F1: McLaren agressiva no mercado de pilotos

Por a 5 Agosto 2022 12:15

Depois de uma reestruturação que começou em 2018, a última época de uma travessia do deserto que motivou uma alteração profunda na estrutura da equipa britânica e uma mudança de paradigma, a McLaren tem encontrado o caminho do sucesso. Ainda não chegou ao topo como pretende, mas está agora mais perto de vencer do que estava no arranque deste novo ciclo. A entrada de nomes como Andreas Seidl e James Key trouxeram mais-valias a juntar aos nomes que a equipa já tinha.

A equipa parece agora estar numa fase diferente. Zak Brown, CEO da equipa e maestro desta reestruturação que está na sua fase final (com a construção de um novo túnel de vento e de um novo simulador) tem adotado uma postura mais agressiva no mercado de pilotos. Brown parece estar determinado em assegurar jovens talentos de um lado e do outro do atlântico e o exemplo de Oscar Piastri pode ser o mais recente caso.

Desde a chegada de Zak Brown 2016 teve de lidar com seis pilotos diferentes. Aquando da sua chegada, a equipa tinha uma dupla de luxo com Fernando Alonso e Jenson Button, dupla que não foi aproveitada pelo fraco desempenho da equipa. Button saiu e Stoffel Vandoorne foi chamado a assumir o lugar, algo que fez com pouco sucesso, após ter mostrado muito potencial nas categorias de iniciação. Vandoorne foi dispensado e Alonso fartou-se da situação e em 2019, Carlos Sainz e Lando Norris foram contratados. Dois pilotos jovens, um com mais experiência, outro estreante nesse ano. A dupla manteve-se durante duas épocas, até Sainz assinar pela Ferrari. Nessa altura a McLaren apresentou uma postura mais agressiva e foi buscar Daniel Ricciardo à Renault, num golpe surpreendente e mediático, com o australiano a juntar-se a Lando Norris.

A carreira de Ricciardo na McLaren tem sido pautada pela mediocridade, muito longe do que o piloto nos habituou nos tempos da Red Bull e até da Renault. O cenário da sua substituição começou a ganhar força ainda no primeiro terço da época, olhando aos fracos desempenhos e agora parece ser um cenário cada vez mais provável, olhando às notícias que chegam, com Oscar Piastri a ser dado como certo na equipa em 2023. Mas Piastri (21 anos) não é o único nome jovem associado à McLaren. Do outro lado do Atlântico, Brown tem estado muito ativo. Pato O ́Ward (23 anos) tem dado nas vistas na Indy, sendo piloto McLaren, e é visto como uma possibilidade para o futuro, tal como Colton Herta (22 anos), que apesar de ser piloto da Andretti Autosport na Indy, já testou num monolugar de F1 da McLaren. Ainda recentemente a McLaren iniciou uma “guerra” legal com a Chip Ganassi, após ter anunciado Alex Palou (25 anos), referindo que o piloto espanhol seria piloto de testes para a F1.

Sabemos que o programa de jovens da McLaren perdeu ímpeto e depois de ter formado nomes como Kevin Magnussen, Stoffel Vandoorne, Nyck de Vries, Lando Norris, sem esquecer o maior nome do programa, Lewis Hamilton, a McLaren apostou em 2021 com o jovem piloto Ugo Ugochukwu (14 anos) sem ter mais nenhum nome na calha. A aposta nos jovens talentos da Indy e agora em Piastri mostra que Brown quer aproveitar ao máximo os jovens talentos, mesmo não tendo um programa tão ativo como tem a Red Bull e a Alpine .

A entrada de Piastri (a confirmar-se) pode ser um grande golpe, pois se o australiano conseguir confirmar todo o potencial que evidenciou até agora, poderá ser um caso sério na F1. Por outro lado, a entrada de um talento vindo dos Estados Unidos da América pode ficar adiada, pois uma dupla Norris / Piastri deverá ser pensada a médio / longo prazo. A entrada de Herta ou O ́ Ward parece agora menos provável e a de Palou era já pouco provável desde o começo. Mas Brown parece apostado em ter os melhores jovens do seu lado e está atento a todas as oportunidades. 

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Autosport Exclusivo
últimas Autosport
autosport-exclusivo
últimas Automais
autosport-exclusivo
Ativar notificações? Sim Não, obrigado