IMSA Mid-Ohio: Domínio total da Penske

Depois de terem demonstrado muito potencial, sem conseguir resultados correspondentes, os Acura da Penske provaram finalmente o sabor da vitória no IMSA, de forma dominante. Para os portugueses foi uma boa operação, com liderança reforçada para a dupla Albuquerque/Barbosa e uma excelente exibição de Parente.

Mid-Ohio recebeu a segunda prova sprint do campeonato IMSA, com duração de 2h e 40 minutos, com 34 inscritos para correrem na pista de 3.86km (14 Protótipos, 8 GT e 12 GTD). Nos protótipos não houve novidades, ainda com a ausência da Spirit of Daytona (de fora desde o acidente em Sebring), assim como nos GTLM. Nos GTD tivemos a presença de Álvaro Parente, com uma participação inesperada, ao lado de Katherine Legge na Michael Shank Racing. A equipa recorreu aos préstimos de Parente para esta ronda algo que poderá repetir-se nas próximas jornadas.

Ao nível do BoP, os DPi tiveram nova penalização, na tentativa de fazer equivaler a suas performances à dos LMP2. Os protótipos do IMSA sofreram uma nova redução na potência e na capacidade máxima no depósito de combustível. No caso dos Cadillac estima-se uma redução de cerca de 50cv desde o início da época.

No primeiro treino livre, os Acura dominaram a sessão com Ricky Taylor a fazer o melhor tempo (1:13.601) seguido Juan Pablo Montoya que ficou a 0.488 seg. do #7. A fechar o top 3 tivemos o nosso #5, com Filipe Albuquerque a ficar a pouco mais de um segundo da marca do carro da Penske. Em GTLM, o Porsche #912 ficou com o melhor tempo e em GTD o BMW M6 GT3 #96 fixou a melhor marca da classe. O #86 de Parente e Legge ficou-se pela 7ª posição. Na segunda sessão voltamos a ter os Acura no topo da tabela, desta vez com o #6 de Montoya à frente de Castroneves e Jordan Taylor no Cadillac #10. Albuquerque fez o 4º melhor tempo, numa sessão que começou com atraso devido à forte chuva que se abateu no traçado e que contou ainda com algumas interrupções. Em GTLM, o #912 voltou a fazer o melhor tempo e em GTD, foi o Mercedes #33 a ficar na frente, enquanto o Acura #86 de Parente ficava-se pelo 6º tempo. A última sessão de treinos deu-nos mais uma vez os Acura DPi na frente, com o #6 de Dane Cameron no primeiro posto e o #7 na segunda posição. Bomarito ficou em terceiro no Mazda #55 e o #5 de Albuquerque foi apenas 13º. Em GTLM só dava Porsche com o #912 a manter-se na frente (Corvette e BMW seguiam-se na tabela) e em GTD foi a vez do Lamborghini #48 ficar com o melhor tempo da classe (Parente fez o quarto melhor tempo).

Na qualificação, sem surpresa, dada a tendência estabelecida, foram os Acura a ficar com a linha da frente. Castroneves roubou a pole do seu colega Cameron e colocou o #7 na pole para a corrida (1:11.837). Na segunda linha tivemos dois Mazda com o #77 (Oliver Jarvis) a fechar o top3 à frente do #55 (Bomarito). O #5 de Barbosa e Albuquerque ficou-se pela sexta posição, atrás do Cadillac #10 (Van der Zande). Em GTLM foi o BMW #24 com John Edwards (1:17.853) a ficar na frente do Porsche #911 (Nick Tandy) com o BMW #25 (Alexander Sims) a fechar o top 3. Em GTD, os Lexus da 3GT Racing ficaram nas duas primeiras posições, com o #15 de Jack Hawksworth a ficar com a pole (1:19.317). Katherine Legge, colega de equipa de Parente fez o quarto tempo (melhor Acura).

Antes da corrida ainda houve um warm-up mas mais uma vez os melhores foram os Acura com Castroneves a manter o nível. Albuquerque colocou o seu Cadillac na quinta posição atrás do #31 de Felipe Nasr, que apanhou um susto com uma saída de pista que danificou a sua máquina, conseguindo, no entanto, regressar às boxes. Em GTLM era o BMW #24 a repetir os bons tempos do dia anterior e em GTD víamos Parente a mostrar ao que vinha, com o segundo tempo atrás do Lexus #15.

Castroneves não se deixou surpreender na largada para a corrida. O piloto do #7 manteve-se na frente, seguido do Acura #6 e dos Mazdas. Para a Nissan a tarde iria ser novamente negativa com uma penalização para o #22 de Overbeek, devido a um toque na primeira volta, seguido de um furo para o #2 que complicou a vida à equipa ESM. O quarteto da frente depressa se afastou dos Cadillac perseguidores e as diferenças dependiam da forma como os pilotos lidavam com o tráfego. João Barbosa, que tinha iniciado a corrida, foi o primeiro a parar e deu o lugar a Albuquerque. Seguiram-se as paragens dos líderes e Castroneves deu o seu lugar a Taylor que teve um início de stint complicado, não conseguido suster os ataques de Cameron no #6 e dos Mazda, caindo para quarto. Mas o piloto da Penske depressa recuperou o andamento e chegou-se ao grupo da frente. Com as segundas paragens, Taylor assumiu a liderança da prova, que não perdeu na terceira e última paragem nas boxes, cruzando a linha de meta em primeiro, seguido do colega de equipa Juan Pablo Montoya e de Tristan Nunez no Mazda #77. Albuquerque terminou a corrida num excelente quarto lugar, o melhor resultado possível, tendo em conta a diferença de andamentos neste fim de semana. Em GTLM os Porsche aproveitaram o azar do BMW #24 na primeira volta (empurrado para fora de pista devido ao incidente com o Nissan #22) e saltaram para a liderança. As lutas nesta categoria foram intensas, mas a vitória do #912 nunca pareceu em risco. Em segundo lugar tivemos o BMW #25, que beneficiou de uma excelente estratégia para chegar ao pódio e no terceiro posto tivemos o Corvette #3. Em GTD Álvaro Parente mostrou porque é considerado um dos melhores pilotos do mundo de GT e lutou até à última volta pela vitória que sorriu ao Lexus #14. O Lamborghini #48 fechou o pódio.

Destaques

Nos Protótipos, os Acura destacaram-se da concorrência com um fim de semana perfeito. Depois de terem deixado escapar bons resultados, conseguiram finalmente subir ao lugar mais alto do pódio. Os Mazda voltaram a mostrar-se muito competitivos, mesmo com um inicio de fim de semana titubeante e com a desistência do #55 na corrida, devido a um toque com um GTD. Os Cadillac acusaram a mudança no BoP e não tiveram “pernas” para os Acura. Os Nissan voltaram a ter uma tarde azarada, uma tendência que teima a repetir-se em 2018. O melhor LMP2 foi o Ligier #52 em sexto, mas a hegemonia dos DPi continua a fazer-se sentir. Em GTLM, os Porsche e os BMW foram claramente as máquinas mais fortes, embora o azar do #24 no início da prova tenha comprometido as aspirações da RLL, que ainda assim fez um excelente trabalho com o segundo carro. O Corvette #3 teve uma prestação muito boa e graças a isso subiu ao pódio e os Ford não tiveram andamento para os homens da frente durante todo o fim de semana.

Os Portugueses

A dupla portuguesa do Cadillac #5 fez a melhor operação possível neste fim de semana. Dada a diferença de andamento, o quarto lugar e a manutenção da liderança no campeonato foram boas notícias. Filipe Albuquerque espera que na próxima corrida o BoP seja alterado:

“Apesar do resultado não ser o que ambicionávamos, estou muito contente com a corrida que fizemos. Não cometemos nenhum erro e fomos o melhor Cadillac. Era impossível fazer melhor: a diferença de andamento era enorme. É frustrante percebermos que não conseguimos ser mais rápidos, mas tenho a certeza que o BoP vai ser ajustado e tornar tudo mais equilibrado. Acabámos por conseguir melhor e aumentámos a vantagem no campeonato. Mais importante que vencer corridas é vencer o campeonato”.

Já Parente teve uma prova de ataque máximo, aproveitando o bom trabalho da sua colega de equipa. Parente pegou no NSX GT3 na terceira posição e continuou o ataque ficando perto da vitória (apenas 0.2 seg de diferença para o vencedor): “Foi um turno de ataque de princípio ao fim. Foi pena o tráfego me ter impedido de chegar mais cedo à traseira do primeiro. Com mais tempo, penso que conseguiria encontrar uma forma de o ultrapassar. A Katherine realizou um primeiro turno fantástico e a equipa esteve muito bem.”

Mais uma notável exibição de Parente que continua a mostrar toda a sua qualidade. As cores lusas novamente bem representadas com este trio magnifico de pilotos.

Classificação