Rob Huff: “Gostava de ver Nurburgring Nordschleife no calendário do WTCC”

Por a 12 Fevereiro 2014 17:33

A Lada vai este ano contar no WTCC com Rob Huff e James Thompson, o que significa que os russos estão a apostar muito forte no WTCC 2014. O Campeão de 2012, rob Huff, está de regresso a uma equipa de fábrica, e enquanto os olhos estão mais postos na Citroën e na Honda, a Lada tem um boa oportunidade para crescer.

A oferta para rumar à LADA Sport foi inesperada para si?

Não diria que tenha sido inesperada, porque começámos a falar há algum tempo mas, ao mesmo tempo, é sempre muito lisonjeiro ter uma oferta destas. É bom saber que alguém quer os nossos serviços, é ótimo para a confiança. Passei todo o ano de 2013 concentrando-me no regresso com uma equipa de fábrica e a Lada apresentou-me uma fantástica e entusiasmante oportunidade que sinto que se adequa a mim e ao que quero alcançar. Penso que a colaboração será longa e próspera.

Onde pensa que estão os pontos fortes e fracos do Lada Granta WTCC?

A resposta mais fácil sem ter pilotado o carro é que as suas pequenas dimensões são muito benéficas, e tem claramente um motor forte. É muito prometedor ao ser aerodinamicamente eficiente e rápido em reta. Isso foi certamente óbvio no ano passado quando correram em circuitos de alta velocidade. O que é facto, é que a Lada quer aprender e subir ao próximo nível. Que o desejo e vontade de ser bem-sucedido crie muita força! Diria que a principal fraqueza virá do facto do Lada Granta estar previsto rumar à pista muito tarde. Outras equipas já testaram os seus carros mas, entre o James Thompson, o Mikhail Kozlovskiy e eu, penso que deveríamos poder trabalhar em conjunto para extrair rapidamente ritmo do carro.

O que espera em termos de resultados para 2014?

É difícil estabelecer objetivos em particular. Outras equipas tiveram um carro por muito tempo e percorrem ainda um longo caminho. Contudo, 2014 é para tentar evoluir o carro rapidamente para termos um 2015 muito bem-sucedido. Penso que a equipa irá inicialmente depender de mim e do James para desenvolver o Granta, apesar do feedback do nosso colega mais novo, Mikhail, ser também muito importante. Teremos que estabelecer as áreas em que precisamos de trabalhar muito cedo nesta época e usar 2014 como um ano de ligação à equipa e perceber como tudo funciona para construir bases sólidas para 2015 e anos seguintes.

O que pensa sobre os novos regulamentos do WTCC? Irão tornar o campeonato mais espectacular?

Penso que sim. Os carros de turismo eram os mesmos desde que me lembro e ter um pelotão de carros totalmente novos, com novos construtores, mostra que o WTCC está a avançar. Serão mais rápidos, barulhentos e agressivos, o que deve adicionar espectáculo e levar o campeonato onde sempre devia ter estado.

Quais são os pontos altos ou mais impressionantes da sua carreira?

É óbvio que vencer o Mundial de Carros de Turismo em 2012 foi a minha maior conquista, mas há nos anos mais recentes alturas muito especiais, como alcançar uma vitória e um terceiro lugar em Macau no ano passado, com um carro que não deveria ser capaz de lutar por tais resultados. Claro que o título de 2012 foi a maior conquista, entrar em 2013 e perceber que nada estava disponível para mim foi difícil. Essa experiência faz-me mesmo apreciar o meu trabalho de piloto na Lada Sport e tenho que dizer que perceber que havia uma possibilidade foi um ponto alto na minha carreira. O desporto está cheio de altos e baixos, mas tentamo-nos focar nos altos e deixar os baixos para trás. Sou sortudo por ter muitas boas memórias na minha carreira automobilística.

Qual é a sua pista favorita? Se tivesse que desenhar o calendário do WTCC, que circuito e país incluiria?

O meu favorito é definitivamente o Circuito da Guia em Macau, uma pista urbana. Sempre foi um dos meus preferidos e essa afeição só aumentou ao vencer lá seis corridas do WTCC. É um verdadeiro teste a homem e máquina e enfatiza a precisão. É uma pista que parece sobressair e se pudesse ter as 12 rondas do WTCC em Macau, ficaria contente! Spa-Francorchamps é outro dos meus favoritos e penso que deveria figurar de todos os calendários do automobilismo. Também gostava de ver Nurburgring Nordschleife no calendário, porque talvez seja o circuito mais duro no mundo e, tal como Macau, um verdadeiro teste a homem e máquina. Correr com carro do WTCC em Nordschleife seria incrível. Contudo, correr na Rússia com as cores da Lada Sport pela primeira vez, será muito especial.

Adora os circuitos urbanos? Sente-se particularmente confortável neles?

Penso que os circuitos urbanos têm uma complicação extra ao não deixar margem para erros. Os novos circuitos do estilo da Fórmula 1 tornaram-se mais seguros à medida que os carros se tornaram rápidos, com extensas áreas de escapatória em asfalto que não ‘punem’ os pilotos por cometerem erros ou abusarem dos regulamentos ao exceder o limite da pista. Claro que há barreiras de pneus colocadas nas curvas para impedir que os pilotos cortem as curvas, mas fazer isso simplesmente não é uma opção nos circuitos urbanos, quando há muros inamovíveis e barreiras no caminho. Os circuitos urbanos levam o piloto ao limite dos espelhos e dos painéis da carroçaria!

Qual é a sua opinião sobre a ronda da Rússia do WTCC e sobre o Moscow Raceway?

Penso que a Rússia e o Moscow Raceway são fantásticos para o WTCC. A ronda do ano passado era um pouco desconhecida para todos, mas a forma como fomos recebidos e as infraestruturas fantásticas surpreenderam todos. É um lugar espectacular e todos os envolvidos no circuito têm-se esforçado para criar um ambiente automobilístico fantástico. De facto, o circuito proporcionou talvez a corrida mais entusiasmante de 2013, com cinco carros lado a lado nas retas. Os organizadores efetuaram um trabalho fantástico e será entusiasmante regressar à Rússia, ainda mais agora que estou com um construtor russo!

É muito forte, não só nos turismos, como também na resistência. Que outras formas de automobilismo gostaria de experimentar?

As 24 Horas de Le Mans são a grande meta a alcançar, e espero chegar lá nos próximos anos. Tive muito sucesso na resistência nos últimos 12 meses, estando entre os seis primeiros nas 12 Horas de Bathrust, com vitória nas NASA 25 Horas de Thunderbill e o segundo posto nas 24 Horas de Daytona e do Dubai. Foram todas experiências fantásticas e quero continuar nisso, mas os carros de turismo continuam a ser o meu principal foco enquanto existirem oportunidades. Para ser honesto, não há muito mais espaço a outras formas de automobilismo de momento.

O que pensa que contribui geralmente para a maior parte das vitórias em corrida, um carro forte, ou a sorte ou motivação de um piloto?

É uma combinação de todos os fatores. Primeiro, há que ter o apoio de uma equipa com vontade de vencer e um carro capaz de triunfar. Contudo, como atestam alguns resultados meus em 2013, as circunstâncias podem por vezes funcionar em favor caso não se tenha a melhor máquina. Como piloto, temos que estar motivados e assegurar-nos que tudo está certo para dar o máximo, e eu ainda estou com uma grande fome de vitórias. A minha grande ambição é tornar-me o piloto mais vencedor da história do WTCC e penso que seguimos na direção certa.

Sente-se confortável nas corridas à chuva e pilotar em piso molhado?

Suponho que tive muito treino, ao surgir do automobilismo britânico, num país que não tem exatamente um grande clima. Cresci a correr em condições de piso molhado e adoro quando há mais corridas à chuva, mas já se passou algum tempo desde que houve uma corrida do WTCC em piso molhado.

Baseando-se nas suas experiências, como mudou o mondo do automobilismo nos últimos 15-20 anos? Desenvolveram-se algumas tendências?

A mudança mais notória foi na tecnologia. Avançou muito e, como resultado, estamos a entrar numa nova era da história do WTCC em 2014. Quanto às tendências, a recessão atingiu alguns construtores que desapareceram. O automobilismo é algo divertido mas muito caro, e somos sortudos por ter concorrentes privados tão fortes no WTCC que mantiveram o campeonato vivo enquanto os restantes lutavam para sobreviver.

Antes de entrar no WTCC correu na Grã-Bretanha, incluindo uma época no BTCC. Acha que a participação em campeonatos nacionais é uma parte importante da carreira de um jovem piloto?

Acredito que competir num campeonato nacional é essencial para a carreira de um jovem piloto. Todos têm que começar e no Reino Unido somos privilegiados por ter talvez os campeonatos de clube mais fortes do mundo. Tendo crescido no automobilismo, sei que a única forma de aprender é a difícil, cometendo erros e lidando com problemas. Ultrapassar as barreiras com um forte grupo de pessoas para restaurar a confiança é importante. Ao mesmo tempo, tal como quando se sai de casa, chega-se a uma altura em que se tem que estender as asas e experienciar como as outras pessoas dos outros países correm. Sou muito sortudo por ter passado os últimos nove anos a correr no palco mundial, contra pilotos de origens muito diferentes.

Que conselho dá aos jovens pilotos que queiram ser bem-sucedidos no automobilismo?

Fazem-me muito esta questão e é uma das mais difíceis de responder. O automobilismo é um meio difícil. O lema incutido em mim desde cedo é simples, ‘nunca desistir’.

É necessário para um piloto ter capacidades e conhecimentos de engenharia? Ou tem que ser apenas muito rápido em pista?

Comecei a competir em campeonatos de construtor único onde só se podem efetuar pequenas alterações aos carros e ter que me concentrar em ser o mais rápido possível. Ao subir-se na escada, há muitos ajustes que precisam de ser feitos e tem que se trabalhar junto ao engenheiro. É necessário ter um alto nível de entendimento e comunicação para fazer o carro funcionar. Aprendi muito sobre afinar os carros nos últimos dez anos e os meus engenheiros aprenderam muito acerca da minha condução. Sim, um piloto precisa de um nível de compreensão. Mas, ao mesmo tempo, um forte vínculo com o engenheiro irá ajudar.

Imagine que tem a hipótese de participar numa corrida com qualquer piloto da história do automobilismo. Que adversários gostaria de ter na grelha? Que pilotos da história do automobilismo mundial gostaria de conhecer pessoalmente e correr na pista?

Tive muita sorte ao ter corrido juntamente a muitos dos meus heróis. Cresci a ver carros de turismo, principalmente o British Touring Car Championship (BTCC) com pilotos como Alain Menu, Gabriele Tarquini, Rickard Rydell, Tim Harvey, Will Hoy e Steve Soper. Através do meu envolvimento no BTCC, WTCC e Goodwood, acabei por correr com a maioria deles. Em simultâneo, gostaria de ter conhecido e ter corrido contra o James Hunt. Não se veem as pessoas que estão tão no topo e não estão já no automobilismo porque, muito simplesmente, as regras para pilotar por um construtor não o permitem.

O que conduz na estrada?

Infelizmente, os Lada não estão disponíveis no mercado do Reino Unido, por isso escolho o melhor a seguir; um Nissan GT-R que possui diversas melhorias de desempenho e estética, cortesia da Litchfields e da Alcon UK.

É um condutor rápido na estrada ou é cuidadoso quando não está a correr? Já violou as regras de trânsito?

A minha vida é passada a uma velocidade média de 160 km/h, correndo nos melhores circuitos do mundo, por isso a última coisa que quero é conduzir rápido na estrada. Estou orgulhoso por integrar a campanha FIA Road Safety e estou igualmente bem consciente dos perigos associados com a condução em estrada, tendo sido atingido por um condutor alcoolizado no último ano. Tive sorte por ter sido ligeiro. Os utentes das estradas não estão necessariamente conscientes dos perigos à volta deles, enquanto eu conheço-os e isso faz-me ser um condutor mais cauteloso; gosto de relaxar e não estar com pressa. Claro que há muitas pessoas que têm paixão por conduzir e não têm a adrenalina de um circuito como eu.

Consegue lembrar-se do incidente mais engraçado que teve numa corrida ou ao conduzir um carro?

Nada me vem à cabeça. Tem havido muitos incidentes engraçados fora da pista numa noite de domingo, particularmente após Macau! Mas não há nada que possa mencionar sem perturbar qualquer um dos outros pilotos. O que acontece em Macau, fica em Macau, como diz o ditado.

Ainda vê corridas na TV?

Sendo tão ocupado, não tenho tido muito tempo para ver automobilismo na TV nos últimos tempos. Mas quando tenho algum tempo livre sempre gosto de ver que corridas estão a dar na TV. Sou obviamente muito apaixonado pelo desporto e gosto de estar a par do que está a acontecer, seja na TV ou online. É ainda uma grande parte da minha vida e é algo que gosto mesmo de aproveitar.

Ingressou numa equipa russa. Que palavras russas gostaria de aprender primeiro?

Estando no WTCC há tanto tempo, encontrei muitos idiomas diferentes e aprendi o básico com os meus amigos. Não tenho dúvidas que irei aprender algum russo em 2014 e estou genuinamente entusiasmado por saber o que me querem ensinar primeiro!

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