F1: Horner acha a postura da Liberty demasiado democrática

Desde que pegou nas rédeas da F1 que a Liberty sempre optou por uma postura de dialogo e de consensos para encontrar soluções para os problemas. Mas a F1 é pouco dada a consensos e as equipas tendem a pensar de forma egoísta, sem olhar para os interesses gerais e por isso a Liberty tem tido dificuldade em implementar certas medidas.

Christian Horner falou sobre a postura dos donos da F1 e deixou transparecer que falta um pouco do pulso de ferro, que existia nos tempos de Brenie Ecclestone:

“Nunca teríamos ouvido um promotor falar sobre Bernie, porque a consequência disso seria perderem o Grande Prémio no ano seguinte”, disse Horner à ESPN. “Ele tinha uma maneira diferente de fazer negócios. O problema é que a Liberty está a tentar trabalhar de maneira democrática. Os promotores têm agora muito mais da Liberty do que antes, em termos de liberdade e capacidade de fazer coisas. Quanto mais você dá, mais eles querem. Bernie tinha uma forma mais ditatorial de trabalhar, em que se os promotores não gostavam, não teriam corrida no ano seguinte. É apenas uma maneira diferente de operar.”

“Uma coisa que a Liberty deve achar frustrante é que muitos dos negócios são conduzidos através dos media”, acrescentou. “É algo que eles não estão habituados no desporto americano. Há uma comparação constante entre o desporto americano versus a Fórmula 1. O desporto americano funciona na América, não funciona globalmente. Fórmula 1 ainda é um dos maiores desportos do mundo e se não pode necessariamente aplicar a abordagem desportiva dos EUA a algo que já tem 60, 70 anos como um campeonato mundial global.”

“Eles, provavelmente, pensaram que não teriam tantas dificuldades. Mas acho que continuam determinados e convencidos de que o potencial do desporto para levá-los ao próximo nível existe”, acrescenta. “Vemos iniciativas como eSports que são todas positivas, mas o foco precisa de se voltar para o que a F1 é. Pode-se tentar promover um filme o quanto se quiser, mas se este não tiver substância e não for emocionante, as pessoas não irão ver. Acho que é o conteúdo da Fórmula 1 que precisa ser abordado para o futuro.”