DAKAR: Navegadores ‘perdidos’ no deserto: Uma ‘tradição’ Ibérica

Por a 14 Janeiro 2021 17:25

Após uma zanga durante especial de hoje, Xavier Blanco, co-piloto de Ricardo Ramilo, saiu do SSV após 170 km ade prova e recusou-se a voltar a entrar, com Ramilo a decidir continuar sem ele terminando a etapa! Felizmente, o co-piloto foi apanhado por um membro da equipa e está são e salvo! Uma situação inusitada, que resultou de um desentendimento entre ambos. O que se passou, não é ainda conhecido, mas Ricardo Ramilo Suárez viu-se na contingência de abandonar a prova.

Depois de ter sido “Portador da tocha Olímpica em Barcelona ‘92”, diz-se “Doente mental das motos”, “Rei dos pneus usados de motos”, ter feito “Apneia 4 minutos e 35 segundos”, ter sido “Subcampeão espanhol e campeão de motociclismo”, o empresário e desportista nascido em Vigo há 56 anos fica agora conhecido por ser o segundo piloto ibérico que deixou um navegador pelo caminho no Dakar. Só que o ‘outro’ recuperou-o, depois de algum tempo, ao contrário do que se disse na altura.

Chama-se Carlos Sousa, é português e em 2007, a demolidora sétima etapa do Lisboa-Dakar 2007 ficou inevitavelmente marcada pela inusitada (e falsa) informação veiculada pelo site oficial da prova, dando conta que Carlos Sousa, irritado com um atascanço, teria abandonado Andreas Schulz, o seu navegador, em pleno deserto.

A notícia, sem dúvida bizarra, caiu que nem uma ‘bomba’ em Portugal, permanecendo ‘online’ durante horas, tanto mais que foram depois feitas mais duas atualizações, sempre a partir do gabinete de imprensa da A.S.O., logo apimentadas por alguns comentários mais… jocosos, e cada vez mais distantes dos factos.

Com efeito, a realidade sempre foi outra. É certo que Sousa atascou. E que ficou irritado com o sucedido, mas pelo tempo perdido e por se ter desencontrado com o seu navegador. Nada mais do que isso. “Só quando comecei a receber mensagens no meu telemóvel é que tive noção da enorme confusão que se tinha gerado em torno deste episódio. Ninguém abandona um navegador no deserto”, disse, em tom sério.

“A organização esteve mal, muito mal mesmo, não tendo falado com nenhum de nós, quer para saber o que aconteceu, quer para nos pedirem desculpa. Não é que isso me tire o sono…

Mas também ninguém gosta de ser gozado por outras equipas ao jantar. Agora quero é abstrair-me disso para não comprometer o resto da prova”. Mais sereno, Schulz recordou o sucedido: “Ficámos atascados numa duna, talvez porque a pressão dos pneus não era a mais correta. Com a ajuda das placas, conseguimos sair. Disse então ao Carlos para arrancar e procurar areia mais dura, enquanto eu ia buscar as placas. Depois, desapareceu no meio da tempestade areia. Andámos muito tempo à procura um do outro e eu, infelizmente, segui um trilho errado de pneus. Não houve qualquer discussão entre nós.

Nervosos? É claro que estivemos… Afinal, tínhamos perdido um lugar no pódio” recordou o experiente navegador do piloto luso, injustamente dado como ‘abandonado no deserto’.

Portanto, com Carlos Sousa, foi um erro, um desencontro, mas desta feita, ao que se sabe, o navegador recusou-se mesmo a seguir viagem com o piloto.

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ruimssousa
ruimssousa
3 anos atrás

Vi no Sapo o título “Insólito no Dakar2021: copiloto abandona veículo no meio do deserto, piloto continua sozinho em prova”.
E pensei, mais um daqueles títulos “clickbait”, que é o normal quando têm a palavra “insólito”. O mais certo é já ter acontecido mais vezes.
Vejo no Autosport o título “DAKAR: NAVEGADORES ‘PERDIDOS’ NO DESERTO: UMA ‘TRADIÇÃO’ IBÉRICA” e pensei que tinha razão, afinal não é assim tão insólito.
Pois enganei-me, afinal o “clickbait” está do lado do Autospor.

jem
jem
3 anos atrás

Ao que supostamente se sabe, a relação estava muito degradada. O piloto era estreante e o co-piloto já tinha alguma experiência, e aparentemente discutiam muito. E neste caso, a ser verdade, parece que o piloto não estava a fazer caso do co-piloto, estaria a pilotar de forma temerária, e o co-piloto sentiu-se em perigo. Vai daí e pediu para parar e saiu no veículo, tendo o piloto respondido que “então ficas aí” e partiu sozinho. Creio que inclusive se perdeu.

RCN
RCN
3 anos atrás

Mais inusitado que esta situação só mesmo o Autosport fazer uma noticia que no título aponta para uma “tradição ibérica” em perder navegadores no deserto e no corpo da noticia refere que Ricardo Ramilo “fica agora conhecido por ser o segundo piloto ibérico que deixou um navegador pelo caminho no Dakar”. Interessante a utilização destes apontamos tão taxativos quando de seguida qaulquer leitor da notícia percebe que afinal o Carlos Sousa não fez nada de anormal, não havendo por isso nenhuma tradição ibérica em perder-se navegadores no deserto. Chegarmos ao ponto de termos clickbait no Autosport já é triste mas… Ler mais »

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