TCR Europe, Gustavo Moura: “Não consigo entender o nível de agressividade que vi”

Por a 7 Maio 2018 19:55

Gustavo Moura esteve presente na ronda inaugural do TCR Europe, com objectivos bem definidos… divertir-se, aprender e fazer evoluir o seu carro, o Audi RS3 LMS. A única vontade do piloto era terminar as provas e aproveitar ao máximo a experiência mas no computo geral, foram dois dias difíceis para o piloto , como explicou em declarações ao AutoSport:

“Foi um fim de semana muito difícil, para toda a gente e em especial para mim. Era um circuito que eu desconhecia por completo e o principal objectivo era terminar as corridas mas  infelizmente tal não aconteceu.  Notou-se uma evolução desde o TL1 até ao TL2 , em que mesmo com pista molhada tivemos um andamento melhor e na Qualificação, em que conseguimos tirar 3 segundos em relação ao tempo de referência  do TL1. Estávamos confiantes de que conseguiríamos baixar ainda mais os tempos na corrida, mas a concorrência é feroz e há muito contacto em pista.  Um toque infeliz de um adversário levou a uma quebra da transmissão e ao consequente abandono. Na segunda corrida, o piso estava propício a toques, e o aparecimento da chuva aumentou ainda mais essa probabilidade. Arranquei muito bem, consegui subir algumas posições mas logo na segunda curva levei outro toque que me atirou para último. A partir dai foquei-me apenas em fazer a minha condução, mas os pilotos do fim do pelotão estavam lentos e por isso vi-me envolvido e novas lutas e ainda mais toques. O carro nem parece novo, pois está todo marcado. Não consigo entender o nível de agressividade que vi na discussão por posições que não eram para lugares pontuáveis. “

Moura ficou surpreendido pela negativa com a quantidade de toques que existiu em pista,  sem que qualquer sanção tenha sido aplicada e enalteceu o nível de lealdade das corridas em solo nacional:

“Eu fiz o troféu FEUP, onde se dizia que havia com muito contacto e nunca vi isto. Não entendo esta agressividade, principalmente nas primeiras voltas. Mesmo na frente viu-se  o mesmo e o Kiko Mora foi também vítima desta agressividade exagerada e sem isso, poderíamos estar agora a falar de resultados melhores para ele. Nas duas provas levou toques do Borkovic e não houve consequências. Se fosse cá em Portugal tinham chovido críticas aos organizadores, à FPAK e ao colégio de comissários. O Comini cortou uma chicane e passou 6 ou 7 pilotos e ninguém disse nada. Se fosse cá tinha havido uma guerra. Em Portugal temos corridas disputadas mas os pilotos são correctos e leais. “

Quanto ao objectivo de aprender e fazer evoluir o carro, o tempo em pista não permitiu que tal acontecesse e assim, Moura considera que não foi um fim de semana tão produtivo quanto gostaria e não ficou convencido em relação à competição:

“Devido as condições meteorológicas e as poucas voltas dadas, o conhecimento adquirido não foi o que antecipávamos, pois tivemos muito pouco tempo em pista. Conseguimos evoluir durante o fim de semana mas fica a saber a pouco pois tivemos pouco tempo em pista e em condições muito variáveis. Fui ao TCR Europe porque não houve Estoril e tive muito apoio de várias pessoas para fazer esta prova, para a qual fui apenas com o intuito de me divertir e aprender. Mas não sei se irei à segunda corrida pois a despesa que vou ter nos arranjos do carro, sem nunca ter batido em ninguém fazem-me ponderar se vale a pena ou não ir. “

Quanto à sua nova máquina, Moura defende um ajuste de BoP, sendo o Audi o carro mais prejudicado ao nível de peso:

“Já conduzi a maioria dos carros TCR e tenho a convicção que o BoP tem de ser novamente alterado. É inconcebível  que o Hyundai, que tem ganho tudo esteja mais leve que o Audi.  E ainda bem que tivemos pilotos como o Vernay, que conquistaram o segundo lugar em condições muito especificas e mesmo assim ficaram a quase dois segundos do vencedor, o que prova que a diferença de andamentos é significativa. Mesmo entre carros do grupo VAG, as diferenças entre os Seat, os VW e os Audi não são assim tantas mas o BoP é muito diferente.”

 

Em relação ao CPVT, Gustavo Moura está confiante que será um bom campeonato mas que é necessário que haja um esforço para vender melhor o produto. O piloto da Speedy Motorsport defende que é preciso encontrar soluções novas para que o campeonato ganhe estabilidade:

“Tenho a certeza que vamos ter um campeonato interessante com bons pilotos em pista. Mas os organizadores devem olhar para os bons exemplos do TCR Europe que tem uma envolvência que cativa as pessoas. Eles sabem receber muito bem e com isso conseguem conquistar as pessoas, que ficam com vontade de voltar. É isso que deve ser feito cá. É preciso dinamizar e encontrar soluções para vender melhor o nosso produto. O promotor está a fazer um bom trabalho e há coisas boas que devem ser enaltecidas, como as transmissões na TV ,mas temos de encontrar novas soluções para conseguirmos melhorar mais. E basta ver que na Itália havia 15 carros e agora há 25. Em Portugal, estranhamente, estamos em contra-ciclo mas temos de trabalhar juntos para melhorar o nosso campeonato. Não acho que se deva usar o mesmo modelo que existe em Espanha e devemos manter o TCR nos moldes que temos .  A fórmula é de sucesso e até o TCR UK está a conseguir estabelecer-se, mesmo com a concorrência do BTCC. Temos de acabar com este clima de desconfiança. Vamos ter campeonato e vai ser interessante de seguir e temos tudo para cimentar esta competição. “

 

Gustavo Moura será um dos pilotos presentes na primeira ronda do CPVT em Braga que decorrerá no fim de semana de 26 e 27 de Maio.

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