F1: Azarado e fora de forma, o retrato de Nico Hulkenberg neste seu regresso

Por a 5 Agosto 2020 20:37

O piloto alemão, despejado pela Renault da Fórmula 1, estava longe de pensar que regressaria ao volante de um carro da disciplina nove meses depois. Mas o Covid-19 abriu um postigo quando Sergio Pérez testou positivo e ficou confinado para debelar a doença, estendendo-lhe a passadeira vermelha para o competitivo Racing Point quando se percebeu que o mexicano dono do lugar iria ter de ficar em casa mais tempo que o esperado.

Viradas as costas à Fórmula 1, o alemão, “bon vivant”, desacelerou a sua preparação física e preocupou-se em relaxar e aproveitar o momento, mesmo com o confinamento e a pandemia de Covid-19. O convite da Racing Point foi uma surpresa, mas o alemão agarrou com as duas mãos a possibilidade de pilotar o RP20 em Silverstone.

Porém, a chegada a SIlverstone foi um bocadinho como aquela substituição de um jogador lesionado… foi sem aquecimento. E por isso mesmo o alemão foi dizendo que “o físico vai-se ressentir amanhã” tais as forças sentidas na pista de Silverstone. Para que o ramalhete ficasse completo, o motor Mercedes do Mercedes W09, perdão, do Racing Point RP20, decidiu amuar e foi um bocadinho “vai ser tão bom não foi?!” pois nem sequer conseguiu sair da box para se encaminhar para a pré-grelha.

Ou seja, o fim de semana de Silverstone começou com uma chamada telefónica inesperada e acabou em profunda desilusão, não se sabendo se o alemão conseguiria fazer alguma coisa com o RP20 equipado com pneus médios e total desconhecimento do carro.

Ora, Sergio Perez continua isolado e este fim de semana, Nico Hulkenberg vai voltar a Silverstone e ao RP20 e por isso, as 52 voltas da prova da semana passada teriam sido muito úteis ao piloto alemão, permitindo-lhe conhecer melhor o carro e os seus sistemas e dar trabalho aos músculos do pescoço e dos ombros. Porque se é verdade que relaxou na preparação física, chegou a Silverstone com apenas um quilo a mais que o seu peso ideal.

Claro que durante os treinos, o Racing Point RP20 era um ambiente estranho, mas no final do primeiro dia, não passava de um carro de corridas, apesar de ser completamente diferente do Renault. Pudera!

Hulkenberg “estranhou” o banco, feito à pressa, mas que o deixava confortável, e algumas coisas que estavam colocadas nos locais errados, na perspetiva do alemão, mas rapidamente percebeu que tinha nas mãos um carro muito competitivo.

Porém, Hulkenberg voltou a ter azar, pois foi chamado para a Racing Point numa altura do ano em que o calor dificulta as coisas quando se está em menor forma e num circuito violento para o físico com curvas a gerarem mais de 5G de força centrífuga.

Por isso mesmo, Nico Hulkenberg foi inteligente e concentrou-se em sentir-se confortável e conseguir guiar o carro e não ser o carro a guiá-lo, deixando para mais tarde afinações mais finas como o diferencial e os modos de motor.

Foi progredindo tranquilamente, aproximando-se dos tempos feitos por Lance Stroll e na qualificação fez jogo igual com o canadiano. Acabou longe do seu colega de equipa e teria saído de 13º da grelha de partida (Stroll saiu de 6º) caso o carro não lhe tivesse pregado a partida.

Esta semana tem sido violenta para Nico Hulkenberg: vai passar dois dias e meio no simulador para conhecer melhor o carro e começar a afinar coisas mais complexas, enquanto no que toca ao exercício físico, tudo tem sido feito a pensar na maior resistência física para nova incursão ao circuito de Silverstone, devendo chegar na sexta feira ao traçado britânico já com o quilo a mais perdido e músculos menos enferrujados. Veremos se alguém lhe oferece uma ferradura dourada, pois a malapata

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