Nasser Al-Attiyah vence Dakar pela 4ª vez

Por a 14 Janeiro 2022 09:24

Nasser Al-Attiyah/Matthieu Baumel (Toyota Gazoo Racing) venceram o Dakar, quarto triunfo do piloto do Qatar, que venceu pela primeira vez em 2011 com a Volkswagen, triunfou depois em 2015 com a Mini e em 2019 com a Toyota, repetindo agora o feito com a marca nipónica. Desta forma, Attiyah empata em número de triunfos com Ari Vatanen, mas fica ainda longe das oito vitórias de Stéphane Peterhansel, isto só para falar dos autos.

Desde o seu primeiro Dakar, ainda na obscuridade, num Mitsubishi Pajero, em que alcançou o 10º lugar no Senegal em 2004, depois disse Nasser al Attiyah venceu três vezes com três carros diferentes, incluindo o primeiro em 2011, e um total de 43 vitórias em etapas.

Depois de ter conduzido por todas as principais equipas do desporto (BMW, Volkswagen, Hummer e Mini), estabeleceu-se nos últimos cinco anos no seio da equipa Toyota Gazoo Racing, conquistando o primeiro triunfo da marca em 2019.

As duas últimas edições da prova na Arábia Saudita foram uma verdadeira desilusão, apesar de dois segundos lugar. Foi vítima de furos constantes, o que este ano com a nova Hilux T1+ já não sucedeu. O nativo de Doha arrancou para este seu 18º Dakar com a Pickup renovada com rodas e suspensão maiores e dominou primeiro, controlou depois, toda a prova. Venceu três etapas, a liderança da prova esteve sempre nas suas mãos, a sua maior vantagem foi alcançada na etapa 6, 48m54s, o dia antes do descanso e foi aí que estabeleceu a tática para a segunda semana: expetativa, controlog, gestão, fugir dos erros e ‘azares’ como o diabo da cruz.

Pelo segundo lugar da geral durante toda a prova passaram Carlos Sainz, Sébastien Loeb e Yazeed Al-Rajhi, mas a liderança nunca esteve verdadeiramente ameaçada.

Sebastien Loeb/Fabian Lurquin(BRX Hunter/Prodrive Bahrain Raid Xtreme) terminaram no segundo lugar, e mais uma subida de degrau do francês face a um futuro triunfo no Dakar.

Foi segundo em 2017 com a Peugeot, no seu segundo Dakar, terceiro em 2019 novamente com a Peugeot, e pelo que se viu este ano já não restam muitas dúvidas que Loeb vai triunfar no Dakar.

O maior piloto de ralis da história veio para o Dakar em 2016 e desde cedo começou a lutar na frente. É verdade que sempre teve condições para isso, mas faltava-lhe a experiência que agora já tem. Ari Vatanen só há um, e esse foi o único a triunfar no Dakar na estreia, em 1987.

Depois do quarto posto em 2020, Yazeed Al Rajhi/Michael Orr (Toyota/Overdrive Toyota) terminaram este Dakar em terceiro, o seu melhor resultado de sempre na prova.

Não foi fácil, o percurso teve alguns altos e baixos, estes últimos nas etapas 5 e 9, mas depois de ter caído de segundo para terceiro na etapa 6, nunca mais teve a posição em risco, sabendo-se que voltar ao segundo lugar era muito difícil.

Neste seu oitavo Dakar, Yazeed Al Rajhi mostrou consistência e finalmente conseguiu o pódio, o que em ‘casa’ lhe vai saber ainda melhor.

Quarto posto para Orlando Terranova/Daniel Oliveras (BRX Hunter/Prodrive Bahrain Raid Xtreme) que melhora assim o seu quinto posto de 2014. Dois sextos lugares em 2017 e 2020 foi o melhor que conseguiu depois disso, mas com a BRX Prodrive elevou o nível do que pode alcançar no Dakar e este quarto posto é a prova disso. Começou a prova com muitas cautelas, no 12º lugar, mas a sua consistência foi fantástica, ao ponto de etre a etapa 4 em que era 10º, e a etapa 9, quando chegou ao quarto posto, tenha subido uma posição todos os dias. Já não deu para ir mais longe. Ainda tentou chegar-se a al Rajhi, mas já não teve tempo para isso. Seja como for, é o seu melhor resultado de sempre no Dakar.

Giniel de Villiers/Dennis Murphy (Toyota/Toyota Gazoo Racing) terminaram em quinto, e de ano para ano os seus resultados no Dakar continuam a fraquejar, ainda que se mantenham a um nível alto, até porque se assim não fosse, já não estaria na Toyota Gazoo Racing. A equipa está a fazer a transição com os seus novos pilotos, Henk Lategan, por exemplo, e de Villiers está longe do piloto que venceu em 2009 com a Volkswagen. Nos primeiros anos da Toyota em 2012 e 2013, dois pódios, andou sempre por aí até 2016, voltou ao pódio em 2018, mas daí para cá, 9º, 5º, 8º e agora 5º novamente. O azar que teve na etapa 7, uma fuga de óleo que o imobilizou em pista, foi determinante, pois até aí era quarto, e no dia anterior, terceiro.

Jakub Przygonski/Timo Gottschalk (Mini/X-Raid Orlen Team) terminaram o Dakar no 6º lugar, não conseguindo por isso bater os seus dois melhores resultados, dois quartos lugares em 2019 e 2021. Como se percebeu, os BRX estiveram este ano bem mais competitivos, e atiraram com o polaco uma pocuo mais para trás. Ou seja, a sua prestação não piorou, mas sim os adversários melhoraram. Com a chegada da Audi e a BRX cada vez melhor, vai ser cada vez mais difícil ao polaco brilhar. Seja como for, as 2h42m perdidas na etapa 9, devido a um problema mecânico no Mini Buggy, tramaram-no. Caiu de quarto para sexto e ficou à mercê dos adversários diretos. Sem esse problema teria lutado pelo pódio.

Mathieu Serradori/Loic Minaudier (Century/SRT Racing) terminaram o Dakar na nona posição, não conseguindo sequer fazer melhor do que em 2020, mas fizeram uma boa prova. Começaram mal, no 31º lugar, a meio da prova já estavam em 12º, e daí até final ainda subiram até ao 7º lugar.

Sebastian Halpern/Bernardo Graue (Mini X-Raid Mini John Cooper Works Rally), terminaram no oitavo lugar, melhorando uma posição face ao que conseguiram em 2018. Com alguns altos e baixos, na primeira semana foram perdendo posições, mas melhoraram na segunda, foram mais consistentes e terminaram no top 10.

Sendo verdade que se esperava mais da Audi em termos de classificação geral, o facto de Stéphane Peterhansel e Carlos Sainz terem perdido muito tempo, muito cedo na prova, isso deixou-os logo muito atrás e por isso não foi de estranhar que tenham sido Ekstrom/Emil Bergkvist (Audi RSQ e-Tron) os melhores  da equipa, com o nono lugar.

Todos tínhamos dúvidas face ao que a Audi poderia fazer, mas cedo se percebeu que chegar ver e vencer já não é para os tempos que correm, muito menos numa prova destas.

A não ser que tivessem feito 10 Rali Dakar em testes, e mesmo assim nada lhes seria garantido. Tendo em conta o número de etapas que venceram, quatro, Carlos Sainz (2), Mattias Ekström (1), Stéphane Peterhansel (1), não lhes faltou performance apesar das queixas apresentadas.

Foi pela fiabilidade que o carro quebrou, no caso de Peterhansel, uma das vezes, quando perdeu mais tempo ficando fora de prova, bateu e arrancou a suspensão traseira. ficou a servir de mochileiro para os colegas. não nos admirávamos se voltarem para o ano na luta pelo triunfo. Pelo meio deverão passar algum tempo nas discussões políticas do Equilíbrio de Performance. 

Depois de terem caído para o 47º lugar na etapa 1B, em que se perderam, Carlos Sainz/Lucas Cruz (Audi RSQ e-Tron) ainda recuperaram até ao 12º lugar da geral. Peterhansel ficou fora da classificação muito cedo.

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3 Comentários
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Lisboa
2 anos atrás

Nasser está de parabéns, depois de uma extraordinária prova, que não esteve assim tão isenta de problemas como o texto deixa no ar. Teve de facto muitos furos, mesmo quando terminava lá na frente, teve furos pelo caminho, assim com ter “perdido” a tracção traseira e ter feito mais de metade da etapa a “puxar” só à frente. E isto sem contar com a penalização por causa do cinto. Estes azares também bateram à porta do Loeb, que pelo caminho se perdeu e foi aí, que ficou afastado da vitória. Para mim, esta foi uma grande vitória da Toyota, que… Ler mais »

christopher-shean
christopher-shean
Reply to  Lisboa
2 anos atrás

Bom comentário, concordo obviamente… só que acho que o Autosport devia destacar a noticia no lugar da F1!

FormulaTwo+1
2 anos atrás

Grande piloto Nasser Al-Attiya! E grande desempenho da Toyota!

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