CPM, Luís Nunes: “Forte concorrência motivou-me”

O novo campeão nacional de Turismos de Montanha fechou a época em grande, com mais um triunfo na categoria na Rampa de Boticas. Luís Nunes e o Ford Fiesta ST R5+ foram os grandes protagonistas na categoria mais competitiva da Montanha nacional.

O piloto de Valpaços já tinha assegurado dois títulos na prova anterior, na Arrábida, respetivamente na categoria Turismos e na divisão Turismos 2. Em Boticas, foi quarto classificado da geral e teve uma consagração perfeita, com mais um triunfo indiscutível nos Turismos, ficando inclusive na frente de dois protótipos.

Luís Nunes parabéns, o título da Categoria Turismo está conquistado, fazendo com que esta época tenha corrido para ti da melhor forma?

“Sim, é verdade, uma época excelente, que até começou mal, pois logo na primeira prova, da Penha, tivemos problemas de embraiagem no Ford Fiesta, que não nos permitiram concluir a prova, mas depois, logo a partir da Rampa Internacional da Falperra, segunda prova da temporada, as coisas começaram a encarrilhar, com a primeira vitória. Daí para cá, foi sempre a somar pontos, até conquistarmos o título na Arrábida, a uma prova do fecho da época.”

Revelou-se uma aposta ousada mas segura, saltar do Audi RS3 LMS TCR com que correste em 2018, para este Ford Fiesta ST R5. A tua adaptação foi muito rápida.

“É verdade. Este era um carro que eu, já há algum tempo, sonhava poder guiar. É totalmente diferente do Audi e tive de adaptar bastante a minha condução ao carro, mas felizmente adaptei-me bem. Quando surgiu esta oportunidade para guiar este carro, agarrei-a e em boa hora!”

O teu título fica em maior destaque, quando nos lembramos da forte concorrência que enfrentaste.

“Estou inserido numa das categorias, na minha opinião, mais competitivas do campeonato. Enfrentei um grande piloto como o Hugo Araújo, a exemplo de outros como o Luís Silva, Manuel Pereira, Joaquim Teixeira, que me deram muita luta e que também não me permitiram que facilitasse. Tive de andar ao meu melhor nível, nos limites. Aliás, essa forte concorrência foi um alerta que ainda mais me motivou a adaptar-me rapidamente ao Ford Fiesta porque se isso não acontecesse, quando acordasse, seria tarde.

Penso que estive sempre muito focado e, felizmente, as coisas correram bem. Foi um excelente campeonato!”

Pano corrido sobre 2019, há que pensar em 2020. Vamos continuar a ter o Luís Nunes com o Ford Fiesta, será uma época apenas “caseira”, ou há em ti um desejo secreto de correr lá fora?

“Vamos falar com os patrocinadores, agora que a época terminou e com um título. Vamos também ver que soluções existem quanto a carros competitivos e que possibilidades teremos para montar um projeto viável. Continuar nos Turismos agrada-me. Eu adoro conduzir carros desta categoria e tenho sido sempre competitivo com eles.

Mas não escondo que me passa pela cabeça que começa a fazer sentido, se eu quiser lutar pela geral absoluta, pensar em competir com um protótipo. Está em cima da mesa e logo veremos.

E, obviamente, que há sempre a ambição de medir forças com pilotos estrangeiros sempre sonhei em fazer um Europeu completo. Mas vai ser difícil, porque para corrermos no estrangeiro necessitamos de um orçamento muito maior, o que se revela difícil de conseguir. Já para correr em Portugal exige de nós e dos nossos patrocinadores sacrifícios enormes, quanto mais montar um projeto europeu. Vamos ver se este título nacional ajuda nesse sentido!”