Rampa da Arrábida: José Correia vence e está na senda do título

Por a 8 Novembro 2020 20:43

José Correia ainda passou por um enorme susto, depois de um toque numa sessão de treinos, não conseguindo participar na primeira das duas subidas de prova do programa de domingo. Mas, na última e decisiva vez em que enfrentou os 3,1 km da Rampa Pêquêpê Arrábida, não cedeu à pressão e selou uma justa vitória que alarga a sua vantagem no campeonato, a uma prova do fecho da época.

Depois da realidade meteorológica de sábado se ter mostrado muito mais benévola do que as previsões, o dia de domingo amanheceu chuvoso e, ao longo, da manhã e de parte da tarde, a chuva ora foi uma ameaça, ora deu voz às previsões e caiu com intensidade. Como resultado, o Campeonato de Portugal de Montanha JC Group viveu o dia decisivo da terceira prova da temporada confrontado com esse handicap extra, que exigiu dos pilotos e das equipas uma enorme atenção e uma capacidade de acertar os carros e escolher bem os pneus, obrigando ainda a um cuidado acrescido na condução, para evitar erros nefastos.

Líder à partida do pleito dominical, depois de ter sido o melhor na única subida de prova realizada na jornada de sábado, José Correia parecia, em condições normais, inalcançável pelos seus mais diretos adversários. Mas o anormal bate muitas vezes à porta e, como explica o piloto, na única sessão de treinos cronometrados de domingo, a “barchetta” Osella PA EVO2000 “voou literalmente após um salto, à saída de uma curva, fazendo-me bater nos rails e partir uma jante, danificando ainda a transmissão”.

A reparação impediu o piloto de estar à partida da subida de prova 2, colocando-o sobre enorme pressão. José Correia refere que “depois de ter tudo corrido tão bem no sábado, este toque forçou-nos a não alinhar na Subida 2 e, com isso, não só perdemos a liderança da prova, mas ficamos obrigados a ter de terminar a derradeira subida de prova para pode pontuar e defender a liderança do campeonato”.

Num forcing, a sua equipa de assistência conseguiu “colocar o Osella minimamente em condições e alinhei. Fui num ritmo rápido, mas sem muita confiança no estado da barchetta. Felizmente tudo correu bem e consegui um tempo que, somado ao tempo da Subida 1 de sábado, me permitiu garantir a vitória. Estou aliviado e muito feliz. Julgo que venci com toda a justiça!”.

A uma prova do fecho da época, o “patrão” do JC Group Racing Team tem 3 pontuações máximas em outras tantas rampas, começando o título absoluto a pender para o piloto que confessa “ser este um sonho que tenho e que coroará a carreira de piloto que tenho construído. Tudo farei para o conseguir!”.

Na segunda posição final ficou António Rodrigues (BRC CM Evo 05), depois de mais uma exibição notável do piloto do NJ Racing Team que, prova após prova, está a transformar sua primeira época a tempo inteiro na Montanha num percurso onde o sucesso é a consequência de performances sucessivas ao mais alto nível. Com os problemas de José Correia, chegou mesmo a liderar a classificação provisória da prova e esta sucessiva segunda posição absoluta numa prova do campeonato, deixa-o claramente entre os protagonistas a época.

O resumo que aqui ostentamos sobre a prova de Rodrigues, serve a papel químico para descrever a prestação de Vítor Pascoal.

O “rallyman” aderiu este ano ao CPM JC Group e tem estado sempre entre os melhores. Dominante de forma total nas contas da Categoria GT, que venceu sem contestação, o piloto do Porsche 991 GT3 Cup elevou, uma vez mais, a fasquia e conquistou mais um pódio absoluto no campeonato, reservando para si um brilhante 3º lugar. Se o título nos GT já não lhe deve fugir, agora o foco está em tentar terminar no pódio absoluto e é claramente piloto para isso. Nesta categoria, Pedro Marques, também num Porsche 991 GT3 Cup foi 2º e revela cada vez mais segurança na condução do seu bólide.

Nas contas da categoria Turismo, a chuva veio ainda reforçar mais a candidatura de Luís Nunes a alcançar a segunda vitória consecutiva da temporada. O piloto de Valpaços, impôs o seu Ford Fiesta ST R5+ e reclamou mesmo uma vitória à geral na segunda subida oficial de prova, disputada com a pista encharcada e onde, tirando partido das quatro rodas motrizes do Fiesta, deu um recital de condução. Venceu ainda a Divisão Turismo 2 e, quanto ao título nacional da categoria passou agora para a liderança das contas, estando em excelente posição para renovar o cetro conquistado em 2019.

Gabriela Correia voltou a mostrar todos os seus dotes de condução à chuva. A craque do JC Group Racing Team continua a provar merecer o cognome de “Princesa da Montanha” e rodou sempre com muita intensidade, reclamando um brilhante 2º lugar na categoria e triunfando na Divisão Turismo 3.

No terceiro lugar entre os Turismos, ficou Joaquim Teixeira. O piloto do Cupra TCR do Bompiso Racing Team tudo tentou para chegar mais acima, mas uma transmissão partida, que lhe arruinou a segunda subida de prova, condicionou o seu resultado. Mesmo assim, continua dentro da luta pelo título nacional da categoria e tem argumentos para lá chegar.

Ainda entre os Turismo, realce para Gonçalo Inácio. Estreante nestas andanças, levou o seu Peugeot 208 VTI R2 à vitória na Divisão Turismos 1, na frente de Parcídio Summavielle (Renault Clio R3) que, mesmo sendo segundo, rematou as contas desta divisão, cujo título conquistou pelo terceiro ano consecutivo.

Na batalha dos Legends, foi mais um estreante a brilhar. Pedro Lança (Citroen Saxo) este uns furos acima de toda a concorrência e chegou a uma vitória sem contestação.

Já José Carlos Magalhães, rodou sempre rápido e sem falhas no BMW M3 e, ao ser 2º classificado, recolheu preciosos pontos na luta pelo título. Também de regresso à Montanha, Bernardo Sá Nogueira assegurou o último degrau do pódio desta categoria.

Alberto Pereira, líder deste campeonato, correu na Arrábida com um Porsche Boxter cujo nível de preparação não era forte. Privado do seu habitual Honda, Alberto Pereira não passou do 5º lugar, mas conseguiu manter a liderança da tabela a uma prova do fecho da época.

Ano após ano, Mário Silva faz regressos esporádicos ao CPM JC Group e a Arrábida é o palco que escolhe para esse matar de saudades. E se bem o deseja, melhor o executa, pois, quase sempre, a sua aparição leva-o a disputar os triunfos e a edição de 2020 não fugiu a regra.

Trazendo desta feita um imponente Porsche Carrera RS, Mário Silva dominou a seu belo prazer a luta entre os participantes no Campeonato de Portugal de Clássicos de Montanha JC Group, sendo, de fio a pavio, o mais rápido e por larga margem. Triunfo brilhante.

Luís Moutinho colocou o seu belo Ford Escort MKI no 2º lugar, que reclamou sem oposição, neste seu regresso às lides da Montanha. Carlos Fava assegurou o 3º posto e, para o piloto do VW 1303, esta colocação no pódio foi importante para o colocar na rota do título nacional de Clássicos, que já não lhe deve fugir.

Nas duas competições reservadas aos carros com cilindrada até 1300cc, predomínio total de Daniel Rolo (Datsun 1200) entre os clássicos e de Francisco Milheiro (Peugeot 106) na refrega entre os carros mais modernos. Com esta vitória, o jovem vimaranense arrecadou a Taça de Portugal 1300, na segunda temporada que faz a tempo inteiro na Montanha.

O Campeonato de Portugal de Montanha JC Group tem ainda mais uma prova aprazada para a corrente época. Se tudo correr normalmente, apesar das restrições que vão ser impostas pelo estado de emergência, Boticas receberá o epílogo competitivo do ano, nos próximos dias 21 e 22 de novembro.

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