull que o contrário.

A estrutura de Dietrich Mateschitz tem vindo a edificar um departamento de motores, tendo contratado bastante na Mercedes e, muito embora não existam garantias de competitividade, consegue dessa forma ser completamente independente de fornecedores externos, como acontece até agora.

Evidentemente, que conceber e desenvolver o seu próprio motor tem um custo, se não tiver o apoio de um construtor, mas também esta área terá um tecto orçamental – cento e quarenta milhões de euros por ano – o que juntamente com o limite que existe para desenvolver e colocar a correr toda a equipa fica ainda aquém daquilo que a Red Bull já gastou anualmente na Fórmula 1, não sendo, portanto, um problema de proporções inultrapassáveis para Mateschitz.

Ou seja, se quiser, a Red Bull poderá seguir sozinha sem necessidade da Porsche, acresce a isso a possibilidade que corre no paddock de que a Honda poderá reverter a decisão que tomou em 2020, de abandonar a categoria máxima do desporto automóvel em 2021, e regressar com o novo regulamento.

Claro que o parceiro preferido dos japoneses é a Red Bull, com quem hoje mantém relações e manterá nos próximos anos.

A equipa de Milton Keynes tem, portanto, inúmeras opções sobre a mesa, não tendo a necessidade de ceder à compra de 50% das acções da Red Bull Technology por parte da Porsche, segundo as más-línguas terá sido Helmut Marko a vazar a informação, uma situação que parece preocupar os responsáveis da equipa, uma vez que, dessa forma, perderia controlo da equipa.

Na verdade, o motor que a Red Bull está a construir nas suas novas instalações, e que já esteve no dinamómetro, pode ser baptizado com qualquer nome – Red Bull, Porsche ou Honda – dependendo das condições oferecidas por um potencial parceiro, uma situação muito confortável para os responsáveis da formação de bandeira austríaca.

Já a Porsche está numa situação bem mais difícil…

Neste momento o construtor germânico não tem as instalações para conceber e contruir um motor capaz de ser competitivo na Fórmula 1, daí ter identificado a Red Bull como possibilidade, o que a deixa num cenário difícil.

Se não concretizar o casamento com a formação de Milton Keynes, o projecto da Porsche para a Fórmula 1 poderá estar em risco a não ser que contrate uma empresa especialista para conceber e construir a sua unidade de potência.

Para além disso, caso namoro com a Red Bull não se concretize, a marca de Weissach terá de encontrar uma outra opção, mas nenhuma delas terá o impacto que teria se fosse com a equipa que venceu o Campeonato de Pilotos do ano passado e está a caminho de conquistar os ceptro de 2022.

A McLaren poderia ser uma boa opção, Andrea Seidl é bem conhecido dos alemães, e a formação de Woking está a equipar-se com ferramentas da última geração, mas depois de ter estado perto de “casar” com a Red Bull, a equipa inglesa será sempre uma segunda opção e uma primeira derrota para os homens de Weissach.

Seja como for, brevemente saberemos o que fará a Porsche, dado que o construtor será alvo de uma Oferta Pública Inicial (IPO) no dia 10 de Setembro, obrigando as leis germânicas a um período de 100 dias sem que possam ser tomadas decisões de fundo sobre a marca em questão ou novas estratégias, o que implica que, se não definir a sua entrada na Fórmula 1 antes de desse dia, apenas o poderia fazer em Dezembro.

Porém, para poder se assumir como fornecedor de motores na categoria máxima do desporto automóvel em 2026, a marca alemã terá de se registar junto da FIA até ao dia 15 de Outubro, havendo aqui um choque de datas.

Os próximos dias serão determinantes para o futuro da Porsche na Fórmula 1, podendo fazer exactamente o mesmo que a Audi fez, anunciar o seu ingresso no mundo dos Grandes Prémios sem definir com quem, mas é bastante claro que a marca de Weissach está numa posição fragilizada perante a Red Bull e o casamento parece em risco.

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Scb
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1 ano atrás

Por acaso preferia que a Red Bull continuasse como está. Esta Porsche actual é ainda mais volátil que a Honda. Mas dizem que a Porsche traz mais valor que a Andretti…

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