O regresso mítico da Peugeot ao Dakar

25 anos depois do seu último Dakar, saldado pela quarta vitória da marca francesa noutras tantas participações, a Peugeot está de regresso ao Dakar, agora com um buggyque apelidou de Peugeot 2008 DKR.

O objetivo é simples, tornar o novo carro no primeiro duas rodas motrizes diesel a vencer o Dakar. Possível? Os seus 345 cv, do motor V6 biturbo diesel acoplado a uma transmissão às rodas traseiras, terão uma palavra a dizer, bem como o dream teamde pilotos, Stéphane Peterhansel, Carlos Sainz e Cyril Després.

O carro apresentado em abril não tem tido um percurso fácil, houve recuos devido a problemas iniciais, tendo-se mesmo falado numa troca de chassis, mas nos últimos dois meses os testes parecem ter entrado em velocidade de cruzeiro, ao ponto do ponta-de-lança da equipa, o piloto que em teoria melhor preparado estará para vencer, Stéphane Peterhansel ter revelado que nunca pilotou um carro tão rápido.

A equipa esteve recentemente em Marrocos a avaliar a performance e a durabilidade do carro, mas esta vai ser a grande incógnita, pois se poucos duvidam que o carro será muito rápido, será que é fiável? Só o tempo o dirá!

“Ao longo da minha carreira já fui a Marrocos talvez algumas 15 vezes e nunca pilotei tão depressa. É simplesmente fantástico o modo como trabalham as suspensões do Peugeot 2008 DKR. Mesmo no topo das dunas é incrível ter tanta aderência com apenas duas rodas motrizes. O carro é muito rápido, embora seja difícil saber o ponto em que se encontra face aos adversários. Uma coisa é certa, é um modelo bem nascido”, disse Peterhansel.

Cyril Despres, que ‘largou’ as motos e se estreia nas quatro rodas, está ainda a aprender: “O modo como se conduz não é muito diferente de uma moto mas é muito menos cansativo para as pernas e joelhos. Agora percebi realmente quão difícil é pilotar e navegar ao mesmo tempo e perguntome como o consegui fazer antes, porque desde que aprendi a trabalhar com o meu co-piloto, vi o quanto lhe cabe em responsabilidade! Este teste tinha como objetivo adaptar a minha experiência de moto no carro e em algumas áreas teria sido mais rápido com a moto, mas na maioria das vezes, andei muito mais depressa com o carro”.

Também Carlos Sainz pôde testar a grande variedade de estradas africanas trabalhando nas afinações e fazendo longos conjuntos de testes de modo a reproduzir os dias intensos, característicos do Dakar: “Este programa é um novo desafio, pois construir um carro para o Dakar é sempre uma tarefa difícil, mas construir um que corresponda a um conceito totalmente novo é algo muito interessante. Ali começámos a compreender o carro, pelo que estou ansioso pelo início do rali. Conseguimos acumular quilómetros sob condições representativas da prova, algo que era o nosso objetivo. Agora vamos para a corrida para vencer, porque de contrário nem sequer iria. Não podemos saber onde ‘estamos’ face aos outros carros, mas creio que estamos bem. Haverá etapas em que não temos hipóteses, mas noutras será ao contrário”, concluiu o vencedor da prova de 2010.