F1: Max Verstappen condenado ao sucesso, ou ao fracasso?

Por a 29 Maio 2018 10:30

Quando Max Verstappen entrou na F1, foi pela porta grande. A Red Bull anunciou com pompa e circunstância que tinha encontrado o novo génio do volante e não se importou de o fazer chegar ao Grande Circo, sem que o seu processo de maturação estivesse concluído.  Bastou um ano para convencer que realmente era especial e para chegar à Red Bull, vinda da Toro Rosso, mesmo que para isso fosse preciso atropelar um russo, que também saltou etapas e que não conseguiu impor-se  na F1, mesmo com um ano de estreia forte.

Quatro anos passados depois da estreia de Max na F1, a situação que vive neste momento seria impensável de imaginar quando começou. Verstappen atravessa uma fase negativa, com acumulação de erros pouco recomendável e começa agora a enfrentar algumas dúvidas. A sequência de 6 erros comprometedores em 6 corridas não abona a seu favor e  Verstappen começa agora a enfrentar alguma críticas internas, justificadas. A última voz que se insurgiu contra o comportamento de Max em pista foi a de Nico Rosberg que chegou ao ponto de afirmar que perdeu a fé no holandês:

“Ele era mais rápido que o Daniel Ricciardo e depois bateu no momento mais idiota. Teve um acidente quase idêntico em 2016. Pergunto-me se Max será confiante demais. Não há pista que castigue mais excessos de confiança do que Mónaco. Parece não ter aprendido nada. Já é a quinta vez este ano, mas é a quarta temporada dele na F1. Não se pode dizer que é inexperiência. De momento tudo corre mal para ele, e já não tenho muita esperança nele.”

Apenas em jeito de comentário ao comentário de Rosberg, o alemão faz um trabalho excelente no comentário de corridas e consegue explicar de forma clara o que se passa dentro e fora do carro. Esperemos que não comece a usar um registo “à lá Villeneuve” para ganhar mais mediatismo.

Voltando ao caso de Verstappen, é certo que vai para a sua quarta época na F1 e não pode ser acusado de inexperiência. Mas o holandês tem exactamente a mesma idade de Leclerc que apenas agora chegou à F1. Talvez o grande problema tenha sido os responsáveis pela carreira de Max acharem que uma passagem pela F2 não o ajudaria na evolução.  Se Max tem passado por isto numa categoria inferior, o impacto mediático seria menor e o jovem poderia ter aprendido nessa altura. Duvidar da capacidade de Max nesta fase é claramente insensato. Em 66 GP ter conseguido 3 vitórias e 12 pódios não pode ser menosprezado. Algumas das suas exibições vão directamente para a história da F1, como a primeira vitória na primeira corrida pela Red Bull, ou a exibição de génio em Interlagos à chuva. Goste-se ou não do piloto ou do Hype que se criou à volta dele, atrás do volante, Max é um génio e talvez por isso consiga encontrar sempre força mental para continuar a arriscar como faz. Talvez a sua postura actualmente seja de alguma arrogância, por não reconhecer o momento de fraqueza, não se protegendo a si e à sua equipa, mas o comum dos mortais levantaria o pé durante dois ou três GP para deixar assentar a poeira e Max continua a deixar a sua marca.

Verstappen trouxe o picante que por vezes faltou à F1 e tem capacidades que muito dificilmente se vêm noutros pilotos da sua geração. Tem tudo para ser uma referência da F1 e não lhe falta a força mental para ultrapassar este momento. Tem é que entender, tal como Ricciardo entendeu no GP do Mónaco, que por vezes não importa ir depressa, mas sim importa ir bem. Verstappen precisa de uma pausa para recalibrar e pensar nos erros que tem cometido. Todos os pilotos passam por isso de uma forma mais ou menos vincada. As fases negativas fazem parte do desporto de alta competição. Apenas os melhores sabem usar esses momentos para aprender. Se Max for capaz disso poderá voar ainda mais alto. Senão, os seus detratores poderão vir a ter razão.

 

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