F1: Colaboração Red Bull/AlphaTauri será muito diferente da situação do ‘Mercedes cor de rosa’, diz Horner

Por a 4 Dezembro 2023 12:34

Christian Horner afastou a possibilidade de um cenário idêntico ao de 2020 na colaboração da Red Bull com a AlphaTauri, que passará a ter nova designação na próxima temporada. O responsável da Red Bull está convicto que a sinergia entre as duas equipas cumpre o regulamento, ao contrário do que aconteceu com a Racing Point em 2020.

As novas instruções dentro do grupo Red Bull são claras, como explicou Helmut Marko em outubro passado. “Tudo o que é permitido pelos regulamentos deve ser assumido pela Red Bull Racing. Nada de projetos internos, nada de especificidades em Faenza. As sinergias serão aproveitadas da melhor forma possível”. Isto acontece depois de alguma especulação sobre a possibilidade da venda da equipa italiana por parte do grupo Red Bull. 

“Estamos muito longe de um Mercedes cor de rosa”, afirmou Horner. “Existem alguns componentes transferíveis que estão claramente listados nos regulamentos que podem ser fornecidos, e é isso que eles [em Faenza] recebem”.

O melhor desempenho do AT04 nas corridas da segunda metade da temporada que agora terminou, e que abrem boas perspetivas para o próximo ano, deveu-se, em parte, ao aproveitamento da suspesão desenvolvida em Milton Keynes para o RB19. “Quando se olha para o carro, há diferenças fundamentais entre ele [AT04] e um carro da Red Bull Racing. E, sem dúvida, há outros carros na grelha que estão muito mais próximos em termos de conceito [do RB19] do que o AlphaTauri”, explicou o responsável da Red Bull. 

Horner aproveitou a deixa para demonstrar que “basta olhar para um Aston Martin, ou mesmo para um McLaren [para ver semelhanças com o Red Bull]. Se olharmos para a suspensão traseira de um McLaren, o seu conceito é muito próximo do nosso”.

Espera-se que a colaboração dê à AlphaTauri acesso aos conhecimentos técnicos e aos recursos da Red Bull, para que a equipa italiana possa alcançar outros resultados, mas sempre dentro do que exigem os regulamentos, adianta Horner. “Há certos componentes que podemos fornecer, como é o caso da Mercedes e da Ferrari, que fornecem a equipas caixas de velocidades, suspensões e ferramentas de simulação e tempo de túnel de vento”. Para o britânico, esta será “uma relação idêntica entre as [duas] empresas e, claro, cabe-lhes a eles a utilização dessas ferramentas”. 

Desde o primeiro dia de testes da pré-temporada de 2020 que o monolugar da Racing Point, agora Aston Martin, RP20 causou estranheza à concorrência e no Grande Prémio da Estíria, o segundo da época, houve um protesto oficial. Quando o carro da equipa de Silverstone foi apresentado em Barcelona antes dos testes, rapidamente foi apelidado de “Mercedes Cor de Rosa”, devido às suas evidentes semelhanças com o Mercedes W10, que no ano anterior tinha conquistado ambos os títulos mundiais e à cor do patrocinador oficial da equipa. A FIA concluiu que a Racing Point violou as regras da propriedade industrial com as condutas de ar dos travões traseiros, tendo sido multada em 400 mil euros e perdido 15 pontos no campeonato de construtores. 

A maior parte das peças de uma equipa de Fórmula 1 têm de ser produzidas pelos próprios construtores, mas o regulamento permite a compra de alguns componentes a outras partes. Duas equipas do paddock da Fórmula 1 costumam depender bastante de componentes adquiridos: a Haas compra peças à Ferrari e a AlphaTauri à equipa-irmã Red Bull. Ainda assim, o desejo de ser mais independente, levou a equipa de Faenza a tomar um rumo próprio, voltando a haver uma ligação mais próxima no final desta temporada, com vista a trabalhar no carro de 2024.

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