Derrapagens: António Barros e os tacos de madeira para chegar aos pedais


Em 1987, fiz a minha primeira e única corrida de Fórmula Ford. Fui ao casamento do Paulo Longo e aí acabei por comprar o monolugar do Carlos Barata, só que como não tinha dinheiro fui para a primeira corrida sem mecânico e só com a minha mulher. Nos treinos, despistei-me logo e disse-lhe, devido ao temporal que entretanto se tinha abatido sobre a pista, que apenas ia alinhar para ganhar o prémio de participação, desistindo logo após a partida. Mas, na verdade, as coisas começaram a correr bem melhor do que eu esperava e partindo de último, comecei rapidamente a galgar lugares, passando três e quatro pilotos por volta, até estabilizar na quarta posição, onde me encontrava a cinco voltas do fim.

Só que aí começaram os problemas já que os tacos de madeira que tinha posto para chegar aos pedais soltaram-se e tive que fazer o resto da corrida pendurado no volante para conseguir chegar aos pedais.

Foi uma bela lição de condução à…camionista! Menos divertida, mas mais gratificante foi, no entanto, a história que vivi dois anos antes, precisamente, no último ano em que fiz uma temporada de karting, no Kartódromo do Cabo do Mundo. Nesse ano, precisava de ganhar a corrida para ser campeão da categoria Livre 125, mas quando arranquei para a corrida, parti a “bacquet” do kart. Ao fim de duas voltas, já não tinha o fundo do banco e ia com o rabo literalmente no chão, mas mantinha-me à frente da corrida. Entretanto, cada vez com “menos cadeira”, toquei no radiador a ferver que me fez, de imediato, uma queimadura profunda nas costas. Mas, no final, resisti a tudo. Consegui ganhar, ser campeão e ainda ser arrancado do kart directamente para o hospital!

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