Comissão F1 determina início do desenvolvimento dos carros de 2026 e aprova alterações nas Sprint

Por a 24 Novembro 2023 12:06

Os monolugares que chegarão às pistas na temporada de 2026, resultado do novo regulamento técnico que está a ser planeado para acompanhar as alterações às regras das unidades motrizes – que permitiram o aparecimento de novos fornecedores – só poderão começar a ser desenvolvidos pelas equipas de Fórmula 1 em 2025, concordou a Comissão de F1 reunida hoje em Abu Dhabi.

Além deste tópico, a Comissão de F1 anunciou que apoia a atualização do formato Sprint por parte do promotor, abrindo a porta à possibilidade de alterações profundas neste particular. 

A quarta e última reunião da Comissão de Fórmula 1 de 2023 teve lugar hoje, no Circuito de Yas Marina, antes do Grande Prémio de Abu Dhabi, prova que encerra a temporada. Entre os principais tópicos de discussão estiveram o formato dos eventos Sprint para 2024 e anos seguintes, a futura estratégia de pneus e o arrefecimento dos pilotos em provas com altas temperaturas, como aconteceu no Catar. A reunião foi presidida pelo Diretor de monolugares da FIA, Nikolas Tombazis, e pelo Presidente e Diretor Executivo da Fórmula 1, Stefano Domenicali.

O presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, pediu que o objetivo de tornar mais leves os monolugares de F1 na próxima alteração dos regulamentos técnicos para 2026 seja uma realidade. “Precisamos de um carro mais leve. Acredito que isso é melhor. Venho do desporto automóvel, onde os carros mais leves são mais seguros e não gastam a mesma quantidade de combustível. Será difícil de conseguir, mas toda a gente o quer. Por isso, estou a insistir porque venho dos ralis, onde nada é pior do que ter um carro pesado”, disse o presidente da FIA em junho.

As novas unidades motrizes vão incorporar 50 por cento de combustão interna e 50 por cento de energia elétrica que, combinadas, proporcionarão uma potência máxima de mais de 1000 cv. Também funcionarão com combustível 100% sustentável, enquanto terão apenas um único motor elétrico de 350kW, mais potente do que o atual MGU-K.

Na derradeira reunião da Comissão de F1, precisando ainda de aprovação do Conselho Mundial da FIA, ficou acordado que “não podem ser efetuados quaisquer trabalhos de desenvolvimento de um carro para a época de 2026 antes do início de 2025”, anuncia o comunicado da entidade federativa. 

Foi ainda aprovada uma atualização ao regulamento técnico em vigor nesta altura, relacionada com a segurança, que “atenua o perigo criado pelos componentes metálicos no chão, caso se soltem, limitando a sua massa e número”. O comunicado final da reunião, sublinha ainda que “outras pequenas atualizações dos Regulamentos Técnicos e Desportivos para 2024 foram aprovadas pela Comissão”. 

Em relação às alterações do formato Sprint nos eventos de 2024, a Comissão anunciou o seu apoio a uma atualização “a fim de racionalizar ainda mais o fim de semana, separando as atividades da Sprint das do Grande Prémio”, avançando ainda que o “calendário final para as provas de Sprint de 2024 será publicado nas próximas semanas”.

Recordamos que durante o GP de São Paulo, Toto Wolff revelou que  o Sprint Shootout (qualificação para a Sprint) pode passar para as tardes de sexta-feira, enquanto a corrida Sprint pode-se realizar na manhã de sábado e a qualificação para o Grande Prémio nas tardes de sábado, no mesmo horário que nos fins de semana normais. O dia de domingo continuaria dedicado exclusivamente ao Grande Prémio, com a corrida mais longa de todo o fim de semana.

Aponta ainda o comunicado da Comissão, que o “Comité Consultivo Desportivo irá trabalhar em pormenores específicos, nomeadamente no que se refere à cronometragem e às regras do parque fechado, para uma proposta final a apresentar à Comissão de Fórmula 1 na primeira reunião de 2024”. 

Outro dos assuntos analisados pela Comissão de F1 foi o ‘pack Wet Weather’, que tenta reduzir o ‘spray’ projetado pelos monolugares com o piso molhado. Foi reconhecida a importância deste projeto, sendo anunciado um novo teste, na primavera de 2024, a um novo design de cobertura que “envolve completamente o pneu, a fim de estabelecer um ‘concept’ para a cobertura da roda para estes carros e ajudar a definir a direção futura do projeto”, revela o documento. 

Em relação à mantas de aquecimento dos pneus e aos testes efetuados durante a corrente temporada com alocações alternativas de pneus, a Comissão concordou que o desenvolvimento dos futuros pneus por parte da Pirelli, deve “centrar-se na redução dos problemas de sobreaquecimento e na melhoria da capacidade de corrida dos pneus, pelo que foi tomada a decisão de manter as mantas de aquecimento dos pneus para 2025 e suprimir os apêndices relevantes dos regulamentos desportivos e técnicos que exigiam uma nova decisão a tomar em julho de 2024”.

Na sequência do ensaio de uma Atribuição Alternativa (ATA) de pneus em dois eventos desta época, a Comissão optou por manter os 13 jogos de pneus para piso seco como padrão para a época de 2024, “com as secções relevantes dos regulamentos relativas à ATA a serem eliminadas”.

Depois das queixas dos pilotos no final do GP do Catar, em que vários deles passaram por dificuldades devido às temperaturas altas que enfrentaram durante a corrida de domingo, foram aprovadas atualizações ao regulamento técnico para “permitir a instalação no automóvel de um furo para aumentar o arrefecimento do piloto”. Trata-se de uma medida imediata, enquanto está a ser efetuada uma análise de outras opções de arrefecimento para condições mais extremas, tal como prometeu a FIA nos dias posteriores ao evento.  

Por último, a Comissão de F1 aprovou a exclusão dos custos com iniciativas de sustentabilidade dos regulamentos financeiros, ficando de fora das contas para a análise ao cumprimento do limite orçamental. Salienta a Comissão, que se trata “especificamente dos custos que são imputáveis à definição e identificação dos objetivos de sustentabilidade e da estratégia prevista para atingir esses objectivos, bem como ao acompanhamento, à compilação e à produção de relatórios para medir os progressos realizados em relação à pegada de carbono e aos objectivos de emissões”. 

Foto: Philippe NANCHINO/MPSA

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