O estranho caso do holandês Nick de Vries

Por a 22 Fevereiro 2021 14:56

Com contrato assinado com a McLaren F1 Team desde os 14 anos, tendo depois mudado para a Mercedes, o jovem holandês Nick de Vries, agora com 26 anos, ganhou tudo o que havia para ganhar no karting. A Fórmula 1 ‘aguardava’ por ele, mas as coisas não lhe correram como se pensava há uns anos e apesar de ter estado perto, a oportunidade deve estar perdida…

Já há alguns anos que as principais equipas da Fórmula 1 foram assinando contratos com jovens pilotos de karting e os resultados até têm sido eficazes, sendo a contratação de Lewis Hamilton, por parte da McLaren, de longe, a aposta mais bem sucedida e também aquela que maior saldo mediático obteve. Logo a seguir, Max Verstappen, que como se sabe se estreou muito jovem na F1, em 2015, aos 18 anos.

‘De pequenino se torce o pepino e, por vezes, se traça o destino’. Assim foi com tantos nomes da Fórmula 1, desde Senna a Schumacher, passando por Alonso e Vettel, que foram ´voando baixinho’ num kart para depois não mais pararem até alcançarem o sonho mais ambicionado de serem campeões do mundo da disciplina que mais emoções desperta no automobilismo.

Durante muito tempo, o nome de que mais se falava no karting internacional, e que se esperava vermos sentado ao volante de um monolugar de Fórmula 1, era Nick De Vries. É holandês, e aos 17 anos e já tinha ganho tudo o que havia para ganhar no karting. Há muito que poderia já ter evoluído para as fórmulas, mas a sua tenra idade ‘obrigou-o’ a permanecer no seio dos pequenos bólides e a colecionar títulos, repetindo inclusive alguns dos mais importantes.

Esse foi, quiçá, o seu erro. Mas seria da Holanda que viria o “the next big thing”. Max Verstappen. Com o sucesso que se conhece hoje. Só não soma títulos, porque Lewis Hamilton e a Mercedes têm sido fortes demais mesmo para um prodígio como Verstappen.

A de Vries, chamavam-lhe o ‘Messi do karting’, há uma década tinha contrato assinado com a McLaren, com o apoio incondicional da família, colocou os estudos em part-time para integrar como piloto full time a equipa italiana de karting Chiesa Corse. Uma volta de 180 graus para uma criança de 12 anos, que rumou para Itália apostando no sonho da Fórmula 1. Venceu a Fórmula Renault em 2014, no ano seguinte rumou à Fórmula Renault 3.5, onde foi terceiro.

Foi sexto na primeira época da GP3 Series, foi para a Fórmula 2 em 2017, foi Campeão em 2019, mas tem na Mercedes, claramente à sua frente, George Russell, e neste momento a sua carreira já não aponta à F1. A Holanda quase só tem olhos para Verstappen, e de Vries, apesar de estar lançado para uma carreira de alto nível, já deve ter falhado a F1.

Veja-se um caso mais ou menos semelhante. Em 2011, outros pilotos de karting se destacaram na cena internacional, como foi o caso, algo inesperado, de Alexander Albon. O jovem piloto britânico, na altura apenas com apenas 15 anos, depois de ter sido campeão europeu KF3 (Júnior) e de ter ganho a Taça do Mundo da mesma categoria em 2010, não passou pela categoria KF2 – classe de afirmação – e integrou desde logo o pelotão da categoria rainha, a Super KF1. E, para surpresas de todos, foi um verdadeiro ‘quebra-cabeças’ para De Vries, já que discutiu o Campeonato do Mundo até final com o holandês, contentando-se, porém, com o vice-campeonato.

Alexander Albon assinou na altura contrato com a Red Bull, ficando na linha de produção para, anos depois, ficar às ordens de Christian Horner. E conseguiu-o, mas sem se fixar, como sabemos…

E atualmente? Quem são os pilotos que estão a revelar talento para chegar à F1 que ainda não estão na Fórmula 3 ou Fórmula 2?

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no-team
3 anos atrás

É realmente estranho, especialmente se compararmos o seu talento ao de um Mazepin ou Latifi. Contudo, nem sempre passa exclusivamente pelo talento a chegada de um piloto à F1. Por geração, existem sempre um ou dois pilotos “azarados” que perdem o comboio, temos um exemplo próximo que nos diz muito, o do Félix Da Costa. O talentoso tuga, falhou por péssimo timing, algo que também poderá ter acontecido com o De Vries. A porta tão depressa se abre como fecha na F1, normalmente quando se fecha, torna-se impossível voltar a entrar na esfera de influências que determina quem vai fazer… Ler mais »

@00@
@00@
3 anos atrás

no-team, convem não confundir talento, com dinheiro, sobretudo muito dinheiro. Na minha opinião o Stroll, Latifi e Mazepin só ali andam por “influência” directa dos padrinhos (pais), que acredito, poderão minar a Fórmula 1 e os holofotes virarem-se para outras categorias e campeonatos. Seria estranho o expoente máximo automóvel ser “o recreio dos meninos ricos”, e não dos melhores pilotos do mundo. No entanto acredito que o Hamilton agradece este “parque de diversões”, assim tudo se torna ainda mais fácil para ele (e Mercedes).

Lisboa
3 anos atrás

Estranho porquê??? Quantos, mas quantos Messis do kart nunca chegam à F1 e outros Messis que chegam e depois não dão uma para a caixa? Quantos? Imensos. O Vries foi largado pela Mclaren porque, por e simplesmente, não rendia. Chegou a ser batito por outro piloto da McLaren que era rookie em 2018. Em 2019, vence a F2 com o melhor carro contra o Latifi, piloto que chegou a liderar o campeonato. Tem um currículo até interessante com vários campeonatos no bolso, mas igual a ele muitos mais. Não estou a dizer que seja um mau piloto, estou a dizer… Ler mais »

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